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Do México ao Brasil: mais um “outsider” na política?

16 de julho de 2018
Escrito por Ignacio Crespo
Tempo de leitura: 3 min
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Andrés Manuel López Obrador (AMLO), fundador do Movimento de Regeneração Nacional (Morena) e descrito como esquerdista e populista, será o novo presidente do México. Venceu as eleições de 1o de julho, após ganhar forças e popularidade, entre outras cositas más, graças às políticas agressivas de Donald Trump. De uma forma ou de outra, AMLO parece ser uma reação não apenas aos EUA, mas a “tudo aquilo que está aí” – da insegurança nas ruas à corrupção escancarada. Embora tenha entrado na política há anos, AMLO sempre se vendeu como um “outsider”. Conseguiu.

A vitória de AMLO, no México, pode trazer desdobramentos para outros países da América Latina. Mesmo voltado às políticas internas, AMLO pode mudar o balanço da diplomacia na região, como apontou recentemente uma matéria da revista britânica The Economist. Ainda é uma grande interrogação como será o mandato do recém-eleito Presidente. Para nós, aqui no Brasil, será importante entender se AMLO aproveitará o momento protecionista dos EUA e os problemas internos da União Europeia para intensificar o comércio com a América Latina. Registre-se: hoje, 80% das exportações do México têm como destino os EUA.

O ano de 2018, além das eleições no México, também contará com eleições no Brasil. Investidores estarão atentos a isto, dado o potencial de mexer com os mercados, é claro. Em termos políticos, vale frisar: aqui, assim como lá, também se percebe uma repulsa da sociedade a “tudo aquilo que está aí”. Não é por acaso que candidatos “extremos”, como Jair Bolsonaro (PSL) e Ciro Gomes (PDT), estejam hoje na liderança das pesquisas. A esta altura do campeonato, não importa ser “outsider”; importa parecer um. Neste quesito, entre os pré-candidatos mais competitivos à Presidência, Geraldo Alckmin (PSDB) talvez seja o menos “outsider” da lista.

Isto não quer dizer que Alckmin, o “construtor”, esteja fora do páreo. Pelo contrário: é bastante razoável supor que o tucano ganhará tração, às vésperas do 1o turno (7 de outubro), diante de tamanha exposição que terá na propaganda de rádio/TV. Este período começa 31 de agosto, e vai até dia 5 de outubro. Aliás, há quem diga que Alckmin poderia dobrar de tamanho, passando dos atuais 7-8% para algo mais próximo de 15% de intenções de voto. A conferir. Se isto acontecer, será aos 48’ do 2o tempo, e não antes disso.

Para quem está entre os mais céticos de que uma “virada tucana” possa se materializar (estou com um pé neste grupo), vale lembrar: hoje, o PSDB, se aliado ao PSD, PTB, PPS e PV, teria 25% do tempo de rádio/TV. Se conseguir o apoio do chamado “centrão” (PP, DEM, PRB e SD), passaria para 43%. Se somarmos o MDB à lista, atingiria aproximados 55% do tempo total. A sociedade dá sinais de “cansaço”, mas isto não pode ser ignorado. Aqui é que reside a importância de o PSL de Bolsonaro cravar uma aliança com o PR (algo que faria o seu tempo em rádio/TV passar de 0% para 6%); e o PDT de Ciro Gomes obter o apoio do PSB (passando de 10-11% para 28%).

Por outro lado, é válido lembrar: desde 1989, não houve finalistas na corrida presidencial que não tivessem, a estas alturas do campeonato (junho), ao menos 7% das intenções de voto. Alckmin, portanto, estaria no “limite”. A fragmentação atual não lhe favorece. O tucano, portanto, não tem margem para erros, e conta com os erros dos demais. Será importante observar quais alianças serão feitas nas próximas semanas. O período das convenções partidárias vai de 20 de julho a 5 de agosto. É como se estivéssemos passando da “fase de grupos” à de “mata-mata”.

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