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Mercados por TradingView

Mercados Hoje: o sistema vai reagir?

27 de março de 2018
Escrito por Ignacio Crespo
Tempo de leitura: 9 min
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Introdução: Assim como ontem, o alívio quanto à possibilidade de “guerra comercial” dá o tom. As bolsas sobem no exterior, após o S&P 500 ter tido o seu melhor dia desde agosto de 2015. Petróleo (brent) ao redor de US$70/barril. No Brasil, o TRF-4 negou os embargos da defesa de Lula. Mas não pode ser preso até, no mínimo, o dia 4 de abril. O BC, via ata, justificou o corte de juros da semana passada, e reforça a perspectiva de a Selic cair para 6,25% em maio.


CENÁRIO EXTERNO: MENOR TENSÃO COMERCIAL IMPULSIONA MERCADOS.

O “básico” dos mercados… As bolsas sobem na Europa, de forma generalizada, após ganhos na Ásia. Nos EUA, S&P futuro também sobe. É bom momento para ativos de risco. O dólar se valoriza frente a seus principais pares, e há um viés altista nas commodities. O brent oscila ao redor de US$70/barril. O minério de ferro subiu 1,3% na China, cotado a US$65,17/tonelada.

Estamos negociando… Receios de uma “guerra comercial” entre EUA e China diminuíram, após conversas entre o secretário de Tesouro americano, Steven Mnuchin, e o seu “par”, do lado chinês. As negociações incluem, do lado dos EUA, um pedido para que a China diminua as tarifas sobre carros americanos, e abra o seu mercado de serviços financeiros, segundo fontes ouvidas pela Bloomberg.

A “música” é outra… O índice acionário S&P 500, dos EUA, terminou ontem em alta de 2,52% — a maior alta diária desde agosto de 2015. O Dow Jones fechou com ganhos de 2,84%. O índice Nasdaq subiu 3,26%. Em meio à menor tensão comercial, os sinais emitidos desde Washington mudaram o tom dos mercados internacionais. Registre-se: até as ações do Facebook subiram (+0,42%), embora acumulem queda de 13,5% desde o último dia 16.

Na agenda de hoje… Nos EUA, 3 indicadores: (1) preços residenciais, sobre janeiro (10h); (2) sondagem industrial do Fed de Richmond (11h); e (3) confiança do consumidor (11h). Estes últimos 2 sobre o mês de março.


BRASIL: ATA DO COPOM JUSTIFICA NOVO CORTE DE JUROS.

Decisão do TRF-4… A 8ª Turma do TRF-4 negou ontem, por unanimidade, os embargos de declaração da defesa do ex-presidente. Ainda assim, por conta da decisão do STF na semana passada, Lula não poderá ser preso até, ao menos, o próximo dia 4 de abril (quando será julgado o seu HC). Vale lembrar: no TRF-4, ainda resta à defesa do petista o “embargo dos embargos” – algo que poderia lhe dar mais tempo.

“O que eu espero é que o sistema reaja proporcionalmente à gravidade dos fatos”, juiz Sérgio Moro, em entrevista ao programa Roda Viva, da TV Cultura

 

Lula fica inelegível… Lula, após decisão do TRF-4, já está inelegível, segundo avaliação do procurador regional eleitoral Luiz Carlos dos Santos Gonçalves, que atua em processos eleitorais que tramitam em segunda instância em São Paulo. A mesma opinião foi dada por Rodrigo Maia (DEM-RJ), presidente da Câmara. De qualquer forma, “se vai continuar recorrendo, se vai fazer o registro independente da lei e em posições divergentes a isso, aí é um problema dele”.

Dança das cadeiras… O governo estuda dar posse aos seus novos ministros de uma só vez. Ontem, chegamos a dizer que ao menos 9 deixarão os seus postos. Até que as mudanças sejam feitas, interinos devem permanecer no comando. E na Fazenda? Com a saída de Meirelles (que deve ir ao MDB), seguem as especulações sobre quem ocupará o seu lugar, até o final do ano. Os preferidos? Eduardo Guardia (favorito) e Mansueto Almeida.

Ata do COPOM: qual é o próximo passo? O documento , divulgado hoje pelo BC, reforça a expectativa de que, em maio (dia 16), o Copom voltará a cortar a Selic. Assim, deve passar de 6,50% para 6,25% ao ano. No parágrafo 21 da ata, comenta a mudança de cenário recente (uma inflação que tem sido mais baixa do que o antecipado) – algo que justificou o corte da semana passada, e a mudança de sinalizações (em relação ao Copom dos dias 6 e 7 de fevereiro).

Ata do COPOM: e depois? No parágrafo 22, o BC discute “os passos seguintes à próxima reunião”. Ou seja, aquilo que deve acontecer a partir do Copom de junho (dias 19 e 20). Nesse momento, o “horizonte relevante da política monetária” já estará concentrado em 2019. Embora acredite que o ciclo de cortes será interrompido, deixa claro que, dado o efeito defasado da política monetária, pode precisar mais tempo para avaliar suas ações. O nosso cenário-base? Veja o comentário em nosso blog.

Dados de crédito… Os dados de fevereiro, divulgados ontem pelo BC, mostraram uma queda do estoque de crédito sobre o PIB, de 46,6% em janeiro para 46,4%. A participação dos bancos públicos sobre o crédito total voltou a cair (de 54,1% para 54,0%). Ainda vemos uma expansão do crédito livre às famílias (PF) – passou a crescer 6,2% a/a, após 6,1%. E uma contração ainda mais forte do crédito direcionado às empresas (PJ) – que passou a contrair 11,3% a/a, após 11,1%.

Boletim Focus… Os dados saíram ontem, mas vale reforça-las, em nossa opinião. Afinal, agora, espera-se menos inflação para 2018 e 2019 (um IPCA de 3,57% e 4,10%, respectivamente). O PIB deste ano deve crescer 2,89% (o viés, em nossa opinião, já não é tão altista como era há alguns meses). Parece difícil crescermos muito mais do que 3%. Para 2019, o mercado ainda mantém uma projeção de 3%. Por fim, para câmbio e Selic, nenhuma novidade em relação à semana anterior. Mais detalhes na íntegra do Focus…

Na agenda de hoje… No front macro, o Tesouro divulga, à tarde, o resultado primário do governo central, sobre fevereiro. Após superávit de R$31,1 bi em janeiro, espera-se um déficit em torno de R$21 bi. Mais cedo, saiu a confiança da construção, pela FGV: +0,9% m/m em março, após -1,5% em fevereiro (série com ajuste sazonal). No front micro, pós-mercado, divulgam balanços CPFL, Marfrig e Sabesp.

E os mercados hoje? Assim como ontem, acreditamos que o melhor momento do exterior tende a contribuir para um viés mais positivo por aqui. Assim, temos uma perspectiva de alta em bolsa, e de baixa em DIs (também por conta da ata). Para o dólar, o dia tende a ser menos claro, dada a valorização da moeda americana lá fora. A percepção de risco país, medida pelo CDS de 5 anos, já recua pela manhã, ao redor de 166 pontos base (por volta das 8h30, horário de Brasília).

 

Ignacio Crespo – Economista


Sobre o fechamento do último pregão:

Ibovespa: +0,84%, aos 85.087 pontos;
Real/Dólar: +0,06%, cotado a R$3,314;
Dólar Index: -0,46%, 89,027;
DI Jan/21: -12 pontos base, 7,950%;
S&P 500: +2,72% aos 2.659 pontos.

Fonte: Bloomberg. Obs.: a taxa de câmbio utilizada é a referência da Bloomberg


EMPRESAS:

Locamerica: Mais um forte resultado no 4T17 com crescimento da divisão de seminovos.
Impacto: Positivo.

Luis Gustavo Pereira – Estrategista


Jornais:

Folha de São Paulo
– Tribunal rejeita embargo e mantém condenação de Lula
– Moro diz esperar que Rosa Weber não revise prisões
– Estados Unidos e UE expulsam russos e abrem crise com Putin
– Esquerda critica a Netflix por série sobre a Lava-Jato

O Estado de São Paulo
– Corte nega recurso e TSE deve enquadrar Lula como “ficha-suja”
– Bancos passam a procurar clientes para oferecer crédito
– Diárias viram “auxílio-moradia” na USP e Unesp
– Meirelles vai deixar Fazenda, afirma Temer

O Globo
– Forças Armadas reforçam patrulhamento de rua
– Lula perde recurso no TRF-4 e passa a ser ficha-suja
– Condenados da Lava-Jato devem copiar estratégia
– BC favorece uso do cartão de débito

Valor Econômico
– Receita de imposto sindical cai 80% na área patronal
– Banco eleva juro, mesmo com Selic no menor nível
– Mais R$ 250 bi por ano para a infraestrutura
– Nome para a Caixa já terá o aval do BC

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