Semana passada tive o prazer de participar de um café da manhã com Gustavo Franco (ex-presidente do Banco Central e um dos criadores do Real). O objetivo do evento era mostrar quais são os prováveis cenários do país. Deixo aqui as minhas conclusões para que você também enxergue quais são nossos possíveis caminhos.

Cenário econômico

O cenário econômico dificilmente terá mudanças bruscas até o novo presidente assumir. Após a próxima reunião do COPOM, Comitê de Política Monetária, o governo deve manter os dados inalterados na espera das diretrizes do novo governo. Tanto a taxa de juros quanto o preço do dólar devem manter-se nos patamares atuais. 

Se o governo Michel Temer tivesse exposto os problemas que levaram o país a entrar em crise, poderíamos ter um clima mais otimista no mercado brasileiro. É uma pena que isto não tenha acontecido, pois estamos com a meta da Taxa Selic em mínima histórica e com a inflação controlada, o que cria um cenário muito bom para quem assumir o governo.

Os juros baixos ainda não se concretizaram em um spread bancário menor, pois o crédito em nosso país ainda é muito direcionado para alguns setores via BNDES. Além disso seria importante alguns ajustes de compulsório dos Bancos.

Cenário Político

O cenário político passa por um momento com muitas indefinições, mas a maior probabilidade ainda é que tenhamos um governo de centro com uma possível aliança de Geraldo Alckmin e Henrique Meirelles. 

Um governo com este perfil provavelmente manterá a agenda de controle da inflação, mas sem uma proposta de abertura econômica de verdade, com privatizações tímidas e reformas, como a da previdência, sem novidades. Outro provável movimento é uma maior apreciação do Real frente ao Dólar.

A leitura deste cenário é difícil, pois a esquerda ainda não tem um nome definido para a disputa e a extrema direita vem com o nome do Bolsonaro muito forte. Além desta falta de definição dos participantes da corrida eleitoral, o fator internet e mídias sociais pode ser um diferencial nas campanhas.

Vejo que, no momento, é importante não realizar mudanças drásticas nas carteiras de investimentos até que se tenha uma definição de quem será o próximo presidente. A volatilidade de ativos de renda variável deve permanecer alta e o cenário de taxa de juros e câmbio estável. Mantenha-se fiel ao seu planejamento financeiro e conte com a ajuda de um profissional como guia de seus investimentos.