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Mercados por TradingView

Sem Lula, como fica a política? E o Ibovespa?

5 de abril de 2018
Escrito por Ignacio Crespo
Tempo de leitura: 4 min
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Após decisões de STF e Moro, como fica o cenário político? Quais são as perspectivas para o Ibovespa?

No atual momento não podemos deixar de lado o cenário político. A corrida eleitoral segue sendo importante para mexer com os mercados. A decisão do Supremo Tribunal Federal, STF, surpreendeu parte dos investidores e deve ter mais desdobramentos à frente. Neste ambiente, como ficam as nossas perspectivas para os mercados locais? Dito de outra forma: qual a perspectiva para o Ibovespa? A seguir, alguns pontos sobre política. E um pouco sobre a tendência dos mercados, em nossa opinião.

Lula tem HC rejeitado… O plenário do STF rejeitou por 6 x 5 o pedido de habeas corpus (HC) da defesa do ex-presidente Lula. A ministra Rosa Weber acabou votando contra o HC. A sessão durou pouco mais de 10 horas. No final do julgamento, quando estava 5×5, coube à presidente do Supremo, Cármen Lúcia, o voto do desempate. Mas o voto de Rosa Weber já indicava o desfecho…

“As vozes individuais são importantes no debate, mas uma vez estabelecida uma voz coletiva através de decisões majoritárias – melhor seriam unânimes -, essa passa a ser a voz da instituição”, ministra Rosa Weber.

“Os próximos dias serão de muita tensão dentro do STF. Há um clima ruim entre os ministros. A composição da Corte está rachada ao meio. Nesse cenário imprevisível, o mais acertado é ter no radar que essa novela sobre Lula ainda não terminou no STF. Haverá novos rounds”, DRIVE, editado por Fernando Rodrigues (5 de abril).

 

Pressão aumentará… Tende a aumentar a pressão do PT sobre a ministra Cármen Lúcia, para que ela coloque em pauta o julgamento das chamadas “Ações Declaratórias de Constitucionalidade” (ADCs) sobre a prisão após condenação em 2ª instância. Aliás, no julgamento do HC de Lula, a ministra já foi cobrada pelos ministros Gilmar Mendes, Marco Aurélio e Ricardo Lewandowski. Cármen Lúcia saiu vitoriosa, apenas da votação apertada, mas deve continuar sob pressão…

Para Lula, vem mais pela frente… Vale lembrar que Lula enfrenta ainda outros 9 processos. A próxima decisão da Justiça envolverá o recebimento de um terreno pela Odebrecht, onde seria construída a nova sede do Instituto Lula, e uma cobertura vizinha ao apartamento dele, em São Bernardo do Campo. A previsão é de que a decisão do juiz Sérgio Moro, nesse caso, saia ainda no 1º semestre deste ano. Será mais um empecilho na vida política no ex-presidente…

E agora? Como fica a corrida eleitoral?

Incertezas continuam… Sem Lula na corrida eleitoral – cenário que, independente da sua prisão, já vínhamos antecipando –, o quadro segue ainda bastante aberto. Aliás, aumenta, consideravelmente, o percentual de votos “brancos/nulos + indecisos”. Segundo a última pesquisa CNT/MDA, quase 40% dos votos estão nesta “categoria”1. Por outro lado, quando Lula é considerado este percentual recua para 25%, aproximadamente.

Quem ganha com a saída de Lula? Jair Bolsonaro (PSL) ainda lidera, consolidando-se na liderança, e a 2ª colocação segue sendo disputada por Marina Silva (REDE), Alckmin (PSDB) e Ciro Gomes (PDT). Cresceu a expectativa pela candidatura de Joaquim Barbosa, que poderia filiar-se ao PSB (apesar de resistências de Pernambuco e SP). Barbosa não tem experiência em campanhas, mas tem uma espécie de selo do “novo” e de “combate à corrupção”. Se Bolsonaro não comer grandes erros à frente, ainda parece possível termos, num 2º turno, um cenário “Bolsonaro + 1”.

E o PT? Qual é o plano B? Embora uma corrente defenda o apoio a Ciro Gomes, parece-nos que os petistas devem optar por uma candidatura própria. Hoje, o nome mais forte é Fernando Haddad. Outros 3 nomes viriam logo atrás: o ex-governador da Bahia, Jaques Wagner; o ex-governador do Rio Grande do Sul, Tarso Genro e; o ex-ministro do Desenvolvimento Social, Patrus Ananias.

E os nossos investimentos com isto?

Neste ambiente, seguirá sendo importante monitorar as pesquisas de intenção de voto que virão pela frente. Como evoluirão os nomes de “centro” até aqui fragmentados? Temer manterá a sua intenção de concorrer e defender o “legado”? Barbosa entrará na briga? Haverá um acordo entre Ciro e PT? Huck, de fato, ficará de fora? Qual será o poder de Lula para transferir votos? Alckmin, finalmente, deslanchará? Ainda vemos um período de volatilidade pela frente.

A despeito das incertezas que ainda temos, mas considerando um nome que possa dar continuidade às políticas econômicas atuais, ainda vemos boas perspectivas para os mercados locais. Aqui consideramos que não teremos grandes percalços nos mercados internacionais. Com relação à bolsa, a perspectiva mais positiva que temos continua – perspectiva, diga-se de passagem, que temos mantido como “positiva” desde meados de 2016.

Vale salientar: o front macro segue favorável – economia em recuperação, juros baixos, e inflação sob controle -, e as empresas devem continuar a ter bom desempenho à frente. Tal incerteza política, diga-se de passagem, não tem impossibilitado um bom desempenho da bolsa, por exemplo.

Registre-se: o Ibovespa, desde o início de 2017, sobe 40%, contra 34% das bolsas dos emergentes como um todo2, considerando os índices em dólares americanos. E isto não impossibilitou que as projeções de lucros das empresas tenham sido revisadas para cima. Só em 2018, o lucro por ação, considerando as empresas do Ibovespa, subiu 10%.

 

Observações:

1-Considerando pesquisa estimulada, para o 1º turno, realizada entre os dias 28 de fevereiro e 3 de março;

2-Considerando o índice MSCI Emerging Markets.

 

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