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O que é CDI e como ele se relaciona com o seu dinheiro?

3 de abril de 2023
Escrito por Guide Investimentos
Tempo de leitura: 11 min
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ilustração de uma calculadora, celular e papéis de análise

O mercado financeiro apresenta diversas siglas e termos incomuns às pessoas que não são familiarizadas com ele. Dessa maneira, os investidores iniciantes podem ter dificuldades em entender os conceitos e como eles se relacionam com os investimentos e com o dinheiro.

Pensando nisso, você sabe o que é o CDI? Essa sigla é encontrada frequentemente ao apresentar a rentabilidade dos títulos de renda fixa. Por esse motivo, é fundamental entender o que é e como ela interfere na sua carteira de investimentos.

Que tal aprender mais sobre o assunto? Continue a leitura deste guia financeiro e saiba mais sobre o CDI!

O que é CDI?

O Certificado de Depósito Interbancário, mais conhecido como CDI, está relacionado aos empréstimos feitos entre as instituições financeiras. Esse índice se refere à média das taxas de juros praticadas nessas operações, servindo como referência para outras transações.

Nesse contexto, vale a pena saber por que os bancos realizam empréstimos entre si. Por determinação do Banco Central (Bacen), as instituições financeiras no país são obrigadas a terminar o dia com saldo positivo. Trata-se de uma regra que visa manter a estabilidade do sistema financeiro nacional.

Dessa maneira, as instituições financeiras recorrem diariamente ao mercado interbancário para tomar valores emprestados e evitar que elas fiquem com saldo negativo. Em geral, isso acontece quando há mais saques e transferências do que a entrada de dinheiro por meio de depósitos e pagamentos.

Nesse momento, uma instituição recorre a outra, tomando um empréstimo lastreado no certificado de depósito interbancário. Os juros praticados no crédito tomado dão origem à taxa de Depósito Interbancário (DI), como também é conhecido o CDI.

Como essa taxa é determinada?

Ao saber o que é o CDI, você pode ter interesse em entender como essa taxa é determinada. Na prática, ela é calculada e divulgada pela B3, considerando a média de juros das operações interbancárias.

Pelas características da taxa DI, ela fica bastante próximo à Selic, que é a taxa básica de juros da economia, definida pelo Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom). Sendo assim, é natural que as flutuações da Selic impactem o CDI.

Qual é a relação entre CDI e os investimentos financeiros?

Após entender como o CDI é calculado, é o momento de descobrir como ele se relaciona com os investimentos. Para começar, vale ressaltar que o cidadão comum não pode investir diretamente em um Certificado de Depósito Interbancário.

No entanto, as instituições financeiras podem utilizar o índice para definir a taxa de rentabilidade de alguns tipos de investimentos. Isso porque o índice DI tornou-se uma taxa de referência de rendimentos no mercado financeiro, sobretudo entre as alternativas de renda fixa.

Assim, ele interfere diretamente no percentual de remuneração de títulos privados e pode atuar como benchmark para fundos de investimentos, por exemplo. Por esse motivo, o índice não é de interesse somente das instituições financeiras, mas também dos investidores.

Para melhor compreensão, é interessante considerar um exemplo. Suponha que um investimento ofereça rentabilidade de 100% do CDI. Isso significa que o investidor terá um retorno equivalente à taxa média dos juros praticados nos empréstimos interbancários.

Portanto, se em determinado período o rendimento mensal do CDI for de 1%, esse valor representaria os 100% do CDI no mês. Dessa maneira, as alternativas atreladas ao índice são sensíveis às suas variações.

Além disso, a porcentagem do CDI varia conforme o emissor e o prazo de vencimento do título. Logo, é comum que os investimentos de longo prazo apresentem taxa de rentabilidade mais atrativa, quando comparados aos que possuem liquidez diária.

Quais são os principais investimentos atrelados ao CDI?

Como foi possível entender, os investimentos de renda fixa são os mais impactados pela oscilação do CDI, especialmente aqueles com rentabilidade atrelada ao índice. Desse modo, é importante conhecer as alternativas que têm a taxa DI como referência de retorno.

A seguir, saiba quais são os principais investimentos relacionados ao CDI!

CDBs

O certificado de depósito bancário (CDB) é um título emitido pelos bancos com o objetivo de captar dinheiro para o financiamento das suas atividades. Desse modo, essas instituições financeiras podem pagar dívidas ou oferecer linhas de crédito, como empréstimos e cartões, aos seus clientes, por exemplo.

Assim como outros títulos de renda fixa, o CDB funciona como um empréstimo do investidor para o emissor que, em troca, paga os juros nas condições combinadas. Nesse sentido, vale saber que existem 3 tipos de rentabilidade:

  • prefixada: paga uma taxa fixa ao investidor, que é conhecida no momento da aplicação:
  • pós-fixada: o rendimento é atrelado a um índice de referência do mercado, geralmente, o CDI;
  • híbrida: apresenta uma taxa fixa e um rendimento que segue um índice de mercado. Porém, aqui, o mais comum é o Índice de Preços ao Consumidor Amplo, o IPCA.

Como foi possível conferir, o título com rentabilidade atrelada ao CDI costuma ser o pós-fixado. Nesse caso, antes de investir, não é possível calcular os rendimentos exatos que serão recebidos no momento do resgate. Em relação à segurança, os CBDs são cobertos pelo Fundo Garantidor de Créditos (FGC).

LCIs e LCAs

As letras de crédito imobiliário (LCIs) e as letras de crédito do agronegócio (LCAs) também são títulos emitidos por bancos, assim como os CDBs. Dessa maneira, o seu funcionamento é semelhante, inclusive as condições de rentabilidade, como a pós-fixada atrelada ao CDI, e a cobertura do FGC.

Contudo, o que difere essas aplicações dos CDBs é o destino do dinheiro levantado com a emissão dos títulos. Como o capital recolhido serve para financiar os setores econômicos correspondentes a cada uma delas, as LCIs fomentam o mercado imobiliário e as LCAs o agronegócio brasileiro. Por esse motivo, elas são isentas de Imposto de Renda para pessoas físicas.

CRIs e CRAs

Os certificados de recebíveis do agronegócio (CRAs) e os certificados de recebíveis imobiliários (CRIs) são títulos emitidos por securitizadoras. Por sua vez, essas instituições não financeiras são responsáveis por adquirir direitos creditórios, transformá-los em investimentos e disponibilizá-los no mercado.

Então o funcionamento desses títulos é diferente daqueles apresentados, já que os ganhos estão atrelados a uma promessa de pagamento futuro. No entanto, as condições das aplicações podem ser parecidas com os demais títulos, incluindo a rentabilidade atrelada ao CDI.

Além disso, é importante saber que os CRIs e os CRAs pretendem ajudar a fomentar os respectivos setores da economia: imobiliário e agronegócio. Então eles também são isentos de IR para pessoas físicas. Por outro lado, eles são menos seguros, pois não tem cobertura do FGC.

Fundos referenciados DI

Os fundos referenciados DI, ou fundos DI, são veículos compostos pelo capital financeiro de diversos investidores, chamados cotistas. Desse modo, eles funcionam como um condomínio de investimentos, em que há um gestor para manejar a carteira conforme a política de alocação.

No caso dos fundos DI, a estratégia consiste em investir a maioria de seu capital em títulos de renda fixa atrelados ao CDI ou à taxa Selic. Consequentemente, a taxa DI serve como benchmark para o fundo, que entregará um desempenho semelhante ao índice.

Como investir em títulos atrelados ao CDI?

Você acabou de conhecer os principais títulos atrelados ao CDI. Por isso, vale a pena saber como investir nessas aplicações.

A seguir, veja os pontos que você deve considerar antes de investir!

Perfil de investidor

Para começar, é preciso identificar o seu perfil de investidor, que mensura o seu nível de tolerância aos riscos. Nesse sentido, os títulos de renda fixa costumam interessar os investidores com perfil conservador.  Afinal, eles têm menos tolerância aos riscos.

Contudo, essas alternativas também podem fazer parte da carteira de qualquer investidor que busque aumentar o nível de segurança do seu portfólio, por exemplo.

Ainda, vale destacar que  nem todo produto de renda fixa indexado ao CDI tem baixo nível de risco. Os CRIs e os CRAs, por exemplo, não contam com garantias, como aquelas oferecidas pelo Governo nos títulos públicos ou pelo FGC, que protege determinadas aplicações emitidas pelos bancos.

Dessa maneira, esses títulos tendem a ter um risco de crédito mais elevado — que é o risco de não receber o pagamento da aplicação. Por essa razão, as taxas de rentabilidade costumam ser mais atraentes.

Por isso, antes de começar a investir em títulos de renda fixa, é importante fazer uma análise aprofundada das alternativas escolhidas para compor a sua carteira de investimentos. Isso envolve analisar a saúde financeira dos emissores, além dos prazos e condições de resgate.

Objetivos financeiros

Os títulos de renda fixa indexados à taxa DI também podem ser uma alternativa interessante para todos os investidores em relação aos objetivos que eles pretendem atingir. Afinal, antes de investir, é preciso considerar os seus planos financeiros, que podem se alinhar às aplicações pós-fixadas.

Por exemplo, imagine que a sua intenção é montar uma reserva de emergência — um montante destinado a cobrir imprevistos financeiros. Nesse caso, um CDB pós-fixado com liquidez diária pode atender às suas necessidades, pois ele permite retirar o dinheiro a qualquer momento.

Como toda pessoa deve ter uma reserva de emergência, os títulos atrelados ao CDI podem fazer parte da sua carteira de investimentos, independentemente do seu perfil de investidor.

Afinal, como o CDI se relaciona com o seu dinheiro?

Até o momento, você entendeu como o CDI se relaciona às aplicações financeiras, conferiu alternativas atreladas a ele e descobriu como investir nelas. Agora, é hora de saber como esse índice se relaciona com o seu dinheiro.

Como foi possível compreender, o CDI tem um percentual semelhante à Selic — ligeiramente mais baixo, de modo geral. Logo, em cenários de juros em queda, o retorno dos investimentos indexados ao índice tende a ser menor.

Em contrapartida, em momentos de alta da taxa Selic, essas aplicações se beneficiam por oferecerem remunerações mais atraentes. Também cabe ressaltar que mesmo os títulos prefixados e híbridos podem ter a rentabilidade impactada pelo CDI, de forma indireta.

Isso porque os emissores costumam se basear nos índices que regem as taxas pós-fixadas para manter a competitividade da aplicação. Então se o CDI está em alta, é preciso que a taxa dos títulos prefixados ofereça retornos interessantes para que os investidores se atraiam por eles.

Portanto, independentemente dos títulos de renda fixa inclusos em sua carteira de investimentos, a flutuação do CDI pode interferir nos resultados obtidos. Dessa maneira, a taxa DI pode ter uma relação direta com o seu dinheiro.

Como verificar o valor do CDI hoje?

Com todas essas informações sobre o CDI, é possível que você queira saber como verificar o valor dessa taxa. Afinal, como você aprendeu, ela pode influenciar os seus retornos na renda fixa e, consequentemente, a sua carteira.

Nesse caso, saiba que o CDI é atualizado diariamente e essa informação é disponibilizada na página da B3. Nela, o investidor também pode consultar a série histórica da taxa DI, que teve início em 1986.  Logo, quem possui aplicações indexadas a ele pode acompanhar facilmente suas variações e evolução ao longo do tempo.

Como projetar o percentual do CDI?

Você também pode ter curiosidade para entender como projetar o índice para os próximos meses e tomar decisões de investimento melhores. Como foi possível aprender, o CDI e a Selic seguem próximos. Ou seja, para saber a previsão da taxa DI, é preciso analisar as perspectivas para a taxa básica de juros.

Se o Brasil vive um movimento de alta da Selic para conter a inflação, por exemplo, a perspectiva é que o desempenho do CDI permaneça elevado. Porém, caso haja uma expectativa de baixa da taxa de juros, é possível prever que o índice DI também reduzirá o seu percentual.

Ademais, você pode consultar o Relatório Focus, que apresenta as expectativas do mercado para os principais indicadores econômicos utilizados no país, entre eles a taxa de juros. Esse documento é publicado pelo Banco Central toda segunda-feira.

Neste artigo, você descobriu o que é o CDI e como ele impacta no seu dinheiro investido. Além disso, foi possível conhecer os títulos atrelados a essa taxa. Com essas informações, é mais fácil analisar a sua carteira para entender como o índice afeta os seus investimentos.

Quer ampliar seus conhecimentos sobre o mercado financeiro? Conte com o time de assessores da Guide Investimentos e conheça outros tipos de investimentos!

Selo de iniciativa apoiada da B3, a bolsa brasileira.
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