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Muitos faróis e nenhuma direção apontada: Eleições 2018

5 de junho de 2018
Escrito por Terraco Econômico
Tempo de leitura: 3 min
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A eleição está a uma copa do mundo de distância. Assim que acabar o mundial que se inicia na semana que vem, o país começará a discutir sobre a política e, consequentemente, sobre seu próprio futuro. O problema é que, até agora, não temos a menor ideia de qual porto a política brasileira irá se atracar ao final de outubro: os faróis (pesquisas eleitorais) parecem não indicar nenhum ponto certo ainda. Esquerda, direita, populismo barato ou ideias de verdade: por ora tudo parece possível.

As pesquisas deveriam nos informar alguma coisa, mas por enquanto não informam nada. Lula ainda é um nome que é ventilado nas pesquisas e quase sempre consegue a liderança, seguido por Bolsonaro. Apesar disso, é importante lembrar que o petista não está na disputa, por estar preso e já ser condenado em segunda instância (este segundo fator, pela lei da ficha limpa, o coloca fora do jogo). Como a distância da dupla Lula-Bolso é grande em relação a todos os demais candidatos, o jogo continua aberto. Aliás, a essa altura, em todas as eleições do pós-redemocratização, o candidato vencedor já aparecia com grande destaque em todas as pesquisas.

São Paulo

Para ilustrar a situação de navio ainda a deriva, vamos ver a última pesquisa presidencial do IBOPE feita no estado de São Paulo, um tradicional reduto do PSDB. O resultado continua sendo intrigante, e corrobora com a tese acima, o jogo ainda está aberto.

Lula lidera a disputa com 23% das intenções de votos, em seguida vem Bolsonaro com 19%, um resultado que colocaria ambos, confortavelmente, em um segundo turno. Logo atrás, vem Alckmin com 13% (um número excelente, quando comparado com o último Datafolha nacional, onde ele tem apenas 6% com Lula e 7% quando Lula é expurgado), logo depois vem Marina com 9% e Ciro com apenas 3%. O que surpreende é a quantidade de brancos e nulos que chega a 21%, além de outros 5% de eleitores que disseram não saber ou não quiseram responder. É válido pensar que existe mais de 25% de votos a serem conquistados pelos candidatos.

No cenário sem Lula, Bolsonaro não engorda nada e se mantém com 19% das intenções, o que indica, pelo menos em São Paulo, o maior colégio eleitoral do país, que não existem eleitores em comum que votariam tanto em Lula quanto em Bolsonaro. Marina ganha 2% e vai para 11%, Ciro sobe 5p.p para 7% (o principal beneficiário da saída de Lula). No lugar de Lula aparece Haddad com apenas 3%, um sujeito amplamente conhecido pelo eleitorado paulista. O que é impressionante, também nesse cenário, é o enorme número de brancos e nulos, que vai para 27%, além dos 4% que não sabiam ou não quiseram responder – ou seja, 31% dos votos ainda sem definição.

Rio de Janeiro

Vejamos também a pesquisa realizada pelo Paraná Pesquisas no Rio de Janeiro na primeira quinzena de maio. Novamente, o resultado é uma certa roleta russa.

Em um cenário com Lula na disputa, ele e Bolsonaro ficam muito próximos: o deputado fica com 25% e o ex-presidente com 21%. No caso em que Lula não aparece como opção, Bolsonaro aumenta sua margem, chegando a 27% dos votos, seguido por Marina Silva com 13%, Ciro Gomes com 10% e, Fernando Haddad saindo pelo PT, com 1,6% (o que é menor do que a intenção de votos de Michel Temer, de 2,20% neste caso).

Se por um lado temos Bolsonaro como possível vencedor do pleito, o que levanta as incertezas porque seu discurso recente e suas ações como deputado são muito diferentes (o discurso é liberal, enquanto as ações e votos são em média a favor do tamanho do Estado sobre a economia), temos que mesmo este candidato não pode ser dado como vencedor com certa antecipação porque a saída de Lula da disputa abre uma imensa janela de brancos, nulos e indecisos. Ou seja: o resultado deverá ser o mais imponderável desde a redemocratização.

Essa imprecisão se traduzirá em incerteza. E já sabemos o que acontece por aqui quando essa incerteza é generalizada. Com muitos faróis e nenhuma direção aponta, é bem difícil imaginar que o navio Brasil não enfrente fortes ondas até o fechar das urnas em outubro (em primeiro ou segundo turno).

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