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Mercados por TradingView

Economia brasileira: a paz voltou, por enquanto…

4 de julho de 2018
Escrito por Victor Candido
Tempo de leitura: 2 min
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As últimas semanas foram tensas para os mercados financeiros brasileiros, muito tensas. Uma série de fatores negativos se aglutinaram na frágil atmosfera da economia brasileira criando uma verdadeira tempestade perfeita. Após algumas semanas de alta volatilidade e saldão de ativos, as coisas parecem estar retornando a um cenário de maior paz nos mercados locais. Mas a trégua pode ser curta.

O estopim dos bruscos movimentos do mercado foi a greve dos caminhoneiros e a forma que o governo foi encurralado, mostrou a fragilidade política e colocou em dúvida, novamente, a capacidade de se arrumar as contas públicas e a independência operacional da Petrobras, principalmente no que tange ao controle de preços, ao mesmo tempo que a liquidez global começou a diminuir (FED subindo juros e o ECB sinalizando que está bem próximo de encerrar seus programas de aumento de liquidez também) e, por consequência, países mais frágeis como Argentina e Turquia quase foram à lona, sendo que os hermanos tiveram, mais uma vez, que recorrer ao FMI.

Apenas para ilustrar a frustração com a economia brasileira, acumulada ao longo deste ano, em janeiro a média das expectativas de crescimento estavam próximas de 3%, agora estão em 1,55%. O Brasil já não empolga tanto em 2018.

 

Toda essa salada mista acertou em cheio o preço dos ativos brasileiros. Desencadeando movimentos de forte subida do dólar, que foi a patamares próximos de R$3,95, a bolsa derreteu de 87.673 (no pico dos últimos 12 meses) para menos de 70.000 pontos, um tombo superior a 20%. Sem falar dos juros futuros que passaram a refletir riscos e dúvidas enormes com a economia brasileira. Inclusive, chegando a embutir a probabilidade de que o Banco Central subisse juros ainda esse ano, em uma conjuntura de baixa inflação e baixíssima atividade, um cenário de cauda muito negativo.

 

Movimentos de pânicos são relativamente comuns, e são sempre corretivos, isto é, levam rapidamente os ativos para os preços que o mercado considera justo naquele momento, porém, em muitos desses movimentos a correção pode ser exagerada, abrindo margem para uma segunda correção, que leva os preços para patamares mais equilibrados, e com menor volatilidade. Aparentemente estamos nesse estágio agora.

O Banco Central vem agindo ao colocar no mercado maciças quantidades de swaps cambiais para controlar a volatilidade do câmbio, e parece que conseguiu. Os juros futuros também se acalmaram, em parte pela atuação do tesouro nacional que agiu no mercado de títulos do governo (juros reais) e conseguiu também diminuir a volatilidade das taxas de juros dos títulos do governo. Por fim, com a correção de preços e novas notícias, as ações brasileiras voltaram a preços atrativos, o que animou um ainda tímido movimento de compras.

Outras notícias, como o aumento da rejeição a candidatos, que aparentemente não farão as reformas necessárias, ao mesmo tempo que candidatos com perfil mais reformista começam a ganhar alguma força nas pesquisas.

Porém, tudo isso pode mudar rapidamente, com o começo da campanha eleitoral, pra valer mês que vem. Aqui mora o grande gerador de incertezas. E o possível gatilho para um novo movimento de correção de preço dos ativos.

A trégua é bastante frágil, mas por enquanto, a paz voltou.

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