Introdução: No exterior, melhorou o ambiente para ativos de risco. As bolsas dos EUA sobem, enquanto os mercados na Europa encerraram com ganhos. Lá fora, o dólar segue mais forte. Dados do mercado de trabalho americano vieram mistos, mas a perspectiva de alta de juros por lá continua de pé. Aqui, no Brasil, o Ibovespa acompanha a melhora de humor dos mercados externos. O Ibovespa sobe, e o dólar recua neste início de tarde. Guardia, da Fazenda, chama atenção à agenda do governo.

CENÁRIO EXTERNO: Dia de menor aversão a risco.

O “básico” dos mercados… O dólar ainda se valoriza frente às principais moedas (embora tenha passado por maior volatilidade pós-divulgação de dados nos EUA), e os juros das Treasuries sobem (10 anos ~2,94%). A maioria das commodities tem sessão mais negativa, com a exceção do petróleo (o brent oscila entre US$ 74-75/barril). Nos EUA, tanto o S&P 500 quanto o Dow Jones sobem. O índice VIX, um termômetro da aversão a risco, recua pouco mais de 5% hoje.

EUA: criação de empregos… Os dados de empregos frustraram àqueles que esperavam uma criação forte de vagas em abril. Foram 164 mil novos empregos, frente à expectativa de criação de 193 mil vagas (falamos disto no Mercados Hoje). O saldo do mês anterior, no entanto, foi revisado para cima, de 135 mil para 164 mil. Com isto, a média móvel de 3 meses registrou um leve recuo, de 212 mil em março para 208 mil em abril.

EUA: taxa de desemprego… Do lado mais positivo, temos que o desemprego recuou de 4,1% para 3,9% em abril, abaixo dos 4,0% esperados. A última vez que atingiu este patamar foi em dezembro de 2000. À frente, ainda espera-se uma queda desta taxa. Num texto do final de março (“Juros americanos: de 25 em 25, cada vez mais altos…”), falamos que esta taxa continuaria a cair, possivelmente rumo aos 3,6% até o final de 2019.

EUA: salários… Do lado mais “negativo”, poderíamos citar que a média dos salários-hora subiu 0,1%, ligeiramente abaixo dos 0,2% esperados pelo mercado. No entanto, a média dos salários-hora do mês anterior foi revisada para cima, de 0,2% para 0,3%. Isto reforça, em nossa visão, o viés da inflação americana mais forte para 2018. No curto prazo, espera-se que a inflação continue a oscilar próximo à meta. Falamos disto num outro texto do blog (“Quem tem medo de juros mais altos?”).

A semana da maçã… Os papéis da Apple atingiram seu recorde histórico, cotados acima de US$ 183/ação. O movimento reflete a notícia de que a empresa de Warren Buffet teria comprado 75 milhões de ações da fabricante do Iphone. A semana, que já era positiva para a Apple, após reportar numéros mais fortes no 1º tri, ficou ainda melhor…

Ainda na agenda de hoje… Investidores também permanecem atentos a 2 discursos importantes do Fed: Quarles (18h30) e Kaplan (21h) falam sobre a economia do país.

BRASIL: Mercados reagem ao exterior.

Mercados… O Ibovespa, puxado pelo melhor momento no exterior, sobe, e oscila entre 83-84 mil pontos. No ano, mantém desempenho positivo próximo de 10%. Neste início de mês, entranto, o índice permanece com uma desvalorização ao redor dos 3%. Apesar do dólar ainda forte no exterior, o real se valoriza frente à moeda dos EUA, após iniciar o dia em baixa. A percepção de risco país, medida pelo CDS de 5 anos, também recua (pouco mais de 2%, abaixo dos 186 pontos base).

Novidades na bolsa… A B3 divulgou a 3ª prévia do Índice Bovespa, que entra em vigor de 07 de maio até 31 de agosto. A prévia registrou a entrada da B2W Digital, CVC e Gol, totalizando 67 ativos (sendo 64 empresas no geral). Os 5 ativos de maior peso na composição do índice foram: Vale ON (11,23%); Itaú Uunibanco PN (10,44%); Bradesco PN (7,734), Ambev ON (7,06%) e Petrobras PN (6,73%).

Um pouco mais sobre a bolsa: altas… Entre as altas, permanecem os papéis da Lojas Renner e IRB, após apresentarem um balanço do 1º tri acima da expectativa dos analistas (veja mais no Guide Empresas). Petrobrás também é destaque de alta, e avança em linha com a valorização do petróleo.

Um pouco mais sobre a bolsa: baixas… Entre as baixas, destaque para Cielo, que recua ainda por conta de números decepcionantes do 1T18. Também chama a atenção a forte queda dos papéis do Banco Inter, pressionados pela notícia de liquidação extrajudicial do Banco Neon.

Sobre o Banco Neon… A decisão do BC foi anunciada hoje. Assim, o BC retira o banco digital do sistema financeiro e interrompe as suas atividades. Os motivos alegados seriam situação financeira comprometida e “graves violações” às normas legais e regulamentares. O patrimônio da empresa está negativo em R$ 28 milhões.

Vai passar… O projeto que cria o chamado cadastro positivo deve ser aprovado na semana que vem. Rodrigo Maia (DEM-RJ), presidente da Câmara, enfatizou o tema em conversa com Eduardo Guardia, ministro da Fazenda: “Já temos maioria”, teria dito Maia. O projeto está parado no Congresso, e em regime de urgência desde março.

Sobre a agenda do governo: tempos (ainda) difíceis… Ainda destacamos a desafiadora missão da agenda econômica, comandada agora por Guardia. A pauta de prioridades defendida pelo Ministro tem 3 projetos que hoje são considerados de dificílima aprovação no Congresso: (i) privatização da Eletrobras; (ii) autonomia do BC; e (iii) reoneração da folha de pagamentos.

E se não passar? Se nenhuma das pautas econômicas prioritárias for aprovada no Congresso é provável que o 2º semestre seja de um aperto “mais forte” nas contas públicas. Guardia tem feito apelos para que a pauta econômica não fique estagnada, às vésperas das eleições. Tem tarefa difícil pela frente.

Sobre as oscilações do pregão:

Ibovespa: : +0,35%, aos 83.582 pontos;
Real/Dólar: -0,28%, cotado a R$3,518;
Dólar Index: +0,14%, 92,545;
DI Jan/21: +02 pontos base; 8,020%;
S&P 500: +1,18%, aos 2.661 pontos.

*Por volta das 14h24, horário de Brasília. Obs.: a taxa de câmbio utilizada é a referência da Bloomberg.

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