Introdução: As bolsas da Europa encerraram o dia em baixa, e os mercados de NY seguem este movimento. Investidores acompanham os impasses comerciais envolvendo EUA e China. Quanto às commodities, em dia de dólar em alta, segue o viés mais negativo. Por aqui, o Ibovespa reverte as perdas do início do dia, e opera em ligeira alta. DIs operam com pressões baixistas, se ajustando a decisão do BC. Do lado político, os agentes de mercado acompanham o julgamento do STF.

CENÁRIO EXTERNO: MERCADOS EXTERNOS SOB PRESSÃO.

O “básico” dos mercados… As bolsas da Europa encerraram o dia com viés negativo. O índice Stoxx 600, por exemplo, recuou ao redor de 2%. É a 5ª queda consecutiva, considerando o índices em dólares. Nos EUA, o dia não é dos mais favoráveis. As bolsas de NY seguem no vermelho. O dólar se valoriza frente às moedas do G-10 e a maioria dos emergentes. Investidores buscam maior proteção, em meio às possíveis guerras comerciais envolvendo China e EUA. É neste contexto que a maioria das commodities tem viés baixista, com a exceção do ouro, por exemplo.

Uma guerra de US$50 bilhões… O anúncio de Trump, sobre os aumentos das taxas e restrições à China, ganha atenção. O governo dos EUA planeja impor tarifas de US$50 bi em importações chinesas. Até então, as autoridades da Casa Branca haviam dito que as tarifas impostas aos chineses seriam de US$30 bi. Além disso, espera-se que os EUA anunciem um processo contra a China na Organização Mundial do Comercio. A acusação? “Violações de leis comerciais”.

É amanha… Nesta 6ª (dia 23), entram em vigor as novas tarifas de aço (25%) e alumínio (10%) que os EUA pretendem impor a diversos países. Ainda não está claro quais países serão impactados. Uma boa notícia: Robert Lighthizer, representante de Comércio americano, informou que o Brasil está isento das sobretaxas, por enquanto. Além do Brasil, Austrália, Coréia do Sul, Argentina e a Europa se juntam à lista de países isentos.

BRASIL: IBOVESPA REVERTE AS PERDAS; DÓLAR AVANÇA E DIS RECUAM.

Ganhando forças… O Ibovespa se recupera do início mais negativo desta sessão, e opera em ligeira alta. As elétricas, e siderúrgicas, são as maiores contribuições positivas para o índice. Na outra ponta, o Ibovespa segue pressionado por bancos, Vale e Petrobras. Estas recuam em linha com o mau humor das commodities. O cenário doméstico também é de cautela. Investidores, além do quadro externo, estão à espera julgamento no STF sobre o habeas corpus do ex-presidente Lula.

Altas & Baixas… Entre os destaques do índice, chamamos a atenção para os papéis ligados ao setor de siderurgia. As ações das siderúrgias operam em alta, após o Brasil ficar de fora do aumento de taxas americanas. Do lado oposto, CESP recua, após divulgar seus números do 4º tri. Os resultados da elétrica seguem ainda pressionados pela maior despesa com energia comprada – reflexo do risco hídrico do país, que tem efeito direto no preço de energia no mercado Spot (veja mais no Guide Empresas).

De olho no STF (em especial, Rosa Weber)… Dos 6 ministros que já sinalizaram posições contrárias às prisões após condenação em 2ª instância, Rosa Weber é a ministra que pode “alterar o jogo”. Ao que tudo indica, até ontem, Rosa Weber estaria propensa a conceder o habeas corpus preventivo ao ex-presidente Lula. Mas não está clara a sua postura. É algo que acabará decidindo, muito provavelmente, o futuro de Lula. Também os movimentos de mercado.

A luz no fim do túnel… Sobre os recentes apagões: o fornecimento de energia já está normalizado, e não há mais riscos de abastecimento. Nesta 4ª feira (ontem), consumidores das regiões Norte e Nordeste registraram o maior apagão desde 2009. O motivo? Erro operacional. A empresa BMTE, que opera o linhão de Belo Monte, comunicou, em nota, que a causa do blackout seria o “mau funcionamento” de um equipamento. De qualquer forma, Fernando Coelho Filho, ministro de Minas e Energia, veio a público para tranquilizar o mercado. Disse que “não há risco de abastecimento e de geração no país”. Por sinal, Coelho Filho deixará a pasta em abril, para concorrer às eleições deste ano.

Um pouco mais sobre os mercados… Assim como no exterior, o dólar avança por aqui; enquanto os juros futuros seguem pressionados para baixo, ajustando-se ao Copom de ontem. Embora a Selic tenha caído para 6,50%, como se esperava, o BC sinalizou que os juros podem cair mais à frente. Veja mais em nosso blog, no texto “Selic: uma porta escancarada”.

Sobre as oscilações do pregão:

Ibovespa: +0,49%, aos 85.394 pontos;
Real/Dólar: +0,86%, cotado a R$3,301;
Dólar Index: +0,12%, 89,890;
DI Jan/21: -02 pontos base; 8,060%;
S&P 500: -0,98%, aos 2.685 pontos.

*Por volta das 15h11, horário de Brasília. Obs.: a taxa de câmbio utilizada é a referência da Bloomberg.

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