Segundo Tempo: um misto de reações

Introdução: Em dia de agenda fraca, as bolsas dos EUA avançam. As da Europa tiveram alguma recuperação. O dólar – assim como os juros das Treasuries – ainda tem ligeiro viés de baixa. No Brasil, investidores digerem os balanços corporativos, e acompanham as ações da Polícia Federal. Já os mercados acompanham o exterior de perto.

CENÁRIO EXTERNO: BOLSAS AMERICANAS AVANÇAM; ATA DO BCE, NO RADAR.

O “básico” dos mercados… As bolsas europeias encerram o pregão mistas, após início de sessão de fortes baixas. Houve uma recuperação ao longo do dia. Nos EUA, o dia é positivo para ativos de riscos. Ao redor das 15h, horário de Brasília, o S&P 500 e Dow Jones avançavam, enquanto Nasdaq operava próximo à estabilidade. O dólar perde forças frente aos seus principais pares, dia após divulgação da ata do Fomc. Os juros das Treasuries, especialmente os mais longos, recuam. Os juros de 10 anos oscilam, e recuam próximo de 1%. Quanto às commodities, segue o viés mais positivo.

Sobre os BC’s… Hoje os holofotes estavam concentrados na ata do Banco Central Europeu (BCE). Sem grandes novidades. O documento sinaliza que o crescimento do bloco europeu ainda não se refletiu em uma inflação mais forte. Segundo a ata “os preços não mostram ainda sinais convincentes de uma tendência sustentável para cima”. Algo que indica que o BC europeu deve evitar ajustes “abruptos” com relação à sua política monetária.

O barril virou… O petróleo reverteu o movimento de baixa, e avança nesta tarde de 5ª. De pano de fundo, segue os números mais positivos do relatório de estoques dos EUA do Departamento de Energia (DoE). Segundo o indicador houve uma queda de 1,6 milhão de barris de petróleo e um recuo na produção diária de petróleo, ambos melhores do que a expectativa do mercado. O resultado impulsionou os ganhos do petróleo nos mercados internacionais, e influenciou nas ações das empresas do setor de Energia.

BRASIL: IBOVESPA GANHAR FORÇAS.

Sobre o Ibovespa… Fibria e Suzano são destaques de baixa, em um movimento de realização, após rumores de uma possível fusão entre ambas companhias. Vivo também recua após reportar seus números do 4º tri. No campo positivo, destaque segue com Eletrobras. Ainda ontem, o secretário-executivo do Ministério de Minas e Energia, Paulo Pedrosa, ressaltou que o processo de privatização da estatal será realizado neste ano.

Mais sobre o Ibovespa… Banco do Brasil é destaque do índice após reportar bons números do 4º tri. JBS também apresenta uma forte valorização em meio às expectativas positivas com seu balanço – em nossa visão, os números do 4º tri devem apresentar avanço de margens e forte crescimento da geração de caixa operacional. Na outra ponta, Ultrapar recua, após resultado corporativo abaixo das expectativas (veja mais no Guide Empresas).

Lava Jato em ação… A Polícia Federal cumpre 6 mandados de prisão temporária e 55 de busca e apreensão nesta 5ª (22). A operação ocorre em São Paulo, Santa Catarina, Rio de Janeiro e Paraná. Trata-se da 48ª fase da Lava Jato, batizada de “Integração”. A ação investiga fraudes em contratos envolvendo rodovias federais nos Estados. Ao todo, R$ 63 milhões teriam sido desviados. Beto Richa, governador do Paraná, e seu irmão, Pepe, secretário de Infraestrutura e Logística, estão sob a mira de procuradores da operação.

Resposta ao Maia… Henrique Meirelles, ministro da Fazenda, ressaltou que o governo não trabalha com nenhum aumento de impostos neste ano. “Não há a menor possibilidade de fazer isso (criação de imposto de segurança). Isso não está em estudo no governo, não está em estudo no Ministério da Fazenda” , disse o ministro. Até então, Rodrigo Maia (DEM-RJ), presidente da Câmara, disse que Temer teria sugerido a criação de novos tributos para bancar gastos com segurança pública, após decreto de intervenção federal no Estado do Rio. Enfim, segue os atritos entre os membros do governo…

Mais sobre os mercados… O dólar é pressionado para baixo, em linha com a queda do CDS de 5 anos do país. Os DIs, por sua vez, apresentam um viés altista nesta sessão. O movimento é de ajustes, seguindo o mercado externo após sinalizações recentes do Fed e BCE. É um misto de reações nos mercados de câmbio e juros em meio a agenda fraca de indicadores “macro” e divulgação de atas dos BCs mundiais.

Sobre o fechamento do último pregão:

Ibovespa: +0,64%, aos 86.642 pontos;
Real/Dólar: -0,61%, cotado a R$3,246;
Dólar Index: -0,22%, 89,796;
DI Jan/21: : +03 pontos base; 8,560%;
S&P 500: +0,30%, aos 2.709 pontos.

*Por volta das 15h57, horário de Brasília. Obs.: a taxa de câmbio utilizada é a referência da Bloomberg.

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