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Mercados por TradingView

Segundo Tempo: Relacionamento estremecido

11 de abril de 2018
Escrito por Rafael Gad Passos
Tempo de leitura: 7 min
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Introdução: No exterior, as bolsas de EUA vão mostrando direções pouco claras. O dólar e os juros das Treasuries recuam. Por lá, investidores acompanham a agenda dos EUA e os conflitos geopolíticos no Oriente Médio. No Brasil, os mercados são o reflexo do exterior. Assim, Ibovespa avança, enquanto dólar e DIs recuam.


CENÁRIO EXTERNO: TENSÕES GEOPOLÍTICAS NO RADAR.

O “básico” dos mercados… As bolsas da Europa fecharam em baixa. O índice Stoxx 600 fechou com baixa de 0,59%, e ainda acumula queda de 3,54% no ano. Nos EUA, as bolsas operam sem direções claras. O dólar segue mais fraco ao redor do mundo; e os juros dos títulos soberanos americanos recuam. Os papéis de 10 anos são cotados na casa de 2,78%. Commodities ainda operam com viés baixista. O barril do brent, por exemplo, oscila na casa dos US$72. As tensões geopolíticas influenciam nos movimentos dos mercados desta sessão.

Nos EUA, a inflação… A inflação ao consumidor veio em linha com o esperado pelo mercado em março: em 12 meses, passou de 2,2% para 2,4%. O chamado “núcleo” da inflação – medida mais importante, por ser menos volátil, e que desconsidera preços de alimentos e energia – também avançou de 1,8% para 2,1%, em linha com o consenso. Apesar disto, seguimos com uma perspectiva de aceleração da inflação nos próximos meses, ainda que de forma gradual. Falamos disto em nosso texto (” Juros americanos: de 25 em 25, cada vez mais altos“).

Ainda nos EUA: Trump no radar… Donald Trump voltou a recriminar a Rússia por apoiar o regime de Bashar al-Assad, na Síria, e advertiu Moscou sobre um possível ataque de mísseis no país do Oriente Médio. Mais: em seu Twitter, Trump reclamou sobre suas relações com os russos. Em meio a essa troca de ameaças, os ativos de riscos perderam forças nos mercados internacionais.

“Nosso relacionamento com a Rússia é pior agora do que em qualquer outro momento, e isso inclui a Guerra Fria. Não há nenhuma razão para isso. A Rússia precisa da nossa ajuda com sua economia, algo que seria muito fácil de fazer, e nós precisamos que todas as nações trabalhem juntas”. Donald Trump, em seu Twitter.

Reflexos nas commodities… O aumento das tensões geopolíticas influencia nas cotações do barril. O petróleo volta a operar com volatilidade alta, e amplia os ganhos nesta tarde. O movimento “ignora”, inclusive, o relatório do Departamento de Energia dos EUA (DoE). O documento mostrou forte aumento dos estoques de petróleo nos EUA.


BRASIL: MERCADOS ACOMPANHAM EXTERIOR.

O “básico” dos mercados… Embora esperávamos um quadro de maior cautela doméstica, o Ibovespa avança, acompanhando o quadro (pouco positivo) dos mercados americanos. É impulsionado pelos papéis do setor financeiro, e Petrobras (em dia de forte valorização do petróleo). Considerando os setores dentro do índice, vemos altas generalizadas.

Mais sobre o índice… BRF e Embraer também são destaques positivos na sessão. Com relação a 1ª, Luiz Fernando Furlan, um dos principais acionistas controladores da BRF, ressaltou um tom mais “conciliador” com relação a disputa pelo Conselho de Administração da empresa. Vale lembrar que ele é o escolhido para comandar a chapa do Abílio Diniz. Já Embraer avança firme em meio ao noticiário de que o acordo com a Boeing esteja próximo de ser fechado (veja mais no Guide Empresas).

Sobre a Eletrobras… As incertezas com relação ao avanço da privatização da estatal pressiona os papéis da Eletrobras. O cenário se agravou, especialmente, após a saída de Paulo Pedrosa, como secretário executivo da pasta, e ingresso de Moreira Franco – próximo de Temer – no Ministério de Minas e Energia. Mais: a mídia chama ainda atenção para uma possível resistência de Rodrigo Maia (DEM-RJ) ao novo ministro. Vale lembrar: Moreira Franco é o principal articulador da possível candidatura de Michel Temer para presidência. Essa seria mais uma – entre outras tantas dificuldades – para aprovar a venda da estatal no Congresso.

Negociações na Eletrobras… Mesmo com esses conflitos, Moreira Franco tem sinalizado que a privatização da Eletrobras segue como “prioridade absoluta” do governo. Ainda ontem (3ª, dia 10), assumiu o Ministério e já conversou sobre o tema por com o relator do projeto na Câmara, José Carlos Aleluia (DEM-BA). Uma das possibilidade – para facilitar a aprovação do Congresso – além da própria venda da Eletrobras, seria retirar os ativos mais deficitários da empresa (as distribuidoras de energia na região norte). O assunto será debatido nos próximos dias.

Mais sobre os mercados… Nos mercados de câmbio e juros, pressões baixistas. O real se beneficia da fraqueza do dólar no exterior e comentários de Ilan Goldfajn, presidente do BC. Segundo Ilan há “reservas suficientes para intervir no mercado, se for necessário”. A percepção de risco país, medida pelo CDS de 5 anos, também recua, e opera ao redor de 167 pontos base.


    Sobre as oscilações do pregão:

    Ibovespa: +0,90%, aos 85.268 pontos;
    Real/Dólar: -0,82%, cotado a R$3,382;
    Dólar Index: -0,13%, 89,474;
    DI Jan/21: -06 pontos base; 8,070%;
    S&P 500: -0,25%, aos 2.651 pontos.

    *Por volta das 14h53, horário de Brasília. Obs.: a taxa de câmbio utilizada é a referência da Bloomberg.

    Contatos

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