Introdução: As bolsas da Europa encerram o dia em alta, e os mercados de NY operam em queda. Commodities também têm dia mais negativo. Lá fora, investidores acompanham os impasses envolvendo as novas políticas protecionistas de Trump. Por aqui, o Ibovespa recua; enquanto o dólar e DIs ( vértices mais longas) operam com pressões altistas. Do lado político, os agentes de mercado acompanham a corrida eleitoral de 2018.

CENÁRIO EXTERNO: TRUMP NO RADAR.

O “básico” dos mercados… As bolsas da Europa recuperaram o fôlego ao longo do dia, e encerraram a sessão com leves ganhos. Nos EUA, o dia não é dos mais favoráveis. S&P 500 e Dow Jones operam com viés negativo. O dólar se valoriza frente principais moedas (investidores buscando maior proteção); e os juros das Treasuries recuam. Entre commodities, um quadro também negativo. O petróleo (brent) oscila ao redor de US$65,2/barril. É, em suma, um dia menos claro para ativos de risco.

As tensões comercias continuam… As possíveis medidas de Trump de sobretaxar as importações de aço e alumínio seguem influenciando – e muito – nos movimentos dos mercados. O receio dos investidores é com relação às restrições (e “guerras”) comerciais que as medidas protecionistas de Trump podem desencadear. A discussão ganhou destaque hoje após saída do principal conselheiro econômico de Donald de seu cargo, Gary Cohn (veja mais no Mercados Hoje). Por ora, o mercado aguarda o nome substituto de Cohn para avaliar se a política comercial protecionista dos EUA pode ser aprofundada nos próximos meses.

Mercado de trabalho americano… Segundo dados do ADP, foram criados 235 mil empregos formais em fevereiro, após 244 mil de janeiro. O mercado esperava 230 mil, segundo pesquisa da Bloomberg. Mais: o índice de custo do emprego, referente ao 4º tri, subiu 2,5%, acima do esperado pelos analistas (de 2,1%). Ao que tudo indica, os EUA já estão atingindo o “pleno emprego”, algo que deve puxar a inflação americana para cima.

BRASIL: ATENTOS À CORRIDA ELEITORAL.

O “básico” dos mercados… O Ibovespa recua, em linha com o esperado, pressionado pelas ações de Vale, Petrobras e bancos. Considerando os setores dentro do índice, o destaque positivo fica com Telecomunicações – em especial, Tim (após o forte Guidance anunciado para 2018-2020). O dólar e DIs – mais longos- são pressionados para cima. A percepção de risco país, medida pelo CDS de 5 anos, avança mais de 1%, ao redor de 152 pontos base.

Mais sobre o índice… A baixa da Smiles no pregão desta 4ª chama atenção do mercado – principal queda do índice. O movimento ocorre após a companhia anunciar, em seu guidance, uma redução do payout (distribuição do lucro em dividendos) para 25%. Lembrando que a média era próxima de 90-95% nos últimos anos. O anúncio foi surpresa no mercado. Por outro lado, após essa significativa mudança na política da empresa, não descartamos eventuais Fusões & Aquisições da Smiles. Por sinal, a empresa já tentou comprar a CVC tempos atrás.

É amanhã… O DEM realiza nesta 5ª (dia 8) sua Convenção Nacional para lançamento da pré-candidatura do presidente da Câmara, Rodrigo Maia, ao Planalto. Temer não deve participar. Mesmo assim, o DEM já sinalizou a intenção de ter Maia na disputa presidencial com ou sem apoio de Temer. Em contrapartida, o deputado Paulinho da Força (SP) já indicou que o Solidariedade irá apoiar a candidatura de Maia. O presidente do PP, senador Ciro Nogueira (PI), é outro que já se comprometeu com o presidente da Câmara.

Reoneração da folha (na pauta, novamente!)… Nesta manhã, na Residência Oficial da Câmara, secretários da Fazenda e deputados reuniram-se para discutir, e tentar chegar à um consenso, sobre o tema. Há ainda divergências com relação aos setores que ficarão fora da nova medida – ou seja, setores que devem continuar desonerados. A Fazenda deve apresentar ainda hoje (nesta 4ª, dia 07) uma nova estimativa do impacto fiscal da Reoneração da Folha de Pagamentos. Logo após, a Câmara deve votar amanhã o requerimento para acelerar a tramitação na Casa. Caso isso não aconteça, é improvável a aprovação do projeto.

Em suma: O dia segue negativo para ativos de riscos locais, conforme comentamos mais cedo. Lá fora, os movimentos são reflexos das tensões comerciais envolvendo às políticas protecionistas de Trump. Por aqui, seguimos atentos à temporada de balanços das empresas e noticiário envolvendo as eleições. Os ativos locais podem – e devem – continuar a oscilar nos próximos dias.

Sobre o fechamento do último pregão:

Ibovespa: -1,11%, aos 84.704 pontos;
Real/Dólar: +1,10%, cotado a R$3,244;
Dólar Index: +0,05%, 89,656;
DI Jan/21: : +02 pontos base; 8,300%;
S&P 500: -0,76%, aos 2.707 pontos.

*Por volta das 15h32, horário de Brasília. Obs.: a taxa de câmbio utilizada é a referência da Bloomberg.

Contatos

Renda Variável*

Luis Gustavo Pereira – CNPI
[email protected]

Equipe Econômica

Ignácio Crespo Rey
[email protected]

Lucas Stefanini
[email protected]

Rafael Gad
[email protected]

*A área de Renda Variável é a responsável por todas as recomendações de valores mobiliários contidas neste relatório.

“Este relatório foi elaborado pela Guide Investimentos S.A. Corretora de Valores, para uso exclusivo e intransferível de seu destinatário. Este relatório não pode ser reproduzido ou distribuído a qualquer pessoa sem a expressa autorização da Guide Investimentos S.A. Corretora de Valores. Este relatório é baseado em informações disponíveis ao público. As informações aqui contidas não representam garantia de veracidade das informações prestadas ou julgamento sobre a qualidade das mesmas e não devem ser consideradas como tal. Este relatório não representa uma oferta de compra ou venda ou solicitação de compra ou venda de qualquer ativo. Investir em ações envolve riscos. Este relatório não contêm todas as informações relevantes sobre a Companhias citadas. Sendo assim, o relatório não consiste e não deve ser visto como, uma representação ou garantia quanto à integridade, precisão e credibilidade da informação nele contida. Os destinatários devem, portanto, desenvolver suas próprias análises e estratégias de investimentos. Os investimentos em ações ou em estratégias de derivativos de ações guardam volatilidade intrinsecamente alta, podendo acarretar fortes prejuízos e devem ser utilizados apenas por investidores experientes e cientes de seus riscos. Os ativos e instrumentos financeiros referidos neste relatório podem não ser adequados a todos os investidores. Este relatório não leva em consideração os objetivos de investimento, a situação financeira ou as necessidades específicas de cada investidor. Investimentos em ações representam riscos elevados e sua rentabilidade passada não assegura rentabilidade futura. Informações sobre quaisquer sociedades, valores mobiliários ou outros instrumentos financeiros objeto desta análise podem ser obtidas mediante solicitações. A informação contida neste documento está sujeita a alterações sem aviso prévio, não havendo nenhuma garantia quanto à exatidão de tal informação. A Guide Investimentos S.A. Corretora de Valores ou seus analistas não aceitam qualquer responsabilidade por qualquer perda decorrente do uso deste documento ou de seu conteúdo. Ao aceitar este documento, concorda-se com as presentes limitações.Os analistas responsáveis pela elaboração deste relatório declaram, nos termos do artigo 17 da Instrução CVM nº. 483/10, que: (I) Quaisquer recomendações contidas neste relatório refletem única e exclusivamente as suas opiniões pessoais e foram elaboradas de forma independente, inclusive em relação à Guide Investimentos S.A. Corretora de Valores.“