Segundo Tempo: O Plano B

Introdução: As bolsas da Europa fecharam com viés positivo, e os mercados americanos também avançam. O dólar se recupera lá fora, e permanece firme entre os principais pares. Enquanto isso, commodities tem dia mais mistos. No Brasil, Ibovespa avança, e ultrapassa os 86 mil pontos. O mercado digere o pacote econômico recém anunciado pelo governo e fica atentos à corrida eleitoral deste ano.

CENÁRIO EXTERNO: RECUPERAÇÃO DOS MERCADOS.

O “básico” dos mercados… As bolsas europeias recuperam o fôlego ao longo do dia, e encerram a sessão em alta, em sua maioria. O índice Stoxx 600, por exemplo, avançou 0,60%; embora as bolsas de Reino Unido (FTSE) encerraram com ligeira queda. Nos EUA, S&P 500 e Nasdaq também avançam. As atenções se concentram aos balanços das empresas, enquanto o mercado aguarda a divulgação da ata do Fed, nesta 4ª (21). Já o dólar permanece firme frente aos seus principais pares. Para as commodities o dia é misto. O brent, segue muito próximo dos US$65/barril.

Sobre a temporada dos balanços… Hoje, HSBC, a mineradora BHP Billiton, e Wal Mart divulgaram seus números referentes ao 4º tri. No entanto, todos os resultados vieram abaixo das expectativas do mercado. Algo que resultou em uma pressão de baixa desses papéis. Enquanto o banco inglês recuava 3%, BHP tinha queda próximo de 2%, e Wal Mart reportava a maior baixa (de 9%).

Apaziguando os conflitos… Nesta 3ª, David Davis, ministro britânico para o Brexit, veio a público para apaziguar os receios de políticos da União Europeia de que Londres possa cortar impostos e regulamentos para atrair negócios de todo o continente. Davis propôs um sistema de “reconhecimento mútuo” em que ambos os lados pratiquem metas regulatórias comuns, como a proteção ao consumidor ou a estabilidade financeira. O conflito não é de hoje. Desde 2016, após vitória da votação pela separação do Reino Unido da UE, membros do Brexit questionam os custos impostos pelas regras do bloco.

BRASIL: IBOVESPA AVANÇA, E ULTRAPASSA OS 86 MIL PONTOS.

Acima de 86 mil… O Ibovespa acompanha a melhora do humor dos mercados internacionais, e avança nesta sessão. Por sinal, o índice volta a ter suporte do investidor estrangeiro. Até então, em fevereiro, os estrangeiros tinham retirado um valor acima de R$ 4 bilhões. E era algo que deixava o mercado em alerta. Em paralelo, investidores digerem os pacotes (medidas) econômicas anunciadas ontem pelo governo após “suspensão” da reforma da Previdência.

Destaques nas pontas… O Ibovespa é puxado pela alta da Petrobrás, bancos, e ações ligadas ao setor de papel e celulose. Por sinal, Fibria e Suzano tem a 3ª alta consecutiva em meio fluxo de notícias envolvendo consolidação da indústria. Na outra ponta, Vale recua, em um movimento de realização; e Pão de Açúcar segue pressionada após números do 4º tri (veja mais no Guide Empresas).

O plano B… A equipe econômica permanece com o discurso de “responsabilidade fiscal”, após suspensão da reforma da Previdência. Ainda ontem, apresentou uma agenda com 15 projetos (veja mais no Mercados Hoje). Mas, sem novidades. Destes, 12 já tramitam no Congresso (e alguns ainda sofrem resistência, por sinal). O objetivo é aprovar todas as propostas ainda em 2018. Seja como for, dois deles merecem destaques: (i) a privatização da Eletrobras; e (ii) a reoneração da folha de pagamento.

Ainda sobre Dória… As datas das prévias do PSDB – em que devem escolher o candidato ao governado de SP – já estão marcadas. O dia é 18 de março. O 2º turno ficou para o dia 25. A decisão beneficia João Dória, uma vez que o prazo para desincompatibilizações de cargos é em abril. Os adversário buscavam uma data próxima a maio e inviabilizar a saída de João Doria da Prefeitura de São Paulo.

Mais sobre os mercados… O dólar ganha forças frente ao real, em linha com seu movimento no exterior. O risco-país Brasil, medido pelo CDS de 5 anos, acompanha a alta. De pano de fundo, segue a cautela dos investidores quanto a situação fiscal do país, logo após “engavetamento” da Previdência pelo governo. Já os DIs seguem com viés baixistas. O dia é leve em termos de agenda macro, e o mercado permanece influenciado, acima de tudo, pelo exterior.

Sobre o fechamento do último pregão:

Ibovespa: +1,36%, aos 86.116 pontos;
Real/Dólar: +0,59%, cotado a R$3,252;
Dólar Index: +0,65%, 89,675;
DI Jan/21: : -06 pontos base; 8,580%;
S&P 500: -0,22%, aos 2.726 pontos..

*Por volta das 15h17, horário de Brasília. Obs.: a taxa de câmbio utilizada é a referência da Bloomberg.

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