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Mercados por TradingView

Segundo Tempo: o “importante retrocesso” da agenda

23 de fevereiro de 2018
Escrito por Rafael Gad Passos
Tempo de leitura: 7 min
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Introdução: As bolsas da Europa encerram a sessão com viés positivo, e os mercados americanos também avançam. O dólar perde forças lá fora, mas ainda permanece firme entre os principais pares. Enquanto isso, commodities se recuperam ao longo da sessão. No Brasil, Ibovespa avança, e o dólar opera próximo da estabilidade. Em suma, a decisão da Fitch, pelo rebaixamento da nota de crédito do Brasil, não faz “preço” nos mercados locais.


CENÁRIO EXTERNO: DIA POSITIVO PARA ATIVOS DE RISCOS.

O “básico” dos mercados… As bolsas europeias se recuperam ao longo do dia, e encerram a sessão em alta. Com exceção das bolsas de Madri, que recuou 0,55%; e do Reino Unido (FTSE), que reportou queda de 0,11%. Nos EUA, os índices americanos também avançam. Já o dólar perde forças frente aos seus principais pares, mas ainda opera em alta. Para as commodities, o dia é positivo. O brent se recupera da abertura mais negativa e opera próximo dos US$67/barril. O dia, em suma, é positivo para ativos de riscos. As atenções se concentram aos balanços das empresas, enquanto o mercado acompanha os discursos dos dirigentes do Fed (em evento em NY).

Decifrando sinais… O mercado segue atento aos discursos dos dirigentes do Fed. Esperam-se mais pistas sobre os próximos passos do Federal Reserve; e se os juros podem subir, de fato, mais do que o cenário base da entidade (de 3 elevações até o fim deste ano). Dados mais positivos da economia americana, o crescimento da renda, e a recém aprovação de corte de impostos é algo que poderiam levar o Fed a indicar uma 4ª elevação de juros em 2018. Em meio às incertezas, as falas dos dirigentes vão ganhando cada vez mais destaques. A próxima reunião do Fed ocorre no fim de março. A expectativa é de mais uma alta de juros.

Sobre a temporada dos balanços… Hoje, o destaque em NY era os papéis da Hewllet Packard (HP), que avançavam mais de 7%. Os números agradaram o mercado, e superaram a expectativa dos analistas, com lucro líquido de US$ 1,94 bilhões. Em paralelo, o Royal Bank of Scotland (RBS) informou um lucro de 752 milhões de libras, acima das previsões do mercado. O resultado registrou seu 1º lucro anual em uma década. No entanto, os papéis estavam pressionados em meio às pendências judiciais do RBS nos EUA. As ações do banco escocês recuavam mais de 4% na bolsa do Reino Unido.


BRASIL: REBAIXAMENTO DA FITCH; TEMER E AGENDA NO RADAR.

Mais um rebaixamento… A agência de classificação de risco Fitch rebaixou nesta tarde o rating do Brasil a “BB-” com perspectiva estável, sobre “BB com perspectiva negativa”. O rating do Brasil está, por ora, há 3 degraus do grau de investimento. Sem surpresas, em nossa visão. Comentamos em nosso Segundo Tempo, no dia 12/01 (pós-rebaixamento da S&P), que outras agências tomariam o mesmo rumo. Dentre os fatores que contribuíram para a decisão da Fitch: (i) deterioração fiscal – o que chamaram de “importante retrocesso” na agenda de reforma após suspensão da Previdência; (ii) constante crescimento do déficit da dívida pública; e (iii) risco político no país.

Sobre as eleições… O presidente Michel Temer destacou, de forma veemente, que não será candidato à reeleição. “Eu não sou candidato. A minha intenção de hoje vai alongar-se pelo tempo todo. Eu não serei candidato. Eu não quero. Eu sou candidato a fazer um bom governo”, disse Temer em entrevista à Rádio Bandeirantes. A possibilidade da candidatura de Temer ganhou forças após intervenção federal na segurança pública do Rio de Janeiro. Segue ainda o cenário indefinido para a corrida eleitoral…

Pressão do PSDB… A bancada federal dos tucanos pressiona Geraldo Alckmin (PSDB-SP) para uma definição sobre os valores que serão distribuídos para as campanhas nos Estados. Alckmin deve tratar do assunto na próxima 4ª (dia 28). Silvio Torres, tesoureiro do partido, disse que tudo será decidido antes do início da janela partidária, em 7 de março.

Sobre a autonomia do BC… O texto de Romero Jucá (MDB-RR), em que discute um duplo mandato do Banco Central (com controle da inflação e criação de empregos) está em conflitos entre os membros do governo. O presidente do Senado, Eunício Oliveira, e o próprio BC são contra. E o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, diz que não haverá tempo para votá-lo em 2018. Alguns dizem que “o projeto já nasceu morto”.

Na agenda de hoje… O IBGE divulgou os dados do desemprego e mercado de trabalho no 4º trimestre de 2017. A taxa de desemprego no Brasil ficou em 11,8% no período. Em 12 meses, a queda é de 0,2 p.p. O índice é 0,6 p.p. abaixo dos valores registrados 3 meses antes. Cerca de 12,3 milhões de brasileiros estavam desocupados no fim do ano.

Movimentos contidos… Os movimentos foram distintos após anúncio do rebaixamento da nota de crédito do Brasil pela agência de classificação de risco Fitch. O Ibovespa recuou no 1º momento, mas já volta a ganhar forças. Por volta das 15h, o índice operava com leve ganhos. No mercado de câmbio, houve um forte fluxo de recursos, mas o dólar opera próximo a estabilidade frente ao real. E, no mercados de juros, os DIs recuam em meio a medida do Conselho Monetário Nacional (CMN), de extinção, em dois anos, do prazo médio de repactuação mínimo (PRC) para os títulos de renda fixa dos fundos de investimento. Enfim, o dia ainda é mais positivo para ativos de risco, conforme abordado mais cedo.


    Sobre o fechamento do último pregão:

    Ibovespa: +0,17%, aos 86.839 pontos;
    Real/Dólar: -0,12%, cotado a R$3,238;
    Dólar Index: +0,07%, 89,803;
    DI Jan/21: : -05 pontos base; 8,510%;
    S&P 500: +0,83%, aos 2.726 pontos.

    *Por volta das 15h06, horário de Brasília. Obs.: a taxa de câmbio utilizada é a referência da Bloomberg.

    Contatos

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