Introdução: As bolsas da Europa seguem dia mais ameno, em função do feriado nos EUA. No exterior, o mercado fica atentos às questões políticas na Itália. No Brasil, o Ibovespa opera em baixa, com cautela dos investidores. Por aqui, os investidores estão atentos às contas públicas, após concessão do governo aos caminhoneiros.

CENÁRIO EXTERNO: LIQUIDEZ REDUZIDA POR CONTA DE FERIADO NOS EUA.

Feriado, e pouca liquidez… As principais bolsas internacionais têm dia menos intenso. Na Europa, as bolsas apresentaram, em sua maioria, 30-40% de volumes abaixo da média dos últimos 30 dias, segundo a Bloomberg. Com a liquidez reduzida, em função do feriado dos EUA, e incertezas políticas no continente, os mercados europeus encerraram a sessão no vermelho. O índice Stoxx 600, que monitora a região como um todo, recuou 0,32%.

A Itália, e sua política… Mercado permanece cético com relação a situação política na Itália. Afinal, as novas eleições do país podem fortalecer ainda mais os partidos populistas. Hoje, Luigi Di Maio, líder do Movimento 5 Estrelas, convocou todos partidários a protestarem — de forma pacífica — nas ruas da Itália. O fato ocorre um dia após impasse com o líder do partido abandonar os esforços para formar uma coalizão governista com a extrema-direita (Liga).

Barril em queda… O dia é também de baixa para as commodities. Destaque para a queda, mais um dia, do petróleo. A commodity tem a 3ª baixa consecutiva (brent oscila próximo dos US$ 75/barril). Como pano de fundo, o mercado acompanha a possibilidade de uma nova elevação na oferta de grandes produtores, como na Rússia e Arábia Saudita. O assunto deve ser tratado na próxima reunião da Opep, dia 22 de junho.

BRASIL: IBOVESPA RECUA; DÓLAR E DIS AVANÇAM.

No vermelho… A baixa liquidez nos mercados internacionais, por conta do feriado americano, não influencia nos negócios. A greve dos caminhoneiros, e o exterior com viés mais negativos, é o que fazem “preço” por aqui. O índice opera em baixa desde a sua abertura, e dá continuidade ao movimento de queda observado na última semana.

Destaques do índice… Petrobras permanece como a principal queda do Ibovespa. No mês, os papéis preferenciais já acumulam perda acima de 20%. No ano, reduzem os ganhos para “apenas” 13%. O mercado ainda é cético com relação às decisões de descontos no preço do diesel (veja mais no Guide Empresas). Na outra ponta, empresas exportadoras (Suzano e Fibria, em especial), avançam em dia de dólar mais forte.

A conta é do brasileiro… Michel Temer anunciou, na noite de ontem, o corte de R$ 0,46 no litro do diesel. Falamos disto no Mercados Hoje. Do total, R$ 0,16 vira do corte de impostos (Cide e PIS/Cofins) e R$ 0,30 do programa de subvenção direta. A medida custará cerca de R$ 13,5 bilhões aos cofres públicos até o fim do ano.

A reoneração… Para “ajustar” suas contas, o governo conta com o projeto de reoneração da folha de pagamentos. O texto, por ora, está no Senado. Contudo, empresários devem reagir a medida. O governo deve enfrentar uma “guerra” para aprovar a reoneração.

E os movimentos continuam… Apesar de o Planalto ter cedido em, praticamente, todos os aspectos solicitados pela categoria, há protestos de caminhoneiros em 25 Estados e no Distrito Federal. Lembrando: este é o 8º dia seguido de paralisação.

O limite… No início desta tarde, Eliseu Padilha, ministro da Casa Civil, disse que o governo chegou ao seu limite: já cedeu às demandas dos caminhoneiros e espera que as paralisações diminuam. “Agora é a vez deles de cumprir a palavra”, afirmou Padilha.

Dentro do esperado… No mercado de câmbio, o real se desvaloriza, em linha com a alta do dólar nos mercados internacionais. Além da baixa liquidez por conta do feriado no exterior, a ausência de indicadores na agenda macro de hoje e cautela dos investidores são fatores que marca a sessão. Na mesma linha, os DIs também avançam. Os mercados locais, portanto, seguem tendências que apontamos mais cedo, em nosso Mercados Hoje: “temos um viés de baixa em bolsa, e de alta em DIs e dólar.”.

Sobre as oscilações do pregão:

Ibovespa:  -3,11%, aos 76.444 pontos;
Real/Dólar: +1,60%, cotado a R$3,712;
Dólar Index: +0,15%, 94,317;
DI Jan/21: -01 pontos base; 8,750%;
S&P 500: -0,24%, aos 2.721 pontos.

*Por volta das 15h03, horário de Brasília. Obs.: a taxa de câmbio utilizada é a referência da Bloomberg.

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