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Mercados por TradingView

Segundo Tempo: Não ficou só no papel

16 de março de 2018
Escrito por Ignacio Crespo
Tempo de leitura: 7 min
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Introdução: O ambiente no exterior permanece favorável para ativos de risco; e o petróleo, dentre as commodities, é um dos destaques positivos. Isto beneficia as ações da Petrobras, por exemplo. Por sinal, o Ibovespa ampliou seus ganhos desta manhã, e sobe. Isto em meio ao noticiário corporativo, que tem foco na Suzano e Fibria. No front macro, o setor de serviços ficou abaixo do esperado em janeiro.


CENÁRIO EXTERNO: ECONOMIA AMERICANA SEGUE SÓLIDA.

O “básico” dos mercados… As bolsas de Europa e EUA mantêm o viés mais positivo, enquanto o dólar está mais estável (após ter ganhado mais forças neste pregão). Os juros dos títulos soberanos dos EUA operam em alta. As commodities operam sem direções claras. O brent oscila ao redor de US$65-66/barril.

EUA: atividade (segue) forte… Nesta manhã, já havíamos chamado a atenção para bons dados de atividade. A produção industrial de fevereiro cresceu 1,1% frente a janeiro, bem acima do esperado (+0,4%). Mais: o índice de confiança do consumidor, calculada pela Universidade de Michigan, passou de 99,7 pontos em fevereiro para 102,0 em março, acima dos 99,3 esperados.

EUA: e agora? Dados mais fortes da economia tendem a puxar a inflação para cima. Mas isto ainda não aconteceu. O índice PCE – índice de inflação que o Fed mais olha – está em 1,5% (considerando o “núcleo”). Ou seja: abaixo da meta de 2%. Estes dados mais fortes de atividade, no entanto, devem puxar os juros dos títulos americanos para cima (e é algo que deve evitar que o dólar se enfraqueça, como aconteceu em 2017).

Na agenda de hoje… Nos EUA: (1) novas construções residenciais (9h30); (2) produção industrial (10h15); (3) confiança do consumidor (11h); e (4) dados sobre perfuração de poços de petróleo (14h). Os 2 primeiros são sobre fevereiro; o 3º sobre março; e o último refere-se à semana.


BRASIL: FUSÃO ENTRE FIBRIA E SUZANO É DESTAQUE.

Setor de serviços em janeiro… Segundo dados do IBGE, o volume recuou 1,9% frente a dezembro, e 1,3% frente a janeiro de 2017. Em 12 meses, acumula queda de 2,7%. Os números ficaram abaixo daquilo que esperávamos, indicando uma recuperação mais volátil, e mais gradual, do que o antecipado. À frente, (i) nova queda de juros (e ainda sob os efeitos defasados dos cortes anteriores), (ii) um mercado de trabalho mais aquecido, (iii) e uma indústria mais forte, são fatores que devem manter a trajetória mais favorável no setor.

E a economia como um todo? O índice IBC-Br, calculado pelo BC, e que funciona como uma proxy mensal do PIB, deve registrar uma contração de 2,5% frente a dezembro. Frente a janeiro de 2017, deve avançar ao redor de 1,6%. O índice sairá na próxima 2ª, dia 19.

E no longo prazo? O Brasil está no caminho certo? Em meio à discussões de curto prazo (Selic, recuperação econômica neste início de 2018 e eleições presidenciais, por exemplo), fizemos um texto em nosso blog, falando sobre as perspectivas para o Brasil, considerando os próximos 5, 10 ou 20 anos. Acreditamos que, com o reforço das instituições, o país conseguirá consolidar um crescimento mais forte, e sustentável, nas próximas décadas.

Sobre os mercados… O Ibovespa volta a ganhar forças, impulsionado pelas ações de Petrobras, Bradesco e, em especial, Suzano (principal alta do índice). Mais cedo, Fibria e Suzano anunciaram acordo de seus acionistas controladores para uma fusão. O índice ganhou tração no final desta manhã, e oscilava ao redor de 85 mil pontos, por volta das 14-15h. O desempenho parece ainda sustentado por um cenário externo que continua a contribuir de forma positiva.

Sobre a fusão – Parte I… Votorantim e BNDESPar aceitaram a oferta em dinheiro (avaliando Fibria próximo de R$ 35 bilhões) e trocas de ações da Suzano proposta pela família Feffer. Essa transação permite que o BNDESPar receba R$ 8,5 bilhões no caixa. É a maior monetização na história do banco de fomento, por sinal. Mais: o BNDESPar ainda manterá 11% de participação acionária na nova companhia combinada. O banco não descarta a venda dessa fatia, num futuro.

Sobre a fusão – Parte II… A compra considera um valuation da Fibria entre 6,5-7,0x EV/Ebitda — número que ficou abaixo do esperado pelo mercado. Ou seja: a transação foi considerada “um bom negócio” para a Suzano. Por sinal, os papéis avançam mais de 20%, reflexo do sucesso da transação. Vale ainda comentar: a oferta da família Feffer (controladora da Suzano) foi menor do que os R$ 40 bilhões oferecidos pela Paper Excellence para a compra da Fibria.

Sobre a fusão – Parte III… Nasce uma companhia com a liderança mundial na produção e comercialização de celulose de fibra curta de mercado, reconhecida pelo baixo custo de produção, know-how tecnológico, florestas plantadas e certificadas de alta produtividade, com operações integradas e logística eficiente e diferenciada. Vemos a medida como fundamental para aumentar a competitividade e assegurar a sobrevivência das companhias nacionais no longo prazo. A fusão pode ainda trazer mais liquidez e eficiência operacional à essa nova Companhia, além de aumentar seu poder de influência no ciclo de preços.

Sinergias da Fusão… Dentre os destaques: (i) há um importante ganho de escala nos segmentos de celulose e papel; (ii) sinergia (próximo de R$ 8-10 bilhões) significativa em tecnologia, logística, relacionamento com fornecedores, dado o maior aproveitamento do mercado local; e (iii) aumento do poder de precificação nos produtos da indústria; além da (iv) incorporação de expertise e capital humano. Recentemente, comentamos sobre este assunto em nosso blog: “O Bull Market da indústria de Celulose).”


    Sobre as oscilações do pregão:

    Ibovespa: -0,09%, aos 84.852 pontos;
    Real/Dólar: -0,02%, cotado a R$3,2857;
    Dólar Index: +0,06%, 90,191;
    DI Jan/21: : -3 pontos base; 8,220%;
    S&P 500: +0,12%, aos 2.750 pontos;

    *Por volta das 15h12, horário de Brasília. Obs.: a taxa de câmbio utilizada é a referência da Bloomberg.

    Contatos

    Renda Variável*


    Luis Gustavo Pereira – CNPI
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    Lucas Stefanini
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    Rafael Gad
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