Introdução: Bons dados do mercado de trabalho nos EUA mostram que a economia está aquecida. O crescimento dos salários não parece colocar tanta pressa sobre o Fed, mas a expectativa de juros mais altos por lá continua. As bolsas sobem, e o dólar tem leve recuo. No Brasil, a inflação de fevereiro reforça a expectativa de corte de Selic neste mês. O Ibovespa sobe, acompanhando o melhor momento do exterior.

CENÁRIO EXTERNO: MERCADO AMERICANO AQUECIDO.

O “básico” dos mercados… As bolsas da Europa opera majoritariamente em alta, enquanto os mercados americanos sobem. Ao redor das 14h, tanto o Dow Jones quanto o S&P 500 sobem mais de 1%. O dólar opera ligeiramente mais fraco frente a seus principais pares; e commodities estão mistas.

Mercado de trabalho americano… Segundo Relatório de Empregos de fevereiro, divulgado hoje, foram criados 313 mil vagas, acima dos aproximados 200 mil que o mercado esperava, segundo pesquisa da Bloomberg. O desemprego permanece em 4,1%; e a média dos salários-hora cresceu a uma taxa de 2,6%.

Avaliação sobre EUA… De modo geral, os números corroboram um mercado de trabalho aquecido – algo que mantém investidores atentos, por conta do possível efeito sobre inflação e, consequentemente, sobre as taxas de juros que o Fed determina. Hoje, estes dados puxam os juros soberanos para cima. Os juros dos papéis de 10 anos, por exemplo, oscilam ao redor de 2,89%. No início do ano, estavam em 2,40%.

Como reagirá o Fed? Continuamos acreditando que o cenário-base da instituição faz sentido, na atual conjuntura: 3 elevações de juros em 2018. O crescimento dos salários – 2,6% a/a, após 2,8% de janeiro – não coloca tanta “pressão” sobre o Fed, mas o perigo de “superaquecimento” segue o mesmo.

Um pouco mais sobre o tema… No blog da Guide, temos escrito textos sobre esta conjuntura (especialmente nos EUA, que deve se deparar com juros mais altos à frente), e possíveis efeitos para os próximos meses. Alguns exemplos: “O mundo está mudando”; “O Homem mais chato de Washington”; ” O Susto”; e “Uma nova realidade (americana)”.

BRASIL: SELIC IRÁ PARA 6,50%.

Mercados… O Ibovespa, puxado pelo melhor momento no exterior, sobe, e opera acima dos 86 mil pontos. No ano, sobe ao redor de 12%. Enquanto o real se beneficia de um dólar fraco no exterior; os DIs mais curtos recuam, e os mais longos têm ligeira alta, em linha com os juros dos títulos dos EUA.

Altas e Baixas… Um pouco mais sobre a bolsa: entre as altas, permanecem os papéis da MRV e Tenda, após divulgarem seus balanços do 4T17 (veja mais no Guide Empresas). Destaque também para a alta da Embraer, que avança em meio às negociações com a Boeing; a dos papéis de Suzano, diante da expectativa de uma aquisição da Fibria. É, aliás, a 4ª alta consecutiva de Suzano e Fibria. Sobre este segmento, recomendamos a leitura de um texto em nosso blog: “O bull Market da indústria de celulose”.

Selic deve recuar em março… No front macro, o IPCA, que passou de 2,86% para 2,84%, dá ânimo para que o mercado aumente a convicção sobre queda de Selic neste mês. No dia 21 – o mesmo dia em que o Fed se reúne nos EUA, para decidir os rumos da política monetária –, acreditamos que a Selic irá para 6,50%, de 6,75%. Em linha com o esperado, a inflação divulgada hoje pelo IBGE reforçou esta expectativa. A “normalização” da Selic, em nossa opinião, ficará apenas para 2019.

Corrida eleitora… Segundo o presidente nacional do PSC, o deputado Pastor Everaldo, Paulo Rabello de Castro, o atual presidente do BNDES, deixará o cargo antes do dia 7 de abril para disputar a corrida eleitoral. Jair Bolsonaro, agora no PSL, começa neste mês a viajar pelos Estados aonde houver filiação de novos deputados. Afinal, espera fazer a sigla ganhar corpo nesta “janela partidária”.

Sobre as oscilações do pregão:

Ibovespa: +1,42%, aos 86.194 pontos;
Real/Dólar: -0,46%, cotado a R$3,249;
Dólar Index: -0,18%, 90,013;
DI Jan/21: : -01 pontos base; 8,240%;
S&P 500: +1,10%, aos 2.769 pontos

*Por volta das 14h16, horário de Brasília. Obs.: a taxa de câmbio utilizada é a referência da Bloomberg.

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