Introdução: Apesar da alta das bolsas americanas, os mercados locais perdem fôlego. O Ibovespa recua, e opera próximo dos 82 mil pontos. As incertezas políticas persistem. No exterior: os investidores amenizam a “guerra comercial” envolvendo China e EUA. No momento, o mercado não parece apostar numa maior tensão entre estes países.

CENÁRIO EXTERNO: DIA MAIS POSITIVO PARA ATIVOS DE RISCOS.

Mercados… As bolsas encerram a sessão sem direções claras na Europa. Ainda assim, prevaleceu o tom positivo nesta 2ª. O índice Stoxx 600 fechou em alta de 0,30%. Em Madri, o índice IBEX terminou o pregão com baixa de 0,30%. Nos EUA, prevalece o viés positivo para ativos de riscos. O índice S&P 500 sobe mais de 0,81%, e Dow Jones tem alta de 1,24%, por volta das 14h, horário de Brasília. Por trás destes movimentos, investidores refletem o menor receio de uma “guerra comercial” envolvendo EUA e China.

Mais sobre os mercados… É neste contexto positivo para ativos de riscos no exterior que o dólar perde forças frente às principais pares e emergentes. As commodities se recuperaram ao longo da manhã, e o petróleo avança, cotado mais próximo dos US$78/barril. Como pano de fundo, o mercado fica à espera da possibilidade de novas extensões dos cortes de produção da Opep. Afinal, a reunião do cartel está marcada para o próximo mês (dia 22, 6ª feira).

Em busca de paz… China e EUA avançaram nas negociações comerciais. Falamos disto no Mercados Hoje . No último sábado (dia 19), a China sinalizou intensificar as compras de insumos agrícolas norte americanos. Assim, os EUA concordaram em suspender algumas tarifas sobre mercadorias chinesas (avaliadas em até US$ 150 bilhões, diga-se de passagem). Ou seja: não se espera que a tensão aumente entre ambos países.

“Na China, barreiras e tarifas cairão pela primeira vez […] Comércio justo, e com a China, vai acontecer!”, escreveu Trump em seu Twitter.

BRASIL: IBOVESPA E DÓLAR RECUAM.

Mercados… O Ibovespa dá sequência às baixas da última semana, e recua, pressionados pelos papéis de Vale, Itaú, Ambev e Ultrapar. O índice opera com volume mais forte, por conta do vencimento de opções sobre ações. Por sinal, o vencimento movimentou mais de R$ 8 bi nesta sessão. Do lado positivo, destacam-se os papéis da Petrobras, além do setor elétrico (em especial) e varejista.

Sobre o setor elétrico… Cesp é destaque da bolsa, e avança 4% no pregão. O maior otimismo com relação a privatização da estatal é algo que impulsiona os papéis (veja mais no Guide Empresas). Destaque positivo — também — para Cemig. A estatal mineira avança firme na B3 em meio à expectativa positiva quanto aos números finais da revisão tarifária.

A Lava Jato e a Copa… Uma pesquisa realizada pelo Paraná Pesquisas mostra que 77,7% dos brasileiros estão mais interessados na operação Lava Jato do que na Copa do Mundo de 2018. Apenas 10,6% dos entrevistados estariam mais interessados no evento. Os dados chamam nossa atenção. Isto é algo que pode pressionar os candidatos — citados na investigação da PF — na corrida eleitoral. Vale a pena acompanhar o desempenho das pesquisas…

De olho na semana, IPCA é destaque… No front macro, as atenções se voltam para: (1) ata do Copom (3ª, dia 22); e (2) IPCA-15 de maio (4ª, dia 23), que deve mostrar alguma aceleração em relação a abril. Além disso, saem as contas externas de abril (5ª), e a Aneel definirá a bandeira tarifária de energia elétrica na 6ª.

E os mercados hoje? A sessão começou mais positiva por aqui, em linha com aquilo que esperávamos mais cedo. Mas durou pouco. As incertezas políticas, e o desconforto com a decisão do Copom, continuam. O dólar recua, após ação do BC, e em linha com a percepção de risco país (o CDS de 5 anos recua mais de 2%, por volta de 199 pontos base). No mercado de juros, os DIs operam mistos: os mais curtos recuam, à espera do IPCA-15 de maio; enquanto os mais longos avançam.

Sobre as oscilações do pregão:

Ibovespa: : -1,54%, aos 81.804 pontos;
Real/Dólar: -1,20%, cotado a R$3,692;
Dólar Index: +0,07%, 93,701;
DI Jan/21: -09 pontos base; 8,830%;
S&P 500: +0,69%, aos 2.732 pontos.

*Por volta das 15h16, horário de Brasília. Obs.: a taxa de câmbio utilizada é a referência da Bloomberg.

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