Segundo Tempo: e agora, Josué?

Introdução: No exterior, o ambiente para os ativos de risco é menos positivo. As bolsas dos EUA operam mistas, após baixa da sessão da Europa. Lá fora, o dólar ganha forças; e commodities operam sem direções claras. Aqui, no Brasil, o Ibovespa não acompanha a piora de humor dos mercados externos, e opera com viés altista. DIs e o dólar mantém pressões de baixistas, atentos aos noticiários políticos.

CENÁRIO EXTERNO: MERCADOS ARISCOS

Mercados… As bolsas da Europa encerram a sessão em tom mais negativo, assim como observado mais cedo. Nos EUA, os mercados seguem sem direções claras. Ao redor das 14h, Dow Jones recuava 0,2%; enquanto o S&P 500 avançava cerca de 0,2%. O dólar, mais fraco pela manhã, se fortalece no início desta tarde. As commodities operam mistas. O petróleo (brent), em especial, mantém a alta e tem alta próxima de 1,0% (oscila em cerca de U$S 74/barril). Os juros das Treasuries tem viés mais negativo (10 anos ~ -0,32%).

As guerras comerciais… Trump é alvo de críticas — por membros do seu próprio partido — após anunciar US$ 12 bi de subsídios aos agricultores americanos prejudicados pela guerra comercial. Segundo Donald, a China tenta atingir os agricultores dos EUA de maneira “cruel” para usá-los como poder de barganha para obter mais concessões comerciais. Em sua defesa, Larry Kudlow, assessor econômico da Casa Branca, disse que a proposta é provisória.

“A China está visando nosso agricultores, que sabe que amamos e respeitamos, como uma maneira de me fazer continuar a permitir que se aproveitem dos EUA. Eles estão sendo cruéis no que será uma tentativa fracassada. Estávamos sendo legais – até agora!”, escreveu Trump em seu Twitter.

BRASIL: IBOVESPA EM ALTA; DÓLAR E DIS RECUAM.

Mercdos… O Ibovespa sobe, ao contrário do que esperávamos mais cedo, puxado pelas ações de Itaú, Bradesco e B3. Do lado negativo, os papéis da Ambev e Cielo são destaques. A alta, entretanto, é limitada. O quadro externo não dá fôlego para uma alta mais expressiva. O dólar e DIs são pressionados para baixo. O real, por sinal, tem o melhor desempenho frente aos emergentes; e a moeda americana opera abaixo dos R$3,72. A percepção de risco país, medida pelo CDS de 5 anos, recua 2%, ao redor de 220 pontos base.

Ibovespa… Os balanços do 2º tri fazem “preço” nesta sessão. Pão de Açúcar e Santander seguem como destaque de alta, com ambos os papéis avançando mais de 5%. O banco espanhol, hoje em destaque, lidera as altas do índice desde abertura. Afinal, seu lucro surpreendeu as projeções mais otimistas do lucro líquido (veja mais no Guide Empresas ). Na outra ponta, Embraer recua em meio as discussões dos detalhes finais da joint venture envolvendo a empresa e Boeing.

Ainda há esperanças… Marcos Pereira, presidente do PRB, disse ainda acreditar na candidatura de Josué Gomes, empresário da Coteminas, como o vice na chapa de Alckmin (PSDB). Isto porque o executivo, por ora, é o único nome consenso entre os partidos membros do “blocão”. O que o PRB não quer, no momento, é que o cargo seja ocupado por algum candidato do DEM. “Só acho que não pode ser do DEM, porque aí já seria muita coisa para um mesmo partido”, afirmou Pereira.

Sobre Josué… A principal pressão de Josué Gomes (isto é, para não aceitar o cargo de vice na chapa de Alckmin) vem do PT. Afinal, o partido mantém um relacionamento de longa data com a família do executivo. Vale lembrar: José Alencar, seu pai, foi vice do ex presidente Lula. Recentemente, Josué também se filiou ao PR (comandado por Valdemar Neto) com o intuito de realizar uma aliança política – justamente – com Lula. O ex presidente, entretanto, permanece preso há mais de 100 dias.

E o vice de Bolsonaro? Após “confusão” com Janaina Paschoal, que se recusou a ser vice de Jair Bolsonaro (PSL), as opções do partido são: (1) Marcelo Álvaro Antônio – foi a favor de cassar Dilma Rousseff e Eduardo Cunha, mas foi contra a reforma trabalhista; (2) Marcos Pontes – tenente-coronel da Força Aérea Brasileira; e (3) Luiz Philippe de Orléans e Bragança – sobrinho do príncipe D. Luís Gastão de Orléans e Bragança. Ainda assim, segue ainda em aberto a situação dentro do partido…

Em suma: diante de um cenário internacional menos claro, os ativos locais perdem algo de fôlego – embora operam ainda relativamente favorável. Continuará sendo fundamental acompanhar o cenário externo nesta e na próxima semana; e, por aqui, com Brasília em “recesso”, os holofotes seguem concentrados com os possíveis candidatos a vice e alianças partidárias para as eleições de outubro.

Sobre as oscilações do pregão:

Ibovespa: : +0,82%, aos 79.806 pontos;
Real/Dólar: -1,15%, cotado a R$3,706;
Dólar Index: -0,21%, 94,413;
DI Jan/21: -09 pontos base; 9,960%;
S&P 500: +0,21%, aos 2.829 pontos.

*Por volta das 15h07, horário de Brasília. Obs.: a taxa de câmbio utilizada é a referência da Bloomberg.

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