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Mercados por TradingView

Segundo Tempo: diga (o que eu quero) Xi

9 de abril de 2018
Escrito por Ignacio Crespo
Tempo de leitura: 6 min
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Introdução: Apesar da alta das bolsas americanas, os mercados locais perdem fôlego. O Ibovespa recua, e o dólar sobe. As incertezas quanto à corrida eleitoral persistem, mesmo após a prisão de Lula. O PT ainda não tem “plano B”; e o PSB se reúne (amanhã) para discutir possível candidatura de Joaquim Barbosa. De volta ao exterior: atenção à fala de Xi Jinping, da China (amanhã), que pode abordar a tal “guerra comercial” com os EUA. No momento, o mercado não parece apostar numa maior tensão entre estes países.


CENÁRIO EXTERNO: À ESPERA DE XI JINPING.

O “básico” dos mercados… As bolsas têm sessão volátil na Europa, e oscilam pouco acima da estabilidade. O setor tech é o destaque de alta. O euro, em US$1,23, se valoriza contra o dólar. Nos EUA, as bolsas operam em alta, muito mais firmes (e em linha com a nossa expectativa pela manhã). O índice S&P 500 sobe mais de 1,7%, por volta das 15h, horário de Brasília. Aqui, também é o setor tech o destaque positivo, seguido pelo financeiro. Aliás, vale notar: os juros das Treasuries sobem hoje (10 anos ao redor de 2,79%).

Sobre a “guerra comercial”… No chamado “Davos da China”, marcado para amanhã, investidores estarão atentos à fala do presidente chinês Xi Jinping. O consenso? Deve destacar medidas de abertura de seus mercados, em linha com aquilo que os EUA gostariam de ouvir. Ou seja: não se espera que a tensão aumente entre estes países.

Mas… Apesar disto, o quadro ainda é bastante imprevisível. Mais: há quem especule que a tensão aumentará. Quais as possibilidades da China? Duas têm sido ventiladas: (1) diminuir o estoque de títulos americanos, em posse do país (estoque que havia atingido US$1,2 trilhão no final de 2017); e/ou (2) depreciar, intencionalmente, a moeda chinesa frente ao dólar, de modo a ganhar competitividade frente aos EUA. Lembramos: a moeda por lá é definida dia a dia, permitindo certa oscilação diária em torno do nível escolhido.

“É pouco provável que a guerra comercial se traduza numa guerra de moedas”, Li Yang, ex-membro do BC chinês (PBoC, na sigla em inglês).


BRASIL: INCERTEZAS PERSISTEM, E MERCADOS “SOB PRESSÃO”.

PT e próximos passos… A Executiva Nacional do PT se reúne hoje em Curitiba. Deve refirmar Lula como o candidato petista. Mas é inegável: precisam discutir um “plano B”, que ainda não existe. Como temos dito, parece pouquíssimo provável que o PT não tenha um candidato próprio, e passe a apoiar um Psol ou PC do B, por exemplo.

O custo-Lula… O governo anunciará, hoje, se mantém o direito de Lula a funcionários (4 seguranças, 2 motoristas e 2 funcionários administrativos) – algo que, como um ex-presidente, vinha tendo direito. No mínimo, estes funcionários custam R$58 mil por mês, aponta o DRIVE, do jornalista Fernando Rodrigues.

Corrida: Barbosa dará a largada? Deputados do PSB reúnem-se amanhã, e devem discutir a eventual candidatura de Joaquim Barbosa à Presidência. Na semana passada, se filiou ao partido. Nesta manhã, no Mercados Hoje, comentamos mais sobre Barbosa, a possível “surpresa” da corrida eleitoral…

Projeções macro: menos IPCA para 2018… Falamos pela manhã do Boletim Focus, mas vale o destaque nesta tarde: o mercado revisou, pela 10ª semana seguida, o IPCA deste ano para baixo, de 3,54% para 3,53%. Para 2019, espera 4,09%, contra 4,08% da semana passada, mas ainda abaixo dos 4,20% esperados há 4 semanas. Lembramos: o BC, tentando mitigar a postergação da convergência da inflação às metas de 2019 e 2020, tem sinalizado que cortará a Selic em maio (dias 15 e 16), de 6,50% para 6,25%.

De olho na semana, IPCA é destaque… No front macro, 3 divulgações do IBGE: (1) IPCA de março (3ª); (2) vendas no varejo (5ª) e (3) dados sobre o setor de serviços (6ª). O 1º se refere a março; os 2 últimos a fevereiro. Sobre a inflação de amanhã: o mercado prevê um IPCA de 0,14% m/m. O número pode vir ligeiramente abaixo disto. Mas o importante é: em 12 meses, o IPCA deve ficar próximo de 2,7%; no curto prazo, a inflação segue benigna.

E os mercados hoje? A sessão começou mais positiva por aqui, com o dólar futuro em queda, por exemplo. Isto estava em linha com aquilo que esperávamos, diga-se de passagem. Mas durou pouco. As incertezas políticas, a despeito da prisão de Lula, continuam. O “centro” segue fragmentado. O Ibovespa perde forças, e recua. O dólar sobe, em linha com a percepção de risco país (o CDS de 5 anos sobe mais de 1%, por volta de 169 pontos base).


    Sobre as oscilações do pregão:

    Ibovespa: -1,29%, aos 83.724 pontos;
    Real/Dólar: +0,72%, cotado a R$3,394;
    Dólar Index: -0,26%, 89,877;
    DI Jan/21: +02 pontos base; 8,110%;
    S&P 500: +1,47%, aos 2.643 pontos.

    *Por volta das 15h39, horário de Brasília. Obs.: a taxa de câmbio utilizada é a referência da Bloomberg.

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