Introdução: As bolsas da Europa fecharam em baixa, na contramão das americanas, que vão operam em alta nesta sessão. O dólar segue mais fraco lá fora; frente aos emergentes, o desempenho é misto. As eleições italianas, na Europa, voltam a colocar o “risco político” no centro das atenções. Nos EUA, é dia de agenda fraca. No Brasil, Ibovespa vira, e recua. O índice oscila pouco abaixo dos 85 mil pontos. No front político, destaque para o resultado da pesquisa eleitoral CNT/MDA. No front macro, o mercado espera crescimento ao redor de 2,5% em 2018.

CENÁRIO EXTERNO: BOLSAS AMERICANAS VOLTAM A SUBIR, EM DIA DE DÓLAR MAIS FRACO.

O “básico” dos mercados… As bolsas europeias terminaram o dia em queda, em sua maioria. O índice Stoxx 600 teve leve recuo, e diminuiu os ganhos de 2018, que não superam 0,8% (em moeda local). Nos EUA, as bolsas sobem, com alívio das tensões comerciais envolvendo EUA e China. O Dow Jones sobe ao redor de 0,8% no ano. O S&P 500 sobe pouco mais de 2%. Hoje, o dólar mantém viés mais baixista, e dá alívio às moedas. Os juros das Treasuries, por outro lado, sobem (10 anos ~2,98%). O índice VIX, medida que costuma ser vista como um termômetro da aversão a risco, avança mais de 2% nesta tarde.

Surpreendendo os chineses… Ontem, Trump surpreendeu os mercados ao afirmar que irá ajudar a empresa chinesa de tecnologia ZTE Corp a “voltar aos negócios, e rapidamente”. Isto porque, a ZTE teria sido “atingida” pelas recentes sanções norte americanas. O fato é que tal medida ocorre dias antes das conversas sobre comercio — previstas para esta semana -, envolvendo americanos e chineses. Aliás, a China já havia pedido aos EUA para que aliviasse tais sanções à ZTE, uma das maiores produtoras de equipamentos de telecomunicações do mundo.

Fechando acordos… Na Europa, prevaleceu a cautela em torno da formação do governo na Itália. Ainda ontem, o Movimento 5 Estrelas e o partido de extrema-direita, Liga, chegaram a um acordo de coalizão para comandar o país. Os líderes dos dois grupos, no entanto, ainda negociam os membros deste novo governo, incluindo o nome de quem será o primeiro-ministro. Segundo artigo de hoje do Financial Times , estes ainda encontram dificuldade para escolher este nome, e pediram “mais alguns dias” para fazer a escolha. Vale lembrar que, em nossa visão, as eleições italianas eram um dos principais riscos para as bolsas da Europa em 2018. “Pode ser motivo de maior volatilidade na região”, dissemos em nosso Relatório Anual, divulgado no final de 2017.

“Somos muito conscientes dos prazos internacionais que este novo governo deverá enfrentar em breve, tanto dentro da Europa como fora […] Nós concordamos que precisamos correr”, afirmou Luigi Di Maio, líder do Movimento 5 Estrelas

BRASIL: PESQUISA ELEITORAL CNT/MDA MOSTRA ALCKMIN NA CASA DE 8%.

Mercados… O Ibovespa perdeu forças ao longo da manhã, e passou a operar em baixa no início desta tarde. Perto das 15h, horário de Brasília, o índice oscilava abaixo dos 85 mil pontos. Por aqui, o resultado da pesquisa eleitoral CNT/MDA se sobrepôs, não só ao quadro externo, ainda um pouco mais positivo, mas também ao dia mais favorável para as commodities . Ao contrário do que esperávamos pela manhã, dólar e DIs apresentam um viés altista (seguem a direção dos juros das Treasuries). A percepção de risco país, medida pelo CDS de 5 anos, sobe próximo de 1%, aos 186 pontos base.

Sobre o Ibovespa… Entre os papéis que impulsionam o índice, Petrobras e Vale são destaques positivos. Com relação ao 1ª, segue a expectativa de um desfecho positivo sobre as negociações envolvendo a cessão onerosa da estatal com a União. A valorização do petróleo e do minério de ferro também é algo que contribui para impulsionar estes papéis. Na outra ponta, Energias do Brasil é destaque de baixa. Falamos disto no Guide Empresas. A oferta lançada pela CTG pelo controle do grupo EDP (lá fora) coloca como condição que a CTG não seja obrigada a lançar também uma OPA pela subsidiária da EDP no Brasil. É algo que pressiona os papéis da elétrica nesta sessão.

Sobre a pesquisa eleitoral CNT/MDA… Esta era a 1ª pesquisa pós-desistência de Barbosa (PSB). Sem Lula, temos que apenas Marina (Rede) consegue empatar com Bolsonaro (PSL). Aliás, no 1º turno, considerando o principal cenário da pesquisa (cenário 3), Bolsonaro lidera (19,7%), seguido por Marina (15,1%) e Ciro Gomes (11,1%), que estão empatados, considerando a margem de erro, de 2,2 p.p. Registre-se: se somarmos “Brancos/Nulos” com “Indecisos”, temos 42,2%. Considerando todos os cenários, este número chega, no máximo, a expressivos 45,7%.

Novas projeções do mercado… No front macro, voltamos a destacar o Boletim Focus, divulgado nesta manhã pelo BC. O mercado , após depreciação recente do real, revisou a taxa de câmbio para cima. Espera R$3,40 para o final deste e do próximo ano. Mas isto não parece aumentar pressões inflacionárias: o IPCA projetado para 2018 e 2019 foi revisado para baixo (agora em 3,45% e 4,00%, respectivamente). O PIB deste ano também teve revisão significativa, de 2,70% para 2,51%. Para 2019, ainda se espera crescimento de 3,00%.

Sobre as oscilações do pregão:

Ibovespa: : -0,36%, aos 84.911 pontos;
Real/Dólar: +0,45%, cotado a R$3,616;
Dólar Index: +0,09%, 92,618;
DI Jan/21: +08 pontos base; 8,460%;
S&P 500: -0,07%, aos 2.725 pontos.

*Por volta das 15h34, horário de Brasília. Obs.: a taxa de câmbio utilizada é a referência da Bloomberg.

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