Introdução: Os mercados americanos recuam, em dia de quedas generalizadas. Além de petrolíferas, o setor tech segue nos holofotes da mídia. A indústria dos EUA segue forte. No Brasil, a semana é de grande expectativa no front político. Isto adiciona um teor de imprevisibilidade, e tende a aumentar a cautela. Os mercados locais seguem mostrando boa resiliência. Aproveitamos para reforçar as recentes mudanças nas projeções de inflação, tanto do mercado quanto do próprio banco central. O ambiente macro, por aqui, segue favorável.

CENÁRIO EXTERNO: MERCADOS AMERICANOS RECUAM.

O “básico” dos mercados… Com os mercados europeus fechados, os holofotes estão voltados aos mercados americanos. As bolsas recuam se forma expressiva por lá (mais do que 2%!), e o dólar opera ligeiramente mais forte frente a seus principais pares. O brent recua, e volta à casa dos US$68/barril. O setor de tecnologia segue despertando receios, e a atenção da mídia.

EUA: indústria ainda forte… Os índices sobre a indústria de março (PMI e ISM) seguem apontando um setor forte à frente. O ISM, por exemplo, passou de 60,8 em fevereiro para 59,3 em março. O PMI passou de 55,7 para 55,6. Apesar destas quedas marginais, os índices seguem bem acima dos 50 pontos – patamar acima do qual passam a sinalizar “expansão”.

BRASIL: NOTICIÁRIO POLÍTICO É DESTAQUE DA SEMANA.

Dança das cadeiras… Temer empossou hoje Gilberto Occhi e Valter Casimiro nos Ministérios da Saúde e o dos Transportes, respectivamente. Como falamos mais cedo, Nelson de Souza será o novo presidente da Caixa – uma indicação do PP. No Planejamento, com a saída de Dyogo Oliveira para o BNDES, o novo ministro será o secretário-executivo da pasta, Esteves Colnago.

Mudanças em aberto… Pela manhã, falamos que ainda está em aberto a escolha para a pasta de Minas e Energia, apos saída de Fernando Bezerra Coelho Filho. Outra indefinição é a da pasta da Educação. Temer estaria mais inclinado a fazer nomeações de caráter mais “político”, diante da possibilidade de enfrentar uma 3ª denúncia contra ele. Assim, ao invés de alguém mais “técnico”, como gostaria o ainda ministro Mendonça Filho, o deputado Carlos Melles (DEM-MG) tem sido cotado.

Um pouco sobre a corrida eleitoral… Tem sido ventilado que Joaquim Barbosa pode, de fato, se filiar ao PSB. O seu prazo está terminando. Precisa decidir esta semana, dado o prazo limite para isto (dia 7). Espera-se que Barbosa se filie, e espere resultados de pesquisas de intenção de votos, até junho/julho, para saber se será um candidato ao Planalto. Esta possibilidade é, evidentemente, negativa para a candidatura de Geraldo Alckmin (PSDB). Vale lembrar: assim que o tucano deixar o governo de SP, este será comandado pela vice Márcio França, do PSB.

Projeções: Boletim Focus… O mercado, segundo documento divulgado hoje, voltou a reduzir as projeções para o IPCA. Para 2018, agora espera 3,54%. Para 2019, 4,08%. Registre-se: o centro da meta para estes anos é de 4,50% e 4,25%, respectivamente. Economistas esperam uma Selic de 6,25% no final deste ano (o mesmo cenário nosso), e 8,00% no final de 2019. O PIB deste ano foi revisado para baixo: de 2,89% para 2,84%. O crescimento esperado para 2019 segue em 3,00%.

Projeções: do BC, no RTI… Na semana passada, o BC divulgou o seu Relatório Trimestral de Inflação (RTI), contendo projeções atualizadas para a inflação. Embora vários cenários sejam considerados, focamos aqui naquele que considera as trajetórias para a Selic e a taxa de câmbio do próprio Focus. Neste caso, o BC projeta 3,8% para 2018, e 4,1% para 2019. Em dezembro, esperava 4,2%, para ambos os períodos. Esta foi a “revisão” da inflação neste curto espaço de tempo – algo que reforça a expectativa de que o BC, de fato, voltará a cortar a Selic no próximo Copom (dias 15 e 16 de maio).

E os mercados hoje? Em linha com o esperado – e a despeito da queda das bolsas americanas -, o Ibovespa vai apresentando direção pouco clara (ainda que siga com viés baixista). Assim como no mês anterior, mostra boa resiliência – algo que merece destaque. As ações de Vale sobem, enquanto Petrobras recua. O dólar apresenta viés altista (na máxima, chegou a ficar acima de R$3,31, segundo dados da Bloomberg ). O mesmo acontece com o CDS de 5 anos, que superou os 165 pontos base.

Sobre as oscilações do pregão:

Ibovespa: -0,57%, aos 84.876 pontos;
Real/Dólar: +0,40%, cotado a R$3,319;
Dólar Index: +0,13%, 90,087;
DI Jan/21: +07 pontos base; 8,020%;
S&P 500: -2,78%, aos 2.567 pontos.

*Por volta das 14h46, horário de Brasília. Obs.: a taxa de câmbio utilizada é a referência da Bloomberg.

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