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Mercados por TradingView

Segundo Tempo: Chance Zero

5 de março de 2018
Escrito por Ignacio Crespo
Tempo de leitura: 6 min
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Introdução: O ambiente no exterior registrou alguma melhora; e o petróleo, dentre as commodities, é um dos destaques positivos. Isto beneficia as ações da Petrobras, por exemplo. Aliás, o Ibovespa se recuperou das perdas desta manhã, e sobe. Isto tudo em meio à Operação Carne Fraca, que tem foco na BRF. No front macro, o setor de serviços mostrou forças em fevereiro. No front político, Meirelles deixou claro que não quer ser vice de Alckmin: “Chance Zero”.


CENÁRIO EXTERNO: ECONOMIA AMERICANA SEGUE SÓLIDA.

O “básico” dos mercados… As bolsas da Europa, com a exceção do índice italiano, têm boa sessão, e sobem. O dólar ainda se valoriza frente a principais pares, e frente às moedas dos emergentes. As commodities tiveram alguma melhora. Em especial, o brent sobe quase 2%, com o barril ao redor de US$65,6. Os juros das Treasuries sobem: os papéis de 10 anos oscilam ao redor de 2,88%. Nos EUA, Dow Jones e S&P 500 sobem. No ano, enquanto o 1º está próximo à estabilidade; o 2º sobe ao redor de 1,5%.

Na agenda de hoje… Nos EUA, o índice PMI sobre o setor de serviços se manteve em 55,9 pontos em fevereiro, em linha com o esperado. A economia americana segue mostrando números sólidos. Com isto, as atenções se voltam aos discursos dos dirigentes do Fed nesta semana. Destaque à fala de W. Dudley, do Fed de NY, marcada para amanhã (3ª, dia 6) e 4ª (dia 7).


BRASIL: EM MEIO À OPERAÇÃO CARNE FRACA, IBOVESPA SE RECUPERA.

Eleições: todos querem ser “cabeça”… O ministro Meirelles deixou claro que não pretende ser vice na chapa com Alckmin (PSDB). “Chance zero”, afirmou, quando perguntado pelo DRIVE. Vale lembrar que, além de Meirelles, outros políticos já foram cogitados para formar uma chapa com o governador tucano (incluindo ACM Neto, Rodrigo Maia e Mendonça Filho).

O Ibovespa se recupera… O Ibovespa reverteu a queda desta manhã; e opera no campo positivo nesta tarde. O índice oscila na marca dos 85-86 mil pontos. O ambiente externo, a despeito da volatilidade, segue fazendo “preço” por aqui (sem surpresas). A melhora das commodities é algo que ajuda, é claro. A alta do índice é impulsionada por Petrobras, e setor financeiro. Na outra ponta, a queda da BRF é forte (mais de 15%, por volta das 15h, horário de Brasília).

BRF: Operação “Trapaça”… As investigações revelaram um esquema de fraudes envolvendo laboratórios credenciado pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento que alteravam resultados de exames em amostras de seu processo industrial. Entre os executivos presos temporariamente nessa nova fase da operação estão o ex-presidente da BRF, Pedro de Andrade Faria, e o ex-diretor-vice-presidente da BRF, Hélio Rubens Mendes dos Santos.

BRF: desdobramentos (ainda incertos)… O grande risco? A volta das restrições sobre os produtos de proteína animal no Brasil e exterior (veja mais no Guide Empresas de hoje). Em linha com o esperado (falamos brevemente no Mercados Hoje), a tensão se espalhou pelo setor inteiro, pressionando os papéis da JBS (-4%), Minerva (-3%) e Marfrig (-1%).

Na agenda de hoje… O índice PMI sobre o setor de serviços acelerou: passou de 50,0 pontos em janeiro para 52,7 em fevereiro. Acima de 50 pontos, ainda mostra que o setor deve acelerar à frente. Com isso, o PMI composto – que também considera a indústria – passou de 50,7 para 53,1.

Boletim Focus… Falamos disto pela manhã, mas vale reforçar: o mercado revisou para baixo o IPCA de 2018, de 3,73% para 3,70%. Foi a 5ª semana seguida de revisão baixista. Além disto, a entrevista de Ilan Goldfajn, à radio CBN, hoje pela manhã, parece ter reforçado a perspectiva de nova queda de juros neste mês.

Sobre os mercados… Em linha com o esperado, o Ibovespa mantém um viés mais altista, seguindo o exterior que observou a uma leve melhora. Não fosse a Carne Fraca, o índice poderia estar ainda mais forte. O dólar, embora tenha operado em ligeira alta por algum tempo, registra uma leve queda nesta tarde. Segue sem direção clara no médio prazo, em nossa visão. Por fim, no mercado de juros, os DIs operam em baixa, na contramão dos juros soberanos de EUA, e seguindo a perspectiva de nova queda de juros por aqui.


    Sobre o fechamento do último pregão:

    Ibovespa: +0,43%, aos 86.132 pontos;
    Real/Dólar: -0,06%, cotado a R$3,251;
    Dólar Index: +0,13%, 90,050;
    DI Jan/21: : -06 pontos base; 8,300%;
    S&P 500: +1,02%, aos 2.719 pontos.

    *Por volta das 15h33, horário de Brasília. Obs.: a taxa de câmbio utilizada é a referência da Bloomberg.

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