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Mercados por TradingView

Segundo Tempo: avaliação positiva de 4,3%

6 de março de 2018
Escrito por Ignacio Crespo
Tempo de leitura: 7 min
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Introdução: As bolsas americanas operam próximas à estabilidade, em dia menos claro para ativos de risco. Commodities mistas. Os juros de 10 anos oscilam ao redor de 2,86%. No Brasil, damos destaque à pesquisa CNT/MDA. O front macro segue favorável, e o Ibovespa segue com viés altista, em linha com o esperado. O real se valoriza frente ao dólar, diante de uma moeda dos EUA mais fraca no exterior.


CENÁRIO EXTERNO: MERCADOS MISTOS, APESAR DAS INCERTEZAS.

O “básico” dos mercados… As bolsas da Europa estão em leve alta, em meio à fraqueza do dólar no exterior. Os juros das Treasuries recuam. Entre commodities, um quadro misto. O petróleo (brent) oscila ao redor de US$65,6/barril. É, em suma, um dia menos claro para ativos de risco. Nos EUA, o S&P 500, ao redor das 14h30, operava próximo à estabilidade.

Trump, o protecionista… A intenção de Trump – taxar as importações de aço em 25% e as de alumínio em 10% — seguem gerando preocupação. Não pelo impacto que esta taxação gera sobre as importações totais do país (ao redor de 2% serão afetadas, segundo o economista Martin Wolf), mas pela elevada probabilidade de que novas medidas protecionistas, como esta, possam vir à tona.

O mercado, o complacente… Apesar destas incertezas – aliás, tais taxações dificilmente tenham um impacto positivo sobre emprego americano, dada a pouca capacidade de elevar a produção de tais produtos no curto prazo, e devem puxar a inflação para cima -, os mercados têm se recuperado. O índice S&P 500, por exemplo, está acima do nível da última 5ª, dia 1º de março, quanto foi ventilada a intenção de Trump.


BRASIL: SEM LULA, BOLSONARO SEGUE NA LIDERANÇA.

Nova pesquisa… A pesquisa CNT/MDA, realizada entre os dias 28 de fevereiro e 4 de março, evidencia que Lula, mesmo condenado, ainda detém grande parte das intenções de voto. Num levantamento “espontâneo”, Lula tem 18,6% dos votos, pouco abaixo dos 20,2% de setembro de 2017, a última pesquisa. Vale notar: “branco/nulo/indeciso” somam 60,1%.

Mais sobre a corrida… Além disso, a pesquisa de hoje mostra que Bolsonaro segue na liderança, quando Lula fica de fora. Tem entre 20,0-20,9% das intenções de voto. Logo atrás, embolados, estão Marina Silva (Rede), Ciro Gomes (PDT) e Geraldo Alckmin (PSDB). Vale notar: “branco/nulo/indeciso”, somados, somam expressivos 38,5%.

Sobre a avalição de Temer, e seu governo… Segundo o levantamento CNT/MDA, 73,3% dos brasileiros tem uma avaliação negativa sobre o governo federal (avalição “ruim” ou “péssima”), contra 75,6% na pesquisa anterior. A avaliação positiva (“ótimo” e “bom”) ficou em 4,3%, ligeiramente acima de 3,4%. A aprovação do desempenho pessoal de Temer na Presidência é de 10,3%, contra 10,1% na leitura de setembro/17. A desaprovação é de 83,6%, contra 84,5%.

Sobre o julgamento de Lula… A 5ª Turma do STJ começou a julgar o pedido de habeas corpus (HB) preventivo de Lula. A defesa pede uma decisão que evite a sua prisão imediata, após esgotamento de recursos no TRF-4. Segundo o advogado de Lula, Sepúlveda Pertence, a condenação foi feita com “abuso kafkiano”. Como falamos pela manhã, acreditamos que, mesmo rejeitado o HB pelo STJ, este não deve ser o fim da “novela”. A defesa de Lula pode entrar com novo pedido de habeas corpus no STF, por exemplo. Veja o julgamento, ao vivo, no canal do Youtube do tribunal ( aqui).

No front macro: produção industrial cresce 5,7%… Embora tenha recuado 2,4% frente a dezembro, a produção de janeiro, frente à do mesmo período de 2017, cresceu 5,7% — ligeiramente acima do esperado pelo mercado (+5,2%), e acelerando em relação ao último mês (+4,5%). Também vale notar: a melhora da produção industrial tem sido bastante disseminada (o índice de difusão, em 64%, está bem acima da média de 52%, desde o início da série, em 2002).

No front macro: produção de veículos soma 217 mil unidades em fevereiro… Em fevereiro, a produção registrou um crescimento de 5,7% frente ao mesmo período do ano anterior. Do total, 171 mil foram automóveis; 31,8 mil foram comerciais leves. Considerando uma média móvel de 6 meses, o crescimento interanual da produção segue por volta de 20%. Em 2017, a média desta taxa foi de 23%.

E os mercados hoje? Em linha com o esperado, o Ibovespa mantém um viés mais positivo. Isto, apesar do momento menos positivo das bolsas dos EUA. O dólar recua, diante de uma moeda americana fraca ao redor do mundo. No mercado de juros, DIs relativamente estáveis. De qualquer forma, vemos o mercado migrando, aos poucos, para uma “aposta” de corte de 0,25 ponto base na Selic no Copom deste mês (dia 21).

Destaques do Ibovespa… As siderúrgicas lideram as principais altas do índice. O movimento ocorre em meio às menores preocupações envolvendo as discussões dos EUA de aumento de tarifas. Não se pode descartar alguma espécie de “acordo”, evitando tais tarifas. É neste contexto que Usiminas e CSN avançam mais de 3%, e recuperam parte das perdas dos últimos dias. Na outra ponta, Minerva e M Dias Branco recuam após reportarem números mais fracos no 4T17 (veja mais no Guide Empresas).

E a BRF? O papel segue pressionado na sessão desta 3ª. O nosso receio com relação às restrições à exportação dos produtos da empresa, após envolvimento na Operação Carne Fraca, começa a ganhar força. Hoje, o Centro de Segurança Alimentar (CFS, na sigla em inglês) de Hong Kong solicitou maiores esclarecimentos às autoridades brasileiras. Mais: bancos estrangeiros começaram a alterar as recomendação sobre os papéis da empresa.


    Sobre o fechamento do último pregão:

    Ibovespa: +0,60%, aos 86.539 pontos;
    Real/Dólar: -1,12%, cotado a R$3,207;
    Dólar Index: -0,48%, 89,648;
    DI Jan/21: : -02 pontos base; 8,280%;
    S&P 500: +0,25%, aos 2.728 pontos.

    *Por volta das 15h15, horário de Brasília. Obs.: a taxa de câmbio utilizada é a referência da Bloomberg.

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