Introdução: As commodities seguem em baixa no exterior, e investidores estão atentos à fala de Trump, marcada para 17h. Afinal, a política comercial da Casa Branca segue sendo destaque. Na Europa, Draghi comentou sobre o tema, após manter os juros estáveis por lá, e começar a sinalizar um período de menores estímulos do BC. No Brasil, mercados locais seguem o exterior, em dia de agenda macro sem grandes destaques.

CENÁRIO EXTERNO: à espera de Trump.

O “básico” dos mercados… As bolsas da Europa seguem com viés mais positivo, em meio à instabilidade das bolsas de EUA. O índice S&P 500 mostra desempenho pouco claro. O dólar segue mais forte; e as commodities, em sua maioria, recuam. O barril do brent segue na casa dos US$63/barril; e o cobre, por exemplo, recua mais de 1,8% (por volta das 15h, horário de Brasília).

BC europeu: sem o viés expansionista… O BC europeu decidiu manter, de forma unânime, as atuais taxas de juros, em linha com o esperado pelo mercado. Mas chamou a atenção: já não se compromete, de forma explícita, em aumentar as compras de ativos mensais do atual programa, a depender da conjuntura. Afinal, após bons dados econômicos, parece pouco provável que a conjuntura exija tais medidas mais agressivas do BC. Foi uma mudança marginal, que começa a sinalizar reais mudanças de posturas da instituição…

Um pouco mais… Por enquanto, o BC europeu segue comprando, mensalmente, 30 bilhões de euros em ativos – compras que irão até setembro deste ano. Na comparação com as projeções de dezembro, a instituição revisou o PIB esperado deste ano para cima, de 2,3% para 2,4%. Para a inflação, nada mudou: ainda espera-se 1,4%.

Draghi: amizade não funciona assim… Em sua coletiva de imprensa, o presidente do BC foi questionado sobre as políticas protecionistas de Donald Trump. Embora não acredite que estas venham a ter um impactos relevantes sobre as suas decisões, afirmou: “Se você coloca tarifas contra os sues aliados, começo a pensar em quais são os seus inimigos”.

EUA: à espera de Trump… Os investidores estão à espera de mais detalhes da Casa Branca (17h), no que diz respeito à política de impostos às importações de aço e alumínio. Nas últimas horas, o “tom” protecionista diminuiu, e figuras importantes do governo sinalizaram que será feita uma análise “caso a caso” para determinar quais países sofrerão com isso.

BRASIL: mercados reagem ao exterior.

Mercados… O Ibovespa perdeu forças, após bom início. O dólar opera em alta, em linha com o cenário externo; e os DIs mais longos têm viés altista, seguindo a direção do mercado cambial. A percepção de risco país, medida pelo CDS de 5 anos, registra leve alta, aos 152 pontos base.

Eleições… Rodrigo Maia (DEM-RJ), o presidente da Câmara, disse hoje em Convenção do DEM que acabará com burocracias e aumentará a poupança e investimentos em infraestrutura. Foi lançado candidato à Presidência pelo seu partido. Segue, segundo pesquisas recentes, com algo próximo de 1% das intenções de voto.

Macro… As atenções se voltam para o IPCA de fevereiro, que o IBGE divulga amanhã. Como temos disto, acreditamos que uma inflação na casa de 2,8%, após surpresas positivas (inflação abaixo do esperado) nos últimos meses, deve levar o BC a um novo corte de Selic, de 6,75% para 6,50%. O mercado, hoje, é majoritário nesta “aposta”.

Sobre as oscilações do pregão:

Ibovespa: -0,91%, aos 84.704 pontos;
Real/Dólar: +0,62%, cotado a R$3,2633;
Dólar Index: +0,59%, 90,162;
DI Jan/21: : -02 pontos base; 8,260%;
S&P 500: -0,09%, aos 2.724 pontos.

*Por volta das 15h26, horário de Brasília. Obs.: a taxa de câmbio utilizada é a referência da Bloomberg.

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