Introdução: Não vemos muita clareza e convicção nos mercados internacionais. As bolsas recuam na Europa, após queda na China. Aliás, o gigante asiático dá novos sinais de desaceleração econômica. Nos EUA, atenção às vendas no varejo e balanços sobre o 2º tri. Investidores também estão atentos à reunião entre Trump e Putin, hoje, na Finlândia. No Brasil, é dia de vencimento de opções sobre ações na B3. O “centrão” ainda não definiu qual pré-candidato apoiará. Alguns dizem que Ciro ainda é mais “atraente” do que Alckmin; mas o Valor afirma que o tucano está mais próximo de conquistar este apoio. O período das convenções partidárias começa nesta semana (dia 20). Em maio, a economia recuou 3,3% frente a abril, segundo índice IBC-Br. O PIB deve crescer 1,50% neste ano, segundo o Boletim Focus.

CENÁRIO EXTERNO: CHINA DESACELERA.

O “básico” sobre os mercados… As bolsas da Europa operam com viés baixista nesta manhã, após queda da bolsa na China (índice de Xangai -0,61%). O S&P futuro opera próximo à estabilidade, após ganhos na última 6ª (S&P 500 +0,11%). O dólar opera mais fraco; e a maioria das moedas de emergentes se valoriza. Os juros das Treasuries sobem (10 anos ~2,83%). A volatilidade, medida pelo índice VIX, sobe quase 4% (~8h30, horário de Brasília). As commodities operam mais fracas. O petróleo (brent) recua, e oscila na casa dos US$74/barril.

Desaceleração chinesa… Em junho, as vendas no varejo cresceram 9,0% a/a, acima dos 8,5% do mês anterior, e da expectativa de 8,8% do mercado. Por outro lado, a produção industrial cresceu 6,0% a/a, abaixo dos 6,8% de maio, e dos 6,5% esperados. Este último número reforça a percepção de desaceleração econômica. Aliás, contribui hoje para o viés baixista das commodities metálicas, por exemplo. Vale dizer: o PIB chinês, no 2º tri, desacelerou para 6,7%, após 6,8% no 1º trimestre.

Balança (e projeções) da Zona do Euro… Em maio, o superávit comercial foi de US$16,9 bi, pouco abaixo dos US$18,6 bi esperados pelo mercado (na série com ajuste sazonal). Mais: a Bloomberg divulgou novas projeções para os próximos trimestres. Considerando a economia como um todo, o 2º tri deve registrar crescimento de 0,4% t/t, ligeiramente abaixo dos 0,5% previstos anteriormente. As exportações devem crescer 4,4% a/a, abaixo dos 5,3% previstos; enquanto as importações 3,3%, abaixo dos 3,7% previstos.

Na agenda de hoje… Nos EUA, no front macro: (1) vendas no varejo de junho (9h30); (2) índice Empire Manufacturing de julho (9h30); e (3) estoques empresariais de maio (11h). Além disto, (i) encontram-se hoje os presidentes de EUA e Rússia, na Finlândia (agora pela manhã); e (ii) a cúpula da União Europeia encontra-se com o premiê chinês, Li Keqiang. No front micro, segue a temporada de balanços do 2º tri nos EUA. Antes do mercado, 4 empresas do S&P divulgam, incluindo Netflix e Bank of America.

BRASIL: SEMANA DE CONVENÇÕES.

Passada a Copa, as eleições… As atenções se voltam, definitivamente, às eleições de outubro. O período de convenções partidárias começa nesta semana – do dia 20 de julho ao dia 5 de agosto. Na 6ª (20), o PDT deve oficializar Ciro Gomes como candidato ao Planalto. No domingo (22), o PSL deve fazer o mesmo com Jair Bolsonaro. O PT marcou sua convenção para o dia 4 de agosto (embora o encontro possa ser antecipado). Partidos do chamado “centrão” podem deixar a decisão para o final do período. O DEM se reúne dia 2 de julho; o PP, dia 3.

Sobre o apoio do “centrão”… Ainda não está clara a decisão dos partidos como DEM, PP, PRB e SD. Neste último sábado (14), líderes destas legendas se reuniram e, segundo o Estadão, saíram do encontro dizendo que “Ciro é muito mais atraente do que Alckmin” . Hoje, no entanto, o Valor traz matéria que afirma que Alckmin estaria mais próximo de conquistar este apoio. O PRB confirmou que não terá Flavio Rocha como presidenciável. A próxima reunião do “centrão”, em tese, está marcada para esta 5ª (18). O PR, que está em negociações com Bolsonaro, também deve participar.

Viagens, viagens, viagens… Temer vai a Cabo Verde nesta semana (vai amanhã, e volta na 4ª), para a Conferência de Chefes de Estado e de Governo da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa. Os primeiros na linha de substituição, os presidentes da Câmara, Rodrigo Maia, e do Senado, Eunício Oliveira, não podem assumir por conta da legislação eleitoral (ficariam inelegíveis para disputar novo mandato para o Congresso). Assim, também estarão fora do país. O Planalto ficará sob comando da presidente do STF, Cármen Lúcia. Como seu vice-presidente, Dias Toffoli, também viaja, quem assume a presidência do Supremo será Celso de Mello.

Sobre o IBC-Br… A proxy mensal para o PIB de maio recuou 3,3% frente a abril, após 0,5% no mês anterior. Na comparação com o mesmo período de 2017, a economia contraiu 2,9%. Havia mostrado crescimento de 3,7% em maio, frente a maio de 2017. Os números refletem, em grande parte, a paralização dos caminhoneiros. E o “tombo” ficou bastante em linha com as expectativas do mercado.

Sobre o Boletim Focus…  O mercado revisou o IPCA deste ano para baixo, de 4,17% para 4,15%. O PIB também recuou, de 1,53% para 1,50%. A Selic deve continuar em 6,50%, e a projeção para o câmbio (final do período) continua em R$3,70. Para 2019, menos alterações. O IPCA deve terminar em 4,10%; o PIB crescer 2,50%; e a Selic fechar o ano em 8,00%. O câmbio foi revisado para cima, de R$3,60 para R$3,68.

Agenda de hoje… No front macro, além do Boletim Focus, 2 dados sobre o mês de maio: (1) IBC-Br; e (2) balança comercial (15h). Mais cedo, saiu o IGP-10 de julho: +0,93% m/m, após 1,86% em junho. Veio acima dos 0,81% esperados pelo mercado, segundo a Bloomberg. No front micro, produção de Vale, e entregas de Embraer.

E os mercados hoje? É dia de vencimento de opções sobre ações na B3. No exterior, o ambiente é misto, reagindo às incertezas geopolíticas e expectativa de encontros/falas de líderes internacionais. No Brasil, segue em aberto a aliança que os partidos do “centrão” farão. O “tombo” da economia em maio já era esperado. Neste ambiente, vemos um viés pouco claro hoje para os ativos. O dólar pode se beneficiar do quadro externo (viés baixista), mas a bolsa não deve apresentar muito fôlego (viés baixista).

Ignacio Crespo – Economista

Sobre o fechamento do último pregão:

Ibovespa: +0,97%, aos 76.594 pontos;
Real/Dólar: +0,81%, cotado a 3,850;
Dólar Index: -0,16%, 94,677;
DI Jan/21: -10 pontos base; 9,21%;
S&P 500: +0,11% aos 2.801 Mil pontos.

Fonte: Bloomberg. Obs.: a taxa de câmbio utilizada é a referência da Bloomberg. *valores referentes à sessão do dia 31/05.

EMPRESAS:

Embraer: United e Embraer assinam contrato para 25 jatos E175
Impacto: Positivo.

Luis Gustavo Pereira – Estrategista

Jornais:

Folha de São Paulo
– Mortalidade infantil tem 1º aumento desde 1990
– Multidão lota ruas de Paris em festa do bi
– Mike Godwin: Comparação com Hitler não deve ser feita levianamente

O Estado de São Paulo
– Receita de construtoras cai R$ 55 bi com crise e Lava-Jato
– Processos contra juízes travam na esfera criminal0
– Trump e Putin se reúnem na Finlândia
– Deputados querem teto salarial de R$ 38 mil

O Globo
– França é bi na Copa da revolução
– Putin enfrenta protesto e gafe na despedida
– Leis dão respaldo a invasões e ampliam desordem urbana no Rio
– Encontro de Trump e Putin eleva tensão na Europa

Valor Econômico
– Fundo de previdência aberta rende menos que taxa Selic
– Eletronuclear ameaça não pagar dívida
– França é campeã em copa de brilho difuso
– Mundial promoveu encontro da Rússia com Ocidente

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