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Mercados por TradingView

Mercados Hoje: que chapa foi essa?

26 de abril de 2018
Escrito por Ignacio Crespo
Tempo de leitura: 9 min
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Introdução: As bolsas no exterior mostram alguma recuperação, e o dólar opera estável frente a seus principais pares. O mercado monitora sinalizações do BC europeu: Mario Draghi fala às 9h30. Nos EUA, próximos 9 dias serão importantes. Amanhã sai o PIB do 1º tri. No Brasil, PSDB e MDB desenham aproximação, e entra no radar uma chapa Alckmin-Meirelles. Barbosa se diz contra os “ultraliberais”. Delação de Palocci pode dar fôlego à Lava Jato. No front micro, BRF tem assembleia para definir o novo conselho. Balanços de Vale, Bradesco e Suzano, entre outros, estão no radar.


CENÁRIO EXTERNO: PRÓXIMOS DIAS SERÃO IMPORTANTES NOS EUA.

O “básico” dos mercados… As bolsas da Europa operam em alta, após sessão mista na Ásia. Nos EUA, S&P futuro opera em alta. As commodities operam mistas, mas diante de um dólar mais estável, há certo viés de melhora. O petróleo (brent ) sobe mais de 1%, e volta a oscilar próximo de US$75/barril. Os juros das Treasuries seguem em patamares altos, mas passam por “alívio”. Os juros de 10 anos oscilam ao redor de 2,98%.

Nos EUA, próximos 9 dias serão importantes… O mercado estará muito atento aos próximos dados sobre a economia dos EUA. Afinal, uma expectativa de inflação mais alta, fruto de uma economia mais forte, tem levado os juros das Treasuries a patamares que há alguns anos não víamos. Isto, é claro, também estará sendo acompanhado pelo próprio Fed, que é quem deve elevar os juros nos próximos meses.

Quais dados? Damos aqui alguns exemplos, a começar pela 1ª leitura do PIB do 1º trimestre deste ano, que sai amanhã. Também sairá o índice de custo de empregos, que pode dar pistas sobre uma aceleração da inflação (fruto de pressões altistas nos salários). Além disso, lembre que na semana que vem teremos uma nova reunião do Fed (na 3 e 4ª, dias 1 e 2), e sairá na 6ª, dia 4, o Relatório de Empregos de abril.

Na agenda macro de hoje… É dia de reunião de política monetária do BC europeu. As taxas de juros foram mantidas por lá, e as atenções se voltam à fala de Mario Draghi, o presidente (9h30). Nos EUA, saem, às 9h30, 3 dados do front macro: (i) pedidos de auxílio desemprego; (ii) balança comercial de março; e (iii) encomendas de bens duráveis de março. No front micro, 68 empresas do S&P 500 divulgam seus balanços.


BRASIL: CHAPA ALCKMIN-MEIRELLES ENTRA NO RADAR.

Delação de Palocci… O ex-ministro Antonio Palocci assinou acordo de delação premiada com a PF. Nos últimos dias, segundo O Globo, as negociações avançaram com rapidez. Desta forma, a Lava Jato pode ganhar fôlego, e novos capítulos, às vésperas das eleições presidenciais.

“Ele ainda é um dos poucos que têm bala na agulha”, afirmou uma fonte que acompanha o “caso-Palocci” de perto, ao jornal O Globo.

PSDB e MDB, juntos? Segundo o Estadão, o presidente Temer (MDB) e Geraldo Alckmin (PSDB) voltaram a se aproximar, e negociam um acordo que reunifique o chamado “centro”. A chapa poderia ser encabeçada por Alckmin, com Meirelles como vice. Mas há resistências dentro do MDB, e a aliança nacional acabará afetando a aliança em SP, diga-se de passagem. No Estado, Dória (PSDB) e Skaf (MDB) disputam o governo, e estão empatados nas pesquisas.

Barbosa contra “ultraliberais”… Ainda não está claro se Barbosa (PSB) será candidato ao Planalto. Mas, em conversas recentes, teria começado a apontar para as bandeiras que usará: as sociais e a da ética. Quanto àquilo que pensa sobre economia, ainda há um certo vazio. Barbosa teria pouco trânsito com economistas nacionais e, segundo o Estadão, gosta de ler especialistas estrangeiros como Paul Krugman, Francis Fukuyama e Thomas Pikety.

“Não sou favorável a posições ultraliberais num país social e estruturalmente tão frágil e desequilibrado como o Brasil, com desigualdades profundas e historicamente enraizadas”, afirmou Barbosa ao Estadão.

Sem cadastro, é negativo… A Câmara deve terminar a semana sem votar o projeto que amplia o acesso de bancos ao cadastro positivo de crédito. O presidente Rodrigo Maia (DEM) pretendia pautá-lo ontem, mas foi impedido pelo baixo quórum e por dificuldades impostas por partidos aliados ao governo. Na próxima semana, por conta do feriado de 1º de maio (3ª), é possível que Brasília fique mais esvaziada.

Contas externas… Até março, o quadro externo é bastante confortável. No último mês, foi registrado um superávit na conta corrente de US$798 mi, acima do esperado pelo mercado. No ano, o saldo é negativo em US$3,2 bi – a despeito do superávit na balança comercial (US$13 bi). A tendência à frente? Alguma deterioração em conta corrente, fruto de um crescimento do país.

Contas fiscais… Segundo o Tesouro, em março, o governo central registrou um déficit de R$24,8 bi. Em 12 meses, o déficit é de R$117,7 bi (1,8% do PIB). Considerando o período de jan-mar/18, frente ao mesmo período de 2017, temos que as receitas cresceram 7,6% em termos reais, enquanto as despesas totais cresceram 4,6%. Isto, claro, fruto da contração de “despesas discricionárias”. Dada a insustentabilidade desta dinâmica, a melhora do fiscal deve vir do ajuste dos benefícios previdenciários, que cresceram no período 7,5%, diga-se de passagem.

Agenda de hoje… No front macro, as operações de crédito de março são destaque (10h30). Espera-se uma expansão do crédito às famílias, e um quadro mais cauteloso em relação às empresas, ainda. À tarde (12h30), Guardia (Fazenda) e Ilan (BC) participam da reunião do Conselho Monetário Nacional (CMN). Registre-se: às 10h, Ilan concede entrevista para Claudia Safatle e Eduardo Campos, jornalistas do Valor.

No front micro… Do Ibovespa, 7 empresas divulgam hoje seus balanços, aponta a Bloomberg . Pré-mercado, Bradesco, por exemplo. Pós-fechamento, Suzano, entre outros. Banco Inter e Dass precificam IPOs. Além disso, às 11h, a BRF tem assembleia para definir o novo conselho, e única chapa até o momento tem Pedro Parente entre os membros (apoiada por Abílio Diniz). Mais: (1) o conselho de administração da Eletropaulo cancelou ontem a oferta primária de ações anunciada há duas semanas; e (2) Vale reportou resultado em linha com a expectativa do mercado, com forte geração de caixa e redução na dívida líquida.

E os mercados hoje? Vemos um quadro externo ligeiramente mais positivo, e isto tende a trazer algum alívio por aqui. Assim, temos um viés mais positivo em bolsa, com certa estabilidade nos mercados de juros e câmbio. A percepção de risco país, medida pelo CDS de 5 anos, tem leve recuo nesta manhã (~170 pontos base).

Ignacio Crespo – Economista


Sobre o fechamento do último pregão:

Ibovespa: -0,50%, aos 85.044 pontos;
Real/Dólar: +0,36%, cotado a R$3,485;
Dólar Index: +0,45%, 91,172;
DI Jan/21: +03 pontos base, 7,970%;
S&P 500: +0,18% aos 2.639 pontos.

Fonte: Bloomberg. Obs.: a taxa de câmbio utilizada é a referência da Bloomberg


EMPRESAS:

Eletropaulo: Conselho retira oferta de ações e Eletropaulo terá disputa em leilão.
Impacto: Neutro.

Vale: Entregando bons resultados.
Impacto: Marginalmente Positivo.

Luis Gustavo Pereira – Estrategista


Jornais:

Folha de São Paulo
– Lava-Jato critica STF, e Lula exigte o envio de ações a São Paulo
– Central de dados expõe criança que foi violentada
– Justiça do RJ solta 137 dos 159 presos em festa de milícia
– Tribunal permite a troca de nome após exposição indevida

O Estado de São Paulo
– Temer e Alckmin negociam aliança para unificar centro
– “Não sou a favor de posições ultraliberais”, diz Barbosa
– Hyrera avalia fazer acordo de leniência e trocar diretores
– Dólar já custa até R$ 3,98 para o turista

O Globo
– Palocci assina acordo de delação premiada com PF
– Força-tarefa reage à decisão do STF
– Loures diz não saber de dinheiro na mala
– Dólar te quinta alta consecutiva

Valor Econômico
– Desvalorização do real prejudica a recuperação
– Eletropaulo cancela oferta e espera “rali”
– O Brasil preso na “armadilha dos cem anos”
– Vale paga dividendos “agressivos”

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