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Mercados por TradingView

Mercados Hoje: o ciclo de quedas acabou

17 de maio de 2018
Escrito por Ignacio Crespo
Tempo de leitura: 9 min
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Introdução: O dólar segue forte no exterior, e emergentes seguem num ambiente mais “desafiador”. Foi neste contexto que o BC brasileiro decidiu manter ontem a Selic em 6,50% (e não cortá-la para 6,25%, como grande parte do mercado esperava). Deve manter esta taxa até o 1º semestre de 2019, em nossa opinião. De volta ao exterior: as bolsas sobem hoje na Europa, e o petróleo segue forte (~US$80/barril). Na contramão, o minério de ferro caiu na China (-0,79%), e está ao redor de US$67,5/tonelada. Aqui, os mercados locais hoje devem se ajustar à decisão do COPOM, o destaque do noticiário. No front político, Alckmin (PSDB) deve anunciar mais membros da sua equipe econômica hoje (Edmar Bacha será o responsável pela área de comércio).


CENÁRIO EXTERNO: DÓLAR MANTÉM VIÉS ALTISTA.

O “básico” dos mercados… As bolsas da Europa sobem, após sessão mista na Ásia. Nos EUA, S&P futuro oscila próximo à estabilidade. O dólar segue forte, e os juros das Treasuries de 10 anos também mantém viés altista. Na máxima de hoje, chegou a superar a marca de 3,12%. Ao redor das 9h, oscilava em torno de 3,09-3,10%. As commodities operam também com viés altista. Destaque para a alta do petróleo: o brent oscila próximo de US$80/barril. Na China, no entanto, o minério de ferro registrou leve queda: -0,79%, cotado a US$67,49/tonelada. Mercados de emergentes continuam sob certa pressão, e sua percepção de risco (CDS de 5 anos) sobe.

EUA: vendas no varejo fortes… Segundo dados de ontem, a produção de abril cresceu 0,7%, acima dos 0,6% esperados. Em março, o número foi revisado para cima, de 0,5% para 0,7%. A utilização de capacidade instalada também subiu, de 77,6% para 78,0%. É mais um dado forte de atividade por lá.

Itália: o risco político da Europa… Juros dos títulos e percepção de risco país têm subido na Itália, em meio a questões políticas a serem revolvidas. Foram divulgados alguns pontos do programa dos partidos italianos que buscam formar um governo de coalização (A Liga e 5 Estrelas). A princípio, este grupo defendia: (i) abandono do euro como moeda única; e (ii) perdão da dívida italiana pelo BC Europeu – valor próximo de 250 bilhões de euros. Mas vale notar: no Valor Pro, comenta-se agora que foi negado o desejo de abandonar o euro.

Na agenda de hoje…  Nos EUA, no front macro: (1) pedidos de auxílio desemprego (9h30); (2) sondagem industrial da Filadélfia (9h30); e (3) indicadores antecedentes (11h). E dois discursos do Fed: (i) N. Kashkari (11h45); e (ii) R. Kaplan (14h30).


BRASIL: SELIC CONTINUA EM 6,50%, E SURPREENDE MERCADO.

Eleições: tentativa de unificar o “centro”… Tentando evitar uma fragmentação dos partidos de “centro”, lideranças de PSDB, DEM, MDB e PTB tentam unir esforços, comenta matéria do Estadão de hoje. O movimento contaria com a chancela de FHC. O PSB, após desistência de Barbosa, tem sido cogitado por diferentes candidatos, mas já teria descartado PSDB e PT, segundo o Valor. Seja como for, Alckmin (PSDB) ainda é o candidato com mais condições de unificar os partidos de “centro”, em nossa opinião. Este, diga-se de passagem, minimizou a recente pesquisa CNT/MDA.

“Até julho, o interesse do eleitor é baixo. Precisa crescer na hora certa. Não adianta crescer agora e cair no mês que vem.”, Geraldo Alckmin (PSDB), em matéria do Valor Econômico.

 

Qual será a equipe de Alckmin? O pré-candidato tucano a presidente deve anunciar nesta manhã novos integrantes da equipe econômica de seu programa de governo, em entrevista à imprensa em SP. No Valor de hoje, comenta-se que o economista Edmar Bacha será anunciado como o responsável por comércio exterior.

Sobre o COPOM… O BC manteve a Selic em 6,50%, em decisão unânime. Justifica-se por conta da sua revisou quanto ao cenário externo (“tornou-se mais desafiador e apresentou volatilidade”, e já não se mostra “favorável”, como em março). Surpreendeu ao mercado, que esperava uma queda para 6,25% (nós, inclusive). Afinal, ainda que houvesse motivo para manter a Selic estável, a comunicação do BC apontava para uma nova queda. À frente, esperamos que a Selic se mantenha estável. A próxima mudança será de elevação (em nossa opinião, apenas no 1º semestre de 2019).

Mais sobre o COPOM… Em relação aos indicadores de atividade, o “arrefecimento” se deu, segundo ele, “num contexto de recuperação consistente”. Ou seja, relativiza a frustração recente dos analistas. As projeções de inflação para 2018 e 2019 (considerando projeções de juros e câmbio do Focus) foram reduzidas de março pra cá (para 2018, caiu de 3,8% para 3,6%; para 2019, de 4,1% para 3,9%). Considerando um “cenário de referência” (manutenção de Selic em 6,50% e câmbio em R$3,60), projeta uma inflação de 4,0%, tanto para 2018 quanto para 2019. Ou seja, um cenário ainda confortável, apesar da depreciação recente do câmbio.

Um último comentário… Chama a atenção que o BC, mesmo tendo revisado as projeções de inflação para baixo (ou que no “cenário de referência” tenha uma inflação abaixo do centro da meta para 2018 e 2019), decidiu manter a Selic argumentando que uma nova queda é desnecessária para evitar uma postergação da convergência da inflação à meta. Um ponto que poderia se destacado, embora não tenha sido feito isso em seu comentário, é em relação à maior variância das projeções de inflação, diante de um cenário externo desafiador. Este e mais detalhes sobre a decisão serão vistos na ata do COPOM (próxima 3ª, dia 22).

 

 

Agenda de hoje… No front macro, saiu a PNAD Contínua do IBGE, mostrando dados sobre o mercado de trabalho no 1º tri deste ano. Embora a taxa de desemprego tenha ficado em 13,1%, o contingente de desalentados foi de 4,6 milhões de pessoas, o maior da série história. Em dia de agenda mais fraca, Ilan Goldfajn (BC) e Guardia (Fazenda) reúnem-se com Alexandre Tombini, diretor do FMI (9h).

E os mercados hoje? Veremos um ajuste à decisão do BC. No mercado de juros, os DIs mais curtos se ajustarão para cima. O dólar tende a ter algum respiro, e pode começar com um viés baixista. Mas pode ser mais pontual o movimento, diante de um dólar ainda forte frente a emergentes no exterior. Por fim, em bolsa, o viés parece ser ligeiramente mais positivo.

Ignacio Crespo – Economista

Sobre o fechamento do último pregão:

Ibovespa: +1,65%, aos 86.537 pontos;
Real/Dólar: +0,53%, cotado a R$3,674;
Dólar Index: +0,19%, 93,392;
DI Jan/21: -01 pontos base, 8,460%;
S&P 500: +0,41% aos 2.722 pontos.

Fonte: Bloomberg. Obs.: a taxa de câmbio utilizada é a referência da Bloomberg


EMPRESAS:

Petrobras: Produção de petróleo e gás natural em abril
Impacto: Neutro.

Luis Gustavo Pereira – Estrategista


Jornais:

Folha de São Paulo
– Banco Central surpreende e mantém os juros em 6,5%
– Preço do petróleo se aproxima de US$ 80 e causa reação no Brasil
– Para Senado americano, Rússia ajudou a eleger Trump
– Vítimas de incêndio em São Paulo vivem impasse

O Estado de São Paulo
– MPF acusa brasileiros de promover Estado Islâmico e planejar ataque
– Lava-Jato investiga 429 clientes de doleiros
– Com dólar forte, BC surpreende e mantém a Selic em 6,5%
– Odebrecht bancou obra de sítio com dinheiro da Petrobras, diz PF

O Globo
– Furacão no Planalto
– O dia que não acabou
– Presidente do INSS cai após denúncia
– Prefeitura acerta reajuste de tarifa de ônibus para R$ 4
– BC mantém taxa básica de juros em 6,5%

Valor Econômico
– BC surpreende e mantém juro
– Manobra pode acelerar Eletrobras na Câmara
– Planejamento vai propor adiar reajuste de servidores em 2019
– Em crise, Oi prevê pagar bem mais que rivais a executivos

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