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Mercados por TradingView

Mercados Hoje: o Brasil voltou?

15 de maio de 2018
Escrito por Ignacio Crespo
Tempo de leitura: 9 min
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Introdução: Segue o momento mais desfavorável para emergentes, em meio a novas pressões de alta sobre dólar e juros das Treasuries. Aliás, os juros de 10 anos nos EUA voltam a superar a marca de 3%. Na Argentina, é dia importante (um teste para o governo Macri). Nos EUA, atenção às vendas no varejo de abril. Expectativa de crescimento moderado. Na Europa, o PIB cresceu 0,4% t/t no 1º trimestre, em linha com o esperado. No Brasil, a corrida eleitoral faz cada vez mais preço. A pressão cresce sobre Alckmin. No front macro, setor de serviços recuou menos do que o esperado em março. É o 1º dia do COPOM (decisão sai amanhã, pós-mercado). Hoje, celebração no Planalto sobre os 2 anos do governo Temer: “o Brasil voltou”?


CENÁRIO EXTERNO: DÓLAR FORTE, E TESTE NA ARGENTINA.

O “básico” dos mercados… O dólar se valoriza no exterior, e os juros das Treasuries sobem (10 anos acima de 3%). Moedas de emergentes seguem sob pressão. Na Europa, as bolsas operam com ganhos, após sessão mista na Ásia (Nikkei -0,21%; Xangai +0,57%). Nos EUA, S&P futuro opera no vermelho. Commodities como ouro, prata e cobre recuam. Na China, o minério recuou 2,40%, cotado a US$67,28/tonelada. Na outra ponta, o brent sobe, e oscila ao redor de US$79/barril. Ações de petrolíferas e empresas de papel e celulose são destaque de alta no exterior.

China: indústria e varejo… A indústria ganhou forças em abril (+7,00% a/a), e cresceu acima do esperado pelo mercado (6,4%). No último, havia crescido 6,0%. Um dos destaques foi a indústria automobilística (+11,9%). Assim, no acumulado do ano, a produção industrial avança 6,9%, contra 6,8% no mesmo período de 2017. As vendas no varejo, por outro lado, cresceram abaixo do esperado: +9,4% a/a, após 10,1% em março e expectativa de 10,0%. Em termos reais (considerando a variação dos preços), as vendas cresceram 7,9%.

Zona do Euro: crescimento sem surpresas… Em linha com o esperado, o PIB cresceu 0,4% t/t no 1º tri deste ano. Na comparação interanual, cresceu 2,5%.

Atenção à Argentina: um dia… Hoje é um dia importante no país vizinho. Precisa fazer a rolagem de cerca de US$28 bi em títulos do BC, as Lebacs (títulos de curto prazo, com vencimento entre 35 a 270 dias). O dólar, ontem, bateu 25 pesos (depreciação em 2018 é de aproximados 33%), e pode continuar a subir, a depender da dificuldade desta rolagem. Aliás, esta tem sido vista como um teste para o governo Mauricio Macri. Neste cenário, analistas tem revisado a inflação deste ano para cima (pode ficar em torno de 23%, contra a meta de 25%), e o BC pode ser obrigado a subir juros novamente (hoje a taxa de referência está em 40%).

Na agenda macro de hoje… Nos EUA, destaque para as vendas do varejo de abril (9h30). Espera-se crescimento de 0,3% m/m, após 0,6% do mês anterior. Alguns analistas têm destacado o clima mais frio do que o usual por lá. Também saem: (1) índice Empire Manufacturing (9h30); e (2) confiança do construtor (11h). E há discursos do Fed: às 9h, R. Kaplan; às 14h, J. Williams. E, discursando no Senado (11h), estarão Richard Clarida e Michelle Bowman – 2 indicados por Trump para compor o Fed.


BRASIL: SETOR DE SERVIÇOS RECUA MENOS DO QUE O ESPERADO.

O Brasil voltou… Era com este slogan – “O Brasil voltou, 20 anos em 2” – que Michel Temer pretende comemorar os 2 anos de seu governo. O slogan, que no início foi utilizado sem a vírgula, provocou mal-estar no governo, e acabou sendo trocado. Agora é “Maio/2016 – maio/2018: o Brasil voltou”. A partir das 15h, no Planalto.

Pesquisa CNT/MDA… No 1º turno, considerando o principal cenário da pesquisa (cenário 3), Bolsonaro lidera (19,7%), seguido por Marina (15,1%) e Ciro Gomes (11,1%). A margem de erro é de 2,2 p.p para mais ou menos. Geraldo Alckmin perde fôlego, e tem apenas 8,1%. Registre-se: se somarmos “Brancos/Nulos” com “Indecisos”, temos 42,2%. Considerando todos os cenários da pesquisa, este número chega a expressivos 45,7%.

Balança comercial de maio… O saldo superavitário segue forte nas 2 primeiras semanas: US$3,105 bi, segundo dados divulgados ontem. O saldo na 1ª semana (3 dias úteis) foi de US$ 1,209 bilhão, enquanto o da 2ª semana (5 dias úteis) foi de US$ 1,896 bilhão. No ano, a balança é de US$23,427 bi. O mês de maio deve terminar com superávit de US$6,5 bi, aproximadamente. Segundo o Focus, espera-se para 2018 um saldo de US$55,60 bi. Para 2019, espera-se um pouco menos: US$46,00 bi.

Agenda de hoje… No front macro, destaque para a Pesquisa Mensal de Serviços de março (veja abaixo). Sem impacto nos mercados, será o 1º dia da reunião do Copom do BC. A decisão quanto à Selic sai apenas amanhã, pós-mercado. O BC volta a realizar leilão para aumentar em US$ 250 milhões o estoque de swap cambial. Por fim, vale registrar: começa hoje o período em que pré-candidatos podem arrecadar recursos para campanhas por meio de crowdfunding (financiamento coletivo). Segundo o DRIVE, pelo menos 4 pré-candidatos não devem aderir a este tipo de financiamento: Rodrigo Maia (DEM), Ciro Gomes (PDT), Henrique Meirelles (MDB) e Flávio Rocha (PRB).

Setor de serviços… Em março, o setor de serviços variou -0,2% em relação a fevereiro (série com ajuste sazonal), após permanecer estável em fevereiro (0,0%) e cair em janeiro (-1,9%). Em relação a março de 2017 (série sem ajuste sazonal), o volume de serviços variou -0,8%, contra -2,3% em fevereiro e -1,5% em janeiro. O mercado esperava uma queda maior (-1,4%). O acumulado no ano ficou em -1,5% e o dos 12 meses, em -2,0%.

Boletim Focus… O documento saiu ontem pela manhã, mas vale reforça-lo. O mercado revisou o câmbio para cima: espera R$3,40 para o final deste e do próximo ano. A Selic foi mantida em 6,25% e 8,00%, respectivamente. Apesar do câmbio, o IPCA de 2018 e 2019 foi revisado para baixo (agora em 3,45% e 4,00%, respectivamente). O PIB deste ano teve revisão significativa, de 2,70% para 2,51%. Para 2019, ainda se espera crescimento de 3,00%.

E os mercados hoje? O quadro mais desfavorável para os mercados locais, diante de um exterior mais desafiador para emergentes, se mantém, em nossa opinião. Assim, temos um viés ainda altista em dólar e DIs, e de baixa em bolsa. Nesta manhã, a percepção de risco país, medida pelo CDS de 5 anos, sobe mais de 3% (por volta de 193 pontos base, às 9h30).

Ignacio Crespo – Economista

Sobre o fechamento do último pregão:

Ibovespa: +0,01%, aos 85.232 pontos;
Real/Dólar: +0,61%, cotado a R$3,622;
Dólar Index: +0,05%, 92,587;
DI Jan/21: +11 pontos base, 8,480%;
S&P 500: +0,09% aos 2.730 pontos.

Fonte: Bloomberg. Obs.: a taxa de câmbio utilizada é a referência da Bloomberg


EMPRESAS:

JBS: Números do 1º tri
Impacto: Marginalmente Positivo.

Luis Gustavo Pereira – Estrategista


Jornais:

Folha de São Paulo
– 58 palestinos morrem em confronto na Faixa de Gaza
– Convocação de Tite para a Rússia destaca a estabilidade
– Quem ofender PM corre risco de vida, afirma governador
– Série relata migração em Porto Rico por medo de furacões

O Estado de São Paulo
– Protestos em Gaza deixam 58 palestinos mortos
– Governo proíbe perdão de débito rural que pode chegar a R$ 17 bi
– Moro condena mais um tesoureiro do PT
– 91% dos deputados na mira da Lava-Jato disputarão as eleições

O Globo
– Tiroteios atingem 9 entre 10 bairros
– Ação de Israel em Gaza mata 58 palestinos
– Alta do dólar chega aos preços em junho
– Argentina: Dólar sobe após governo intervir

Valor Econômico
– União cede à Petrobras mais 2 bilhões de barris
– Argentina vive dia D das “Lebacs”
– Definidos os incentivos às montadoras
– Economia verde gera empregos

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“Este relatório foi elaborado pela Guide Investimentos S.A. Corretora de Valores, para uso exclusivo e intransferível de seu destinatário. Este relatório não pode ser reproduzido ou distribuído a qualquer pessoa sem a expressa autorização da Guide Investimentos S.A. Corretora de Valores. Este relatório é baseado em informações disponíveis ao público. As informações aqui contidas não representam garantia de veracidade das informações prestadas ou julgamento sobre a qualidade das mesmas e não devem ser consideradas como tal. Este relatório não representa uma oferta de compra ou venda ou solicitação de compra ou venda de qualquer ativo. Investir em ações envolve riscos. Este relatório não contêm todas as informações relevantes sobre a Companhias citadas. Sendo assim, o relatório não consiste e não deve ser visto como, uma representação ou garantia quanto à integridade, precisão e credibilidade da informação nele contida. Os destinatários devem, portanto, desenvolver suas próprias análises e estratégias de investimentos. Os investimentos em ações ou em estratégias de derivativos de ações guardam volatilidade intrinsecamente alta, podendo acarretar fortes prejuízos e devem ser utilizados apenas por investidores experientes e cientes de seus riscos. Os ativos e instrumentos financeiros referidos neste relatório podem não ser adequados a todos os investidores. Este relatório não leva em consideração os objetivos de investimento, a situação financeira ou as necessidades específicas de cada investidor. Investimentos em ações representam riscos elevados e sua rentabilidade passada não assegura rentabilidade futura. Informações sobre quaisquer sociedades, valores mobiliários ou outros instrumentos financeiros objeto desta análise podem ser obtidas mediante solicitações. A informação contida neste documento está sujeita a alterações sem aviso prévio, não havendo nenhuma garantia quanto à exatidão de tal informação. A Guide Investimentos S.A. Corretora de Valores ou seus analistas não aceitam qualquer responsabilidade por qualquer perda decorrente do uso deste documento ou de seu conteúdo. Ao aceitar este documento, concorda-se com as presentes limitações.Os analistas responsáveis pela elaboração deste relatório declaram, nos termos do artigo 17 da Instrução CVM nº. 483/10, que: (I) Quaisquer recomendações contidas neste relatório refletem única e exclusivamente as suas opiniões pessoais e foram elaboradas de forma independente, inclusive em relação à Guide Investimentos S.A. Corretora de Valores.“
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