Introdução: As bolsas passam por um melhor momento, e investidores recebem bem a possibilidade de os EUA diminuírem o “tom” quanto à política comercial. O dólar opera mais forte; commodities recuam. No Brasil, o noticiário corporativo é destaque. Saíram os números de Embraer, por exemplo. Começa hoje o período da “janela partidária”; e Rodrigo Maia e Ciro Gomes devem ser oficializados como pré-candidatos à Presidência pelo DEM e PDT, respectivamente. Ontem, Bolsonaro se ficou ao PSL. Feliz dia às mulheres…

CENÁRIO EXTERNO: EUA DIMINUI O “TOM”, E MERCADOS REAGEM MELHOR.

O “básico” dos mercados… As bolsas na Europa operam com viés mais positivo, após sessão de ganhos da Ásia. Nos EUA, o S&P futuro sobe, sinalizando um início mais positivo. O dólar se valoriza. As commodities, por outro lado, recuam. O petróleo (brent) oscila ao redor de US$64/barril; e o minério de ferro na China caiu 3,44%, cotado a US$73,23/tonelada.

EUA: política comercial segue no radar… Ontem, a secretária de Imprensa, Sarah Sanders, disse que os vizinhos Canadá e México podem ser poupados das tarifas sobre importações de aço e alumínio. Peter Navarro, outro conselheiro de Trump, afirmou o mesmo. Em suma: a Casa Branca, após críticas, parece diminuir o “tom”. Esperavam-se mais detalhes para hoje, e que Trump assinasse as novas medidas. Nas últimas horas, no entanto, cresceu a expectativa de que tais decisões levem mais tempo para sair do papel.

Na agenda de hoje… Na Zona do Euro, tem reunião do BC, que define a política monetária (9h45). As taxas de juros devem continuar estáveis, em níveis baixos. Mas atenção às novas projeções do BC, divulgadas a cada 3 meses. Às 10h30, Mario Draghi concede coletiva. Não se esperam mudanças nas taxas de juros por lá. À noite, na China, dados de inflação ao produtor e consumidor (22h30).

BRASIL: COMEÇA A JANELA PARTIDÁRIA; MAIA E CIRO SERÃO CONFIRMADOS HOJE.

Janela partidária: valendoooo… Começa hoje a tal “janela partidária” – período de 30 dias (vale até dia 7 de abril) durante o qual deputados poderão trocar de partido sem riscos de punição por infidelidade, como a perda do mandato. O MDB, hoje com uma bancada de 58 deputados, pode terminar com 59. Já o DEM, hoje com 33, pode ir para 45.

Dança das cadeiras… Com a proximidade desta data limite (7 de abril), esperam-se mudanças ministeriais. O Planalto, que tentava condicionar os cargos às siglas dependendo do apoio ao seu candidato à Presidência, já foi avisado: PTB, DEM, Solidariedade, PP e PSD escolherão seus candidatos independentemente do governo.

Eleições: Ciro, Maia e Bolsonaro… Hoje, o DEM, em sua Convenção Nacional (9h), confirmará Rodrigo Maia como pré-candidato à Presidência. O prefeito de Salvador ACM Neto assumirá o comando nacional do partido. Da mesma forma, a executiva do PDT se reúne (18h) para confirmar o nome de Ciro Gomes como pré-candidato. Ontem, Bolsonaro assinou a sua filiação ao PSL. Foi recebido com gritos de “mito, mito!”.

Sobre Ciro Gomes… Segundo o Correio Braziliense, é o “plano C do PT”. Temos visto alguma aproximação entre Ciro e Lula, com o 1º tentando atrair os votos do ex-presidente. Ciro, por exemplo, é contra a prisão de Lula (que parece ser iminente). Segundo ele, “É errado prender Lula antes dos recursos” . Acredita que irá ao 2º turno, e que seu principal adversário será Alckmin. Vale notar: ao se mostrar contrário à privatização da Eletrobrás e prometer revogar os leilões do pré-sal, afasta-se do chamado “centro”.

Mudanças de tributação… O Valor destaca que Meirelles, caso queira mexer com o preço da gasolina nas bombas, precisará negociar com governadores para produzir algo relevante. Afinal, o ICMS, sozinho, representa 29% do preço final (considerando dados do final de fevereiro). Somando o ICMS com tributos federais incidentes sobre a gasolina (PIS/Cofins e Cide), a carga tributária representa cerca de metade do preço final do produto. As declarações de Meirelles, num 1º momento confusas, seguem repercutindo…

Na agenda de hoje… Há pouco a destacar no front macro hoje. As atenções se voltam para amanhã, quando sai o IPCA de fevereiro. Esperamos que, em 12 meses, a inflação fique próxima de 2,8%. No front micro, Embraer e Azul divulgam balanços pré-mercado. Pós-mercado, outras empresas, incluindo Equatorial, Gafisa e MRV. O mercado segue atento à temporada de balanços, e às possíveis sinalizações de Meirelles, Moreira Franco e Cia., que seguem em NY.

E os mercados hoje? Temos um viés mais positivo em bolsa, embora possamos ver mercados de juros e câmbio mais neutros. A melhora do exterior é algo importante, mas dependerá, e muito, das declarações da Casa Branca. Vemos algumas oscilações menos claras hoje. Amanhã será um dia importante, e que deve trazer direções mais claras: aqui, sai o IPCA de fevereiro; nos EUA, sai o Relatório de Empregos.

Ignacio Crespo Rey – Economista

Sobre o fechamento do último pregão:

Ibovespa: -0,20%, aos 85.484 pontos;
Real/Dólar: +1,01%, cotado a R$3,243;
Dólar Index: +0,02%, 89,617;
DI Jan/21: +00 pontos base, 8,280%;
S&P 500: -0,05% aos 2.727 pontos.

Fonte: Bloomberg. Obs.: a taxa de câmbio utilizada é a referência da Bloomberg

EMPRESAS:

Localiza: Mais um resultado robusto no 4T17, com forte vendas de seminovos.
Impacto: Positivo.

Luis Gustavo Pereira – Estrategista

Jornais:

Folha de São Paulo
– Salário desigual entre mulheres e homens reduz PIB, diz estudo
– Moro condena Bendine por corrupção na Petrobras
– Com documentos, Temer tenta rebater acusação de acesso a dado sigiloso do STF
– Maia diz que será candidato mesmo contra presidente

O Estado de São Paulo
– Futuro de 52% dos jovens do país está em risco, diz estudo
– Dia Internacional da Mulher: escrevendo novos destinos
– União tem R$ 37 bi em “restos a pagar” a Prefeituras
– Senado libera oferta de voos de Brasil e EUA

O Globo
– País leva 52% de seus jovens à exclusão do mercado
– Negras têm menos chances de ocupar cargos de chefia
– Obstáculos no caminho da segurança
– Um motel aconchegante na cadeia em Benfica

Valor Econômico
– Brasil teme que UE também restrinja importação de aço
– Lava-Jato muda perfil do setor de obra pública
– STF articula solução para o caso Lula
– Bancos cortam limites de crédito à BRF

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