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Mercados por TradingView

Mercados Hoje: gol de mão pode?

25 de abril de 2018
Escrito por Ignacio Crespo
Tempo de leitura: 9 min
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Introdução: As bolsas no exterior operam no vermelho, e o dólar se valoriza. Os juros das Treasuries sobem (10 anos acima de 3,00%). O mercado monitora balanços nos EUA. No Brasil, a decisão do STF, que mexe com o “caso-Lula”, repercute nos jornais, e é risco a ser monitorado. Segundo Ibope, Alckmin (PSDB) mostra fraqueza em SP. E noticiário não está fácil para os tucanos. Hoje, pode sair entrevista de Ilan (BC) no Valor, após dólar chegar aos R$3,50. No front micro, Vale, após o mercado, divulga (entre outros balanços).


CENÁRIO EXTERNO: 10 ANOS ACIMA DE 3,0%.

O “básico” dos mercados… As bolsas da Europa operam no vermelho (índice Stoxx 600 cai ao redor de 1,1%, às 8h40), após sessão negativa na Ásia. Nos EUA, S&P futuro também recua nesta manhã. O dólar volta a ganhar fôlego, e se valoriza frente a principais pares e emergentes. Os juros das Treasuries sobem. Os juros de 10 anos, por exemplo, oscilam ao redor de 3,02%. Commodities metálicas recuam; e petróleo (brent) cai à casa dos US$73/barril. Na China, o minério caiu 1,31%, a US$66,38/tonelada.

EUA: um consumidor mais confiante… A confiança do consumidor americano se recuperou em abril, e passou de 127 pontos em março para 128,7. Por trás da melhora recente (que vem desde o início de 2010), está a melhor avaliação sobre a situação corrente – resultado de menor desemprego, viés de alta para os salários, redução de impostos, entre outros fatores. Estes números reforçam a perspectiva de um consumo forte para os próximos trimestres.

EUA: todos ainda falam das Treasuries… Dados mais fortes sobre a economia americana reforçam a expectativa de elevação de juros do Fed. Segundo dados da Bloomberg, a probabilidade de elevação em junho (dia 13), é de 63%. Para 2018, a probabilidade de termos ao menos 4 elevações (ao todo, e já considerando a 1ª, de março) é de 50%.

Na agenda macro de hoje… Nos EUA, é dia de agenda macro mais fraca. Às 11h30, saem os estoques de petróleo bruto. E, no início da tarde, o Tesouro faz novo leilão de títulos (mais US$50 bi). Será um teste para o apetite dos investidores. No front micro, será um dia importante: das listadas no S&P 500, 48 empresas divulgam seus balanços. Após o mercado, atenção ao Facebook. O mercado estará atento a qualquer sinal de diminuição de usuários.


BRASIL: ALCKMIN NÃO MOSTRA FORÇAS EM SP.

(Baixo) Ibope em SP… Segundo pesquisa divulgada ontem, feita entre os dias 20 e 23 de abril, Geraldo Alckmin (PSDB) teria 14-15% das intenções de votos, nos cenários sem Lula. Jair Bolsonaro (PSL) teria 14-16%. Marina (Rede), em 3º lugar, com 9-12%. E Joaquim Barbosa (PSB) entre 8-10%. Por fim, Ciro Gomes (PDT) obteve 6%. Os brancos e nulos variam entre 18% e 26%, enquanto os que não responderam representam entre 4% e 7%. Em suma: mesmo em SP, Alckmin mostra dificuldades, e ainda não empolga.

Mais sobre o Ibope… Em SP, Dória (PSDB) e Skaf (MDB) lideram a disputa para o governo. O 1º tem 24%, o segundo 19%. A margem de erro é de 3 pontos percentuais, para mais ou para menos. José Luiz Datena (DEM) e Eduardo Suplicy (PT) ocupam as 2 vagas para o Senado. O 1º tem 33%, próximo do 2º, com 32%. Atrás, a senadora Marta Suplicy (MDB), com 25%.

Temer pede apoio ao MDB… O presidente Temer reuniu-se ontem com representantes de diretórios regionais do MDB. Pediu apoio dos Estados à sua pré-candidatura. Lembramos: ontem, falamos que a candidatura de Temer pode ter prazo de validade: a 1ª semana de julho. O mesmo parece acontecer com a candidatura de Maia (DEM).

Não está fácil para o PSDB… O TJ-MG manteve a condenação de 20 anos e 1 mês do ex-governador tucano de MG, Eduardo Azeredo. Por 3 votos a 2, os desembargadores negaram os embargos infringentes da defesa. Assim, a sua prisão poderia ser executada daqui a 1 ou 2 meses. Vale lembrar: Azeredo foi presidente nacional do PSDB. Isto, somado ao “caso-Aécio”, aumenta as dificuldades que Alckmin enfrenta em sua própria campanha. Aliás, Alckmin estará hoje em Brasília, e deve almoçar no gabinete do coordenador de seu plano de governo, Tasso Jereissati (CE).

Decisão do Supremo preocupa… A 2ª turma do STF chamou a atenção, ao decidir retirar do juiz Sérgio Moro as menções da delação da Odebrecht ao ex-presidente Lula, que tratam do sítio de Atibaia (SP) e do Instituto Lula. Sob a alegação de que não têm relação com a corrupção da Petrobras, analistas afirmam que abre-se um caminho perigoso para a sociedade, e benéfico para Lula. Segundo blog de Merval Pereira, do O Globo, “pode chegar até à anulação da condenação do ex-presidente pelo TRF-4”.

“Gol de mão, em impedimento e após o tempo regulamentar”, segundo matéria da Folha de hoje, em referência à decisão da 2ª Turma do STF.

Uma confiança mais fraca… Segundo os últimos dados da FGV, a confiança do consumidor, e dos setores de construção e comércio registraram uma leve queda em abril, na comparação com março. Nesta ordem, estes recuaram 2,8%, 0,1% e 0,1%, respectivamente.

Arrecadação de março… Segundo dados de ontem da Receita, a arrecadação federal total atingiu R$105,66 bi em março, abaixo da mediana das expectativas do mercado, de R$109,9 bi, segundo Agência Estado. Mas vale notar: frente a março de 2017, houve um crescimento de 3,95%. No trimestre, a arrecadação acelerou 8,4% a/a.

Agenda de hoje… No front macro, saem as contas externas de março (10h30); o fluxo cambial semanal (12h30); e resultado primário do governo central de março (15h). Ilan Goldfajn (BC) concede, às 11h, entrevista para jornalistas do Valor. Pode ser publicada hoje mesmo.

No front micro… Das empresas do Ibovespa, 7 divulgam seus balanços. A Fibria, por exemplo, já reportou, pré-mercado. Foi um bom balanço, mas em linha com o previsto. A Vale, após o fechamento, será um dos destaques. Ontem à noite, saiu o balanço de Santander – foi o 1º entre os grandes bancos. E bastante forte, diga-se de passagem.

E os mercados hoje? O viés segue mais desfavorável para os mercados locais, em linha com o quadro externo. Por aqui, incertezas quanto ao “caso-Lula”, somado à fraqueza de Alckmin em SP, contribuem para isto. Assim, vemos um viés de baixa em bolsa, e de alta em dólar e DIs, ainda. Para o dólar, já próximo de R$3,50, não vemos grande alívio no curtíssimo prazo. Fica, no entanto, uma dúvida no ar: fará algo o BC para conter estas pressões? Ilan já se mostrou disposto a intervir. A entrevista dele, hoje, pode fazer “preço”.

Ignacio Crespo – Economista


Sobre o fechamento do último pregão:

Ibovespa: -0,16%, aos 85.469 pontos;
Real/Dólar: +0,58%, cotado a R$3,472;
Dólar Index: -0,20%, 90,766;
DI Jan/21: +01 pontos base, 7,940%;
S&P 500: -1,34% aos 2.635 pontos.

Fonte: Bloomberg. Obs.: a taxa de câmbio utilizada é a referência da Bloomberg


EMPRESAS:

Fibria: Resultado do 1º tri.
Impacto: Marginalmente Positivo.

Setor Elétrico: Cemig e a colombiana ISA estão trabalhando para uma possível fusão da Taesa e da Cteep.
Impacto: Positivo.

Luis Gustavo Pereira – Estrategista


Jornais:

Folha de São Paulo
– Tucano fica mais perto da prisão em MG por mensalão
– Supremo tira de Moro trechos de delação da Odebrecht sobre Lula
– Prédios vitrine do governo são saqueados na cracolândia
– Casos de suicídio levam escolas de SP a se mobilizar

O Estado de São Paulo
– STF tira de Moro delação da Odebrecht sobre Lula
– Empreiteira deixa de pagar hoje dívida de R$ 500 milhões
– Gestão Temer adia leilão de petróleo de até R$ 100 bi
– Justiça de Minas mantém condenação de Azeredo

O Globo
– Delação da Odebrecht fica fora de processos contra Lula
– Azeredo tem recurso negado
– Macron cede a Trump para salvar acordo com o Irã
– Eletrobras corre risco de perder R$ 5 bi

Valor Econômico
– Spread põe indústrias e bancos em confronto
– STF pode tirar de Moro duas ações contra Lula
– Por US$ 1 bi, a Embraco vira japonesa
– A Shell da Argentina é da Raízen

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