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Mercados por TradingView

Mercados Hoje: dia de jogo

22 de junho de 2018
Escrito por Ignacio Crespo
Tempo de leitura: 9 min
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Introdução: A menor aversão a risco volta ao cenário internacional. As bolsas sobem na Europa, enquanto as commodities apresentam viés mais positivo. Na Europa, dados mostram aceleração do crescimento em junho, acima do esperado. Atenções voltadas à reunião da OPEP, e decisão pode sair ainda hoje. No Brasil, dia sem destaques (com a exceção do jogo da Copa). Petrobras perde ação no TST; Guardia (Fazenda) segue em agenda nos EUA. A inflação (IPCA-15) subiu em junho, mas isto não deve mudar os planos do BC. No curto prazo, ainda esperamos uma Selic estável.


CENÁRIO EXTERNO: DE OLHO NA OPEP.

O “básico” sobre os mercados… As bolsas sobem na Europa, em meio à recuperação das commodities . Nos EUA, o S&P futuro também sobe. O petróleo (brent), pouco antes das 8h, subia ais de 1%, na casa dos US$74/barril. O dólar recua frente a seus principais pares (no mês, sobe apenas 0,75%), enquanto os juros das Treasuries sobem (10 anos ~2,91%). É, pela manhã, um dia de menor aversão a risco, e volatilidade em baixa (índice VIX recuava mais de 7%).

Sobre a reunião da OPEP… O humor tem melhorado entre Irã e Arábia Saudita, depois de os ministros destes países terem se reunido nesta manhã. Os 2 países estão começando a esboçar um acordo para aumentar a produção. O Irã, até aqui, é visto como o maior obstáculo ao acordo entre os produtores da commodity. Aliás, a maioria dos ministros consultados espera uma decisão ainda hoje – algo que manterá investidores atentos. Por enquanto, o petróleo opera em alta, e acumula ligeira alta na semana, após 2 de queda.

Zona do Euro acelera… Segundo o índice PMI composto – que considera tanto o setor industrial quanto o de serviços –, a economia acelerou. O índice passou de 54,1 em maio para 54,8 em junho. Acima de 50 pontos, sinaliza “expansão” à frente. Quanto mais alto, melhor, claro. O mercado, na contramão, esperava uma desaceleração para 53,9 pontos. A perspectiva ainda favorável para o crescimento da região também é compartilhada pelo próprio BC europeu. Nós, diga-se de passagem, seguimos vendo upside interessante nas bolsas da região.

Na agenda de hoje… Como pano de fundo, está a decisão da OPEP. Nos EUA, no front macro, saem os índices PMI (10h45), referentes ao mês de junho. Espera-se alguma desaceleração na margem para o setor industrial e de serviços, embora ambos ainda sinalizem expansão forte à frente. O índice da indústria deve passar de 56,4 pontos em maio para 56,1 em junho; o de serviços deve ir de 56,8 para 56,5. Às 14h, saem dados sobre perfuração de poços de petróleo.


BRASIL: PETROBRAS PERDE NO TST..

Petrobrás perde ação trabalhista…  O Tribunal Superior do Trabalho (TST) decidiu ontem contra a empresa, em ação trabalhista. Entendeu que adicionais não devem ser incluídos no cálculo do piso salarial de funcionários. Desta forma, pode incorrer num custo de R$15,2 bi. Além disso, devem ser incluídos mais R$2 bi na folha de pagamento anual.

Ainda no front corporativo…  Num ambiente de volatilidade, Banrisul Cartões adia IPO, diz o Estadão. Eduardo Guardia (Fazenda) afirma que privatização da Eletrobras pode não acontecer neste ano, sem adicionar muita novidade às perspectivas do mercado.

Baixo quórum em Brasília… O governo só espera que a pauta seja destravada na 1ª semana de julho. Afinal, parte dos deputados do Nordeste já avisou que não estará em Brasília na próxima semana. No Senado, é oficial: não haverá sessões deliberativas.

Alckmin aglutinará o “centrão”? Esta é uma das grandes questões a serem respondidas nas próximas semanas. O mais provável é que alianças não saiam antes de meados de julho (quando termina a Copa do Mundo). Neste momento, há indícios de todos os tipos, porém, Geraldo Alckmin (PSDB) ainda é o mais cotado a aglutinar o chamado “centrão”.

DEM fragmentado… Segundo o portal Poder360, há hoje uma grande fragmentação dentro do DEM. “Quase inconciliável”, o que torna uma decisão sobre apoiar ou não determinado pré-candidato, hoje, extremamente difícil. Aliás, a decisão pode ser tomada nas próximas 3 semanas. Aqui, alguns exemplos da divisão interna na sigla: Alvaro Dias (Podemos) seria apoiado pelo senador Ronaldo Caiado (GO); Ciro Gomes (PDT) pelo deputado Rodrigo Maia (RJ); Geraldo Alckmin (PSDB) por Mendonça Filho (PE); e Jair Bolsonaro (PSL) por Onyx Lorenzoni (RS) e Alberto Fraga (DF).

Sobre o IPCA-15… A inflação subiu 1,11% em junho, na comparação com maio, acima dos 1,00% esperados e dos 0,14% do mês anterior. Em 12 meses, passou de 2,70% para 3,68%. Em suma: acelerou, em grande parte por conta dos problemas de abastecimento (dada a greve dos caminhoneiros), além da alta dos preços de energia elétrica (dado o acionamento da bandeira vermelha patamar 2 em junho). Para o IPCA “fechado” do mês, esperamos algo em torno de 1,2%. Espera-se alguma moderação das altas à frente.

E o BC com isso?  A aceleração da inflação no curto prazo era algo esperado. O próprio BC, em comunicado pós-COPOM, havia alertado e ressaltado este efeito. Não é, portanto, algo que deva fazer a nossa avaliação mudar. Para entender mais sobre a última decisão do BC, de manter a Selic em 6,50%, veja o nosso BLOG. Obs.: na próxima 3ª (26), o Conselho Monetário Nacional (CMN) se reúne, e pode manter ou cortar a meta de inflação para 2021. Lembramos: para 2018, o centro da meta é de 4,50%; para 2019, 4,25% e; para 2020, 4,00%.

Agenda de hoje…  Sem destaques. Aqui, atenções estarão voltadas à Copa, especialmente pela manhã. Mas os mercados operam normalmente. Nos EUA, o ministro da Fazenda Eduardo Guardia segue com a sua agenda. Retorna ao Brasil no final do dia, apenas. A maioria dos pré-candidatos ao Planalto não tem agenda oficial hoje.

E os mercados hoje? A bolsa pode ser impactada pela decisão contrária à Petrobras, mas o cenário externo contribui para uma recuperação dos ativos domésticos, vale notar. Assim, nos mercados de câmbio e juros, o nosso viés é mais positivo para hoje (viés de baixa). Atenção à reunião da OPEP, que pode mexer com os mercados. A percepção de risco país, medida pelo CDS de 5 anos, opera em leve baixa, ao redor de 265 pontos base.

Ignacio Crespo – Economista

Sobre o fechamento do último pregão:

Ibovespa: -2.84%, aos 70,074 mil pontos;
Real/Dólar: : -0,11%, cotado a 3.768;
Dólar Index: +0,97%, 359.915;
DI Jan/21: + 7 pontos base; 9,74%;;
S&P 500: -0,63% aos 2,749 mil pontos.

Fonte: Bloomberg. Obs.: a taxa de câmbio utilizada é a referência da Bloomberg. *valores referentes à sessão do dia 31/05.


EMPRESAS:

Petrobras: TST condena Petrobras em ação de R$ 17 bilhões
Impacto: Marginalmente Negativo.

Luis Gustavo Pereira – Estrategista


Jornais:

Folha de São Paulo
– Acusado de desvio no Rodoanel, ex-assessor de Alckmin é preso
– Petrobras perde ação trabalhista de R4 15 bilhões
– Brasil, com Neymar, enfrenta a Costa Rica por primeira vitória
– Norma que proíbe sátiras em eleições é derrubada no STF

O Estado de São Paulo
– Número de ações cai 40% com reforma trabalhista
– PF prende ex-secretário de Transportes de Alckmin
– EUA detêm 500 brasileiros por imigração ilegal
-Tabela de frete é ignorada por transportadoras

O Globo
– Justiça condena Petrobras em ação de R$ 17 bi
– Inflação do mês é a maior desde 1995
– Ex-secretário de Alckmin é preso em SP
– Época: Quem ganhou dinheiro com a tomada de 3 pinos

Valor Econômico
– TST condena Petrobras em ação de R$ 17 bilhões
– Cessão onerosa vale ao menos R$ 28 bilhões
– Previdência fechada quer filhos e netos
– Breakfast at Tiffany’s

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Equipe Econômica

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