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Mercados por TradingView

Mercados Hoje: Deu Match!

12 de junho de 2018
Escrito por Ignacio Crespo
Tempo de leitura: 9 min
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Introdução: Mercados internacionais operam com baixas variações, à espera da reunião do Fed (amanhã). Hoje, saem dados de inflação ao consumidor nos EUA. O encontro entre Donald Trump e líder da Coreia do Norte Kim Jong-un foi, aparentemente, bem sucedido. Ainda há poucos detalhes do “pacto” entre ambos, e não faz preço nos mercados. No Brasil, investidores digerem as projeções de PIB mais fracas. Guardia (Fazenda) fala com investidores pela manhã; e Ilan (BC), em entrevistas, parece reforçar a possibilidade de manutenção da Selic no Copom deste mês. Verdade seja dita: Ilan, há meses, tem alertado que o cenário externo não continuaria positivo para sempre; e que as reformas por aqui são necessárias para manter os juros baixos.


CENÁRIO EXTERNO: ATENÇÕES AO FED.

O “básico” sobre os mercados… As bolsas da Europa operam sem direções claras, após ganhos na China e Japão. O dólar opera estável, enquanto os juros das Treasuries têm altas leves (10 anos ~2,96%). As commodities mistas. O petróleo (Brent) na casa dos US$76/barril; o minério de ferro subiu 0,72% na China, cotado em US$67,23/tonelada. O índice VIX sobe 1%, ao redor das 9h, horário de Brasília. Em suma: um dia de oscilações mais modestas no exterior.

1º dia de Fed… O mercado está à espera da decisão do BC americano, que sai amanhã. Esperamos que os juros subam pela 2ª vez neste ano, de 1,50-1,75% para 1,75-2,-00% ao ano. Além disso, vale monitorar as novas projeções oficiais do Fed, sobre PIB, desemprego, inflação e taxas de juros. Importante: é possível que o Fed passe a considerar um cenário-base de 4 elevações de juros, e não 3, como é o atual.

Na agenda de hoje… Nos EUA, saem dados de inflação ao consumidor de maio (9h30). O mercado espera que ela passe de 2,5% para 2,8%. O “núcleo”, que desconsidera preços de alimentos e energia, deve passar de 2,1% para 2,2%. Vale observar: continuamos com um viés de alta na inflação americana – algo que tende a manter o dólar forte ao redor do mundo, ao menos no curto prazo.


BRASIL: INVESTIDORES DIGEREM PIB MAIS FRACO.

Como está o cenário político? Tivemos uma conversa com os jornalistas Fernando Rodrigues e Tales Faria, do portal Poder360. Direto de Brasília, eles comentaram sobre o cenário político atual, e as perspectivas para as eleições. A conversa pode ser acompanhada aqui, em áudio, ou aqui, em vídeo, direto de nosso blog.

Algumas considerações sobre política… O Datafolha de domingo (10) mostrou um cenário ainda muito aberto, e tudo indica que maiores definições – alianças, acordos, desistências e, por último, informações mais “novas” – acontecerão final de julho, ou começo de agosto. Talvez a desistência de Rodrigo Maia (DEM) possa vir antes, mas o quadro ainda será de fragmentação. Com o início da Copa, o Congresso ficará praticamente paralisado. Aliás, se a Câmara conseguir concluir a votação do projeto do cadastro positivo (PLP 441/17) nesta semana já terá sido um ótimo resultado.

Comércio decepciona… Nos 6 primeiros dias úteis de junho, as exportações foram de US$4,849 bi e as importações de US$3,935 bi, segundo dados do MDIC. Assim, o saldo da 1ª e 2ª semana do mês foi de US$333 mi e US$581 mi, respectivamente. Estes números ficaram aquém do esperado, considerando que começaríamos a ver uma recuperação, pós greve dos caminhoneiros. Para o mês de junho fechado, ainda esperamos um superávit na casa dos US$7 bi, embora agora com algum viés baixista.

Fluxo pedagiado decepciona… Este é outro impacto da greve dos caminhoneiros. Em maio, o fluxo nas estradas caiu 15% frente a abril, e 13,4% frente ao mesmo período do ano passado, segundo dados da ABCR. Considerando veículos pesados, a queda foi ainda maior: -27,7% frente a abril, e -23,8% frente a maio de 2017. Com isto – mesmo que seja um “choque-transitório” –, a produção industrial de maio deve ser bem fraca. Neste momento, esperamos uma queda de 15% frente a abril, e de 11% frente a maio de 2017, aproximadamente.

Atividade, e PIB mais baixo… Ainda digerindo os impactos da greve dos caminhoneiros, a bolsa continua com um viés baixista, dada a desaceleração econômica esperada à frente. Isto tem feito analistas revisarem as suas projeções para o Ibovespa. Aliás, o próprio BC deve revisar o PIB deste ano, de 2,6% para algo entre 1,5-2,0%, até o final do mês (dia 28 de junho sai o novo Relatório Trimestral de Inflação). Segundo matéria do Valor, o governo estima uma perda de -0,2% de PIB neste ano, decorrente dos “efeitos diretos” das paralizações. Nesta conta, ainda faltam os “efeitos indiretos”, via deterioração da confiança.

Banco Central… Em entrevistas, o presidente Ilan Goldfajn declarou que o cenário externo benigno terminou. Também deixou claro que o risco de a inflação ficar abaixo de 3% diminuiu, e que estará atento às projeções de inflação para os próximos meses. Também segue enfatizando que o COPOM tomará as decisões sobre a Selic em cada reunião. Ou seja: até o último momento, será importante acompanhar o cenário. Não há “voo” pré-definido. Em nossa opinião, Ilan reforça o nosso cenário-base, de Selic estável em 6,50% no próximo COPOM (19 e 20 de junho).

“Nós alertamos que o cenário benigno não iria continuar para sempre, e isso se revelou verdade. Mas também alertamos que é necessário continuar na trajetória de ajustes, de reformas”, Ilan Goldfajn (BC).

Agenda de hoje… No front macro, dia de poucos destaques. O BC divulga o Relatório de Economia Bancária de 2017 (8h), e o diretor Carlos Viana concede entrevista às 11h. Além disso, a Conab divulga o 9º levantamento da safra de grãos 2017/18 (9h). No mercado cambial, o BC segue com seus leilões de swap cambial no valor de US$750 mi. Pela manhã, Eduardo Guardia (Fazenda) participa de teleconferência com investidores nacionais (9h) e internacionais (11h). No Planalto, à tarde (14h30), Temer recebe, além de Guardia, o ministro Esteves Colnago (Planejamento) e o presidente do BNDES, Dyogo Oliveira.

Boletim Focus… O mercado revisou o IPCA deste e do próximo ano para cima. As projeções são de 3,82% e 4,07%, respectivamente. O PIB foi no sentido contrário: espera-se 1,94% neste ano, e 2,80% em 2019. A Selic ficou estável: espera-se 6,50% no final deste ano; e 8,00% para o final de 2019. A taxa de câmbio também ficou estável, em R$3,50, tanto para o final de 2018 como para 2019.

E os mercados hoje? Ainda digerindo os impactos da greve dos caminhoneiros, a bolsa continua com um viés baixista, dada a desaceleração econômica esperada à frente. Aliás, o próprio BC deve revisar o PIB deste ano, de 2,6% para algo entre 1,5-2,0%, até o final do mês (dia 28 sai o novo Relatório Trimestral de Inflação). A percepção de risco país (CDS de 5 anos) sobe mais de 1,5% pouco antes das 9h. Nos mercados de câmbio e juros, vemos oscilações menos claras hoje.

Ignacio Crespo – Economista

Sobre o fechamento do último pregão:

Ibovespa: -0,87%, aos 72.308 pontos;
Real/Dólar: : +0,08%, cotado a R$3,711;
Dólar Index: +0,08%, 93,608;
DI Jan/21: +08 pontos base, 9,660%;
S&P 500: +0,11% aos 2.782 pontos.

Fonte: Bloomberg. Obs.: a taxa de câmbio utilizada é a referência da Bloomberg. *valores referentes à sessão do dia 31/05.


EMPRESAS:

B3: Oferta inicial de ações da Blau Farmacêutica fica para 2019
Impacto: Marginalmente Positivo.

Petrobras: Governo vê TAG vendida em julho
Impacto: Marginalmente Positivo.

Vale: Vale vende cobalto futuro para expandir no Canadá
Impacto: Marginalmente Positivo.

Luis Gustavo Pereira – Estrategista


Jornais:

Folha de São Paulo
– Pela primeira vez, maioria não tem interesse na Copa
– Ditador Kim Jong-Un e Donald Trump têm encontro histórico em Cingapura
– Para manter influência, MDB prepara loteamento de agências
– Arrastões deixam zona boêmia de SP em alerta

O Estado de São Paulo
– Kim e Trump, aperto de mão histórico
– Indefinição sobre frete trava o transporte de carga
– Tite libera e atletas aproveitam o dia com a família
– “SUS da Segurança” prevê R$ 800 mi

O Globo
– Justiça vai decidir sobre tabela de frete
– Cúpula Trump-Kim inicia período de longas negociações
– Violência custou ao Brasil R$ 450 bilhões em 20 anos
– Mídia critica nova regra do Facebook

Valor Econômico
– Agenda anti-China ainda une EUA, Europa e Japão
– Estatal do pré-sal vai refazer leilão
– US$ 38 bi em swap para frear o câmbio
– BTG conclui plataforma digital

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“Este relatório foi elaborado pela Guide Investimentos S.A. Corretora de Valores, para uso exclusivo e intransferível de seu destinatário. Este relatório não pode ser reproduzido ou distribuído a qualquer pessoa sem a expressa autorização da Guide Investimentos S.A. Corretora de Valores. Este relatório é baseado em informações disponíveis ao público. As informações aqui contidas não representam garantia de veracidade das informações prestadas ou julgamento sobre a qualidade das mesmas e não devem ser consideradas como tal. Este relatório não representa uma oferta de compra ou venda ou solicitação de compra ou venda de qualquer ativo. Investir em ações envolve riscos. Este relatório não contêm todas as informações relevantes sobre a Companhias citadas. Sendo assim, o relatório não consiste e não deve ser visto como, uma representação ou garantia quanto à integridade, precisão e credibilidade da informação nele contida. Os destinatários devem, portanto, desenvolver suas próprias análises e estratégias de investimentos. Os investimentos em ações ou em estratégias de derivativos de ações guardam volatilidade intrinsecamente alta, podendo acarretar fortes prejuízos e devem ser utilizados apenas por investidores experientes e cientes de seus riscos. Os ativos e instrumentos financeiros referidos neste relatório podem não ser adequados a todos os investidores. Este relatório não leva em consideração os objetivos de investimento, a situação financeira ou as necessidades específicas de cada investidor. Investimentos em ações representam riscos elevados e sua rentabilidade passada não assegura rentabilidade futura. Informações sobre quaisquer sociedades, valores mobiliários ou outros instrumentos financeiros objeto desta análise podem ser obtidas mediante solicitações. A informação contida neste documento está sujeita a alterações sem aviso prévio, não havendo nenhuma garantia quanto à exatidão de tal informação. A Guide Investimentos S.A. Corretora de Valores ou seus analistas não aceitam qualquer responsabilidade por qualquer perda decorrente do uso deste documento ou de seu conteúdo. Ao aceitar este documento, concorda-se com as presentes limitações.Os analistas responsáveis pela elaboração deste relatório declaram, nos termos do artigo 17 da Instrução CVM nº. 483/2010, que: (I) Quaisquer recomendações contidas neste relatório refletem única e exclusivamente as suas opiniões pessoais e foram elaboradas de forma independente, inclusive em relação à Guide Investimentos S.A. Corretora de Valores.“
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