Introdução: O dólar recua no exterior, em dia de agenda fraca dos EUA. Algumas incertezas políticas pesam na Europa, mas o ambiente é ligeiramente mais favorável para ativos de risco. Nos EUA, S&P futuro registrava alta nesta manhã. À noite (23h) saem dados de atividade na China. No Brasil, o “centrão” começa a se articular, de olho nas eleições presidenciais. O DEM quer dar até 15 de junho a Rodrigo Maia. O BC muda a estratégia no mercado de câmbio, após o dólar superar R$3,60. O mercado revisou a sua projeção para R$3,40, considerando o final de 2018. E revisou o PIB para baixo (de 2,70% para 2,51%). Lembramos: é semana de COPOM (Selic deve cair para 6,25%).

CENÁRIO EXTERNO: DÓLAR RECUA, E EMERGENTES TÊM ALGUM ALIVIO.

O “básico” dos mercados… O dólar registra leve baixa hoje, dando alívio às moedas dos países emergentes. As commodities operam mistas. Embora as agrícolas recuem, o brent ainda se sustenta na casa dos US$77/barril. O minério de ferro subiu 2,23% na China, cotado em US$68,93/tonelada. Os juros das Treasuries sobem (10 anos ~2,97%). As bolsas da Europa recuam, de forma generalizada (setor de saúde é um dos poucos destaques positivos). Nos EUA, o S&P futuro, na contramão, opera em ligeira alta. O índice VIX (volatilidade), após cair 14% na última semana, sobe ao redor de 3% nesta manhã.

Na agenda macro de hoje… Nos EUA, é dia de agenda fraca. Apenas 1 discurso pela frente: às 10h40, J. Bullard, presidente do Fed de St. Louis, fala em conferência sobre blockchain e crypto moedas em NY. À noite (23h), dados de vendas no varejo, produção industrial e investimentos fixos urbanos na China

BRASIL: “CENTRÃO” SE ARTICULA.

Parabéns (Temer)… No último sábado (dia 12), Michel Temer completou 2 anos de governo. Amanhã (3ª), fará um balanço deste período com seus ministros. Deve destacar avanços na área social, inclusive reajustes de Bolsa Família.

O “centrão” se articula… Segundo matéria do O Globo, o DEM teria dado um prazo à candidatura de Rodrigo Maia. Até 15 de junho. A partir daí, começaria a ser negociada uma aliança com um candidato viável, no campo do “centro”. O mais provável? Geraldo Alckmin (PSDB). Na semana passada, o próprio Maia convocou reunião entre presidentes do PP, PRB, PSD e Solidariedade. O grupo também negocia incorporar PTB e PR. A Folha também fala da formação destes 6 partidos que, somadas, somam 181 deputados.

BC: mudança de estratégia… Após superar a marca de R$3,60, o BC voltou a mudar a estratégia no mercado de câmbio. Assim, às 9h30, serão ofertados US$ 250 milhões de swap cambial com vencimento em 01/07/18 (liquidação acontecerá amanhã). Caso este lote seja vendido integralmente, o BC aumentará o seu estoque de swap cambial, atualmente em US$ 23,8 bilhões. Além disso, fará outro leilão, de US$ 211,25 milhões, para rolar integralmente o vencimento de 01/06 (US$ 5,65 bilhões).

Agenda de hoje… No front macro, destaque para o Boletim Focus e a balança comercial semanal (15h). A CNT deve divulgar pesquisa para presidente, além de avaliação do atual governo (11h). Será a 1ª após a desistência de Barbosa (PSB). Vale registrar: mudança de estratégia do BC, no mercado de câmbio, é um dos destaques. No front micro, a temporada de balanços continua. Após-mercado, JBS, Carrefour Brasil, CSN, entre outras.

Boletim Focus… O mercado revisou o câmbio para cima. Espera R$3,40 para o final deste e do próximo ano. A Selic foi mantida em 6,25% e 8,00%, respectivamente. Apesar do câmbio, o IPCA de 2018 e 2019 foi revisado para baixo (agora em 3,45% e 4,00%, respectivamente). O PIB deste ano teve revisão significativa, de 2,70% para 2,51%. Para 2019, ainda se espera crescimento de 3,00%.

COPOM… Nesta semana (3ª e 4ª), o BC se reúne para decidir a política monetária. A decisão sairá na 4ª (dia 16). Ainda temos uma perspectiva de corte de Selic, de 6,50% para 6,25%, a despeito dos movimentos recentes do câmbio. Acreditamos que este tende a ser o último corte, e que o BC manterá a Selic estável por alguns meses à frente. No mercado, no entanto, isto não é consensual. A mudança da estratégia do BC, no mercado de câmbio, fez alguns analistas começarem a prever uma Selic estável em 6,50%.

E os mercados hoje? Diante de algum alívio no exterior e noticiário local, temos um viés ligeiramente mais positivo por aqui, neste início de sessão. Vemos um viés mais altista em bolsa, e de baixa em DIs e dólar. A percepção de risco país, medida pelo CDS de 5 anos, registrava queda de 0,5% ao redor das 9h15, horário de Brasília (~183 pontos base).

Ignacio Crespo – Economista

Sobre o fechamento do último pregão:

Ibovespa: -0,75%, aos 85.220 pontos;
Real/Dólar: +1,43%, cotado a R$3,600;
Dólar Index: -0,12%, 92,537;
DI Jan/21: +11 pontos base, 8,370%;
S&P 500: +0,17% aos 2.728 pontos.

Fonte: Bloomberg. Obs.: a taxa de câmbio utilizada é a referência da Bloomberg

EMPRESAS:

Cesp: Números do 1º tri – atenção à privatização
Impacto: Neutro.

Luis Gustavo Pereira – Estrategista

Jornais:

Folha de São Paulo
– Governo celebra PM que matou ladrão e contraria polícia
– Lentidão da Justiça é uma das causas de juro alto no país
– Estado Islâmico faz ataques a três países
– Ao deixar governo, Temer enfrentará ao menos 4 ações

O Estado de São Paulo
– Alta do dólar faz dívida de empresas crescer R$ 115 bi
– Partidos usam arrecadação online fora do prazo do TSE
– Facções trocam carros do Brasil por armas na Venezuela
– Vitória sem polêmica

O Globo
– Partidos frustram demanda por renovação – Estatais tentam driblar regras
– Mudança marca os 70 anos de Israel
– Linhas de ônibus reduzem frota

Valor Econômico
– Crise interrompe a queda da mortalidade infantil
– Senado, cheio de suplentes, perde força
– Fies encolhe e afeta empresas
– TST reconhece vínculo em telemarketing

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