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Mercados por TradingView

Mercados Hoje: a casa está em ordem?

8 de junho de 2018
Escrito por Ignacio Crespo
Tempo de leitura: 11 min
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Introdução: Sobe a aversão a risco no exterior. Os holofotes estão voltados à reunião do G-7, no Canadá. Trump estará lá, e analistas estão preocupados com relação ao tom do presidente americano. Hoje, nos EUA, é dia de agenda macro esvaziada, e investidores já estão à espera da semana que vem, que contará com elevação de juros do Fed. No Brasil, Ilan Goldfajn, do BC, falou em coletiva de ontem à noite, tentando acalmar o mercado. Aumenta a oferta de hedge cambial. A política segue sendo fator de incertezas. No front macro, o IPCA veio acima do esperado em maio, e passou de 2,76% para 2,86%.


CENÁRIO EXTERNO: ATENÇÕES À REUNIÃO DO G-7, NO CANADÁ.

O “básico” sobre os mercados… Aversão a risco volta ao exterior. O índice VIX sobe mais de 8% (~8h20); os juros das Treasuries recuam (10 anos ~2,91%); e o dólar se valoriza. Entre commodities, apesar do viés mais negativo que prevalece (brent na casa de US$76/barril), o ouro opera estável, e o minério de ferro subiu 0,90% na China, cotado a US$67,44/tonelada.

Reunião do G-7… Os holofotes estão voltados à cidade canadense de Quebec, aonde acontece a reunião do G-7. O presidente Trump estará lá. Participa hoje e amanhã. Na sequência, viaja a Singapura e se preparará para a reunião com o líder da Coreia do Norte.

China: saldo comercial de US$24,4 bi em maio… O número ficou abaixo do esperado pelo mercado (US$32,5 bi). As importações cresceram 26% a/a em maio (21,5% em abril), bem acima do projetado (+19,6%). Isto reflete a força da demanda doméstica. As exportações, por outro lado, registraram avanço de 12,6% a/a. Aqui, segue forte a demanda por produtos chinesas da própria Ásia.

Na agenda de hoje… Nos EUA, a agenda macro é esvaziada. O mercado está atento à reunião do Fed, na próxima 4ª, dia 13. Neste encontro, os juros devem subir, de 1,50-1,75% para 1,75-2,00% ao ano. No dia seguinte (5ª, dia 14), o BC europeu é quem faz reunião de política monetária, na Letônia. Neste encontro, deve sinalizar o fim do QE ainda neste ano. Elevação de juros? Não antes do 2º semestre de 2019, em nossa opinião.


BRASIL: BC TENTA ACALMAR MERCADO.

PT anuncia Lula como pré-candidato… O PT realiza hoje o ato para o lançamento da pré-candidatura de Lula ao Planalto. O evento será em Contagem, Minas Gerais (18h). Por enquanto, não há “plano B”, mas o mais cotado é Fernando Haddad, que aparece competitivo em pesquisas recentes. Na pesquisa DataPoder360, Haddad aparece com 6-8%, a depender do cenário testado. Numa pesquisa da XP, Haddad aparece com 11%.

Mais fragilidades… O Estado de MG lidera o ranking de ônibus queimados. Em 2018, já são 85 casos — 56% dos 150 queimados em todo o país, segundo a Associação Nacional das Empresas de Transportes Urbanos. Ontem, policiais civis e militares, bombeiros e agentes carcerários invadiram o Palácio da Liberdade, em Minas, pedindo aumento salarial. Em suma: mais fragilidades.

Como está o cenário político? Uma conversa Guide & Poder360… Tivemos ontem à tarde uma conversa com os jornalistas Fernando Rodrigues e Tales Faria, do portal Poder360. Direto de Brasília, eles comentaram o cenário político atual, e as perspectivas para o futuro das eleições. A conversa pode ser acompanhada aqui, em áudio.

Governo volta atrás… O governo decidiu ontem revogar a nova tabela com preços mínimos de frete, publicada no mesmo dia. Volta a valer a anterior, de 30 de maio. O ministro Valter Casimiro (Transportes) afirmou que em 30 dias será feito um novo “melhoramento” na tabela. Neste contexto, a ANTT reúne-se, às 9h, com caminhoneiros, para discutir isto.

BC tenta diminuir preocupação do mercado… O presidente do BC, Ilan Goldfajn, chamou uma coletiva ontem à noite, tentando diminuir preocupação com relação aos movimentos de mercado. Reforçou que o Brasil está preparado para choques. Veja o link do áudio aqui. Considerando que há uma demanda por hedge cambial, aumentou a oferta de swap cambial até o final da semana que vem. Também disse que poderão ser usadas as reservas internacionais e leilões de linha de dólar, caso seja necessário. Registre-se: Ilan fez sinalização forte, dizendo que, se precisar, levará o atual estoque de swap cambial, próximo de US$38 bi, para a máxima recente, de quase US$115 bi, no início de 2015. Aliás, poderia ultrapassar este limite, caso necessário.

Sobre a Selic? Ilan afirmou, mais uma vez, que não existe relação “mecânica” entre a política monetária e a taxa de câmbio. Ou seja: neste momento, não dá indícios de que o BC possa elevar a Selic na próxima reunião, visando conter depreciação do real frente ao dólar. Seguirá atento à inflação, à sua projeção, e ao balanço de riscos. Descartou também a realização de reuniões extraordinárias, após esta possibilidade ter crescido no mercado.

BC emite nota de explicação hoje… Em seu site, o BC emitiu uma “nota de esclarecimento”, dizendo que “o montante de US$ 20 bilhões em contratos de swaps a serem ofertados ao longo da próxima semana são adicionais aos montantes de US$ 750 milhões que vêm sendo oferecidos diariamente nos leilões de swaps. O montante total de swaps ofertados até o dia 15 de junho será, salvo intervenções adicionais, de US$ 24,5 bilhões”. Mais: “O BC se reserva o direito de não oferecer na semana que vem o leilão diário de US$ 750 milhões e adicionar esse montante às intervenções esporádicas durante o dia”.

Um dólar a R$4,00, ou acima disto? Escrevemos no blog da Guide um texto comentando sobre recentes movimento da taxa de câmbio, e o nosso viés a partir de agora. Já no dia 10 de maio, falávamos que prevalecia um viés de alta, tanto por fatores externos quanto internos. Apostar numa “volta” do dólar era pouco provável. O mesmo segue sendo o caso neste momento, em nossa opinião.

Agenda de hoje… No front macro, o IPCA de maio é o destaque. Em 12 meses, passou de 2,76% para 2,86%. O mercado esperava 2,74%. Na comparação mensal, acelerou de 0,22% em abril para 0,40%. O mercado esperava 0,29%. Hoje, Ilan (BC) participa de encontro no Valor Econômico, às 8h, de teleconferência com investidores às 11h e de evento em SP às 13h. Aqui, os apontamentos de Ilan para estes eventos.

Cheiro de dinheiro novo… O leilão da Agência Nacional do Petróleo (ANP) rendeu R$ 3,15 bilhões em bônus de assinatura para a União, em linha com as expectativas. Mais: contratou investimentos previstos que somam R$ 738 milhões. Ou seja: o certame pode ser considerado bem sucedido. No geral, o leilão contratou três das quatro áreas ofertadas com um ágio de 202,3%. A Petrobras teve participação nas 3. A estatal desembolsará cerca de R$1 bi pelos ativos. Apenas Itaimbezinho, ativo considerado menos rentável, não recebeu nenhuma oferta.

Mais sobre os leilões da ANP… O resultado final da 4ª Rodada do pré-sal sinaliza o apetite dos players internacionais pelos ativos do pré-sal. Isto é algo que nos deixa mais otimistas, também, quanto ao possível leilão de excedentes da cessão onerosa (caso o governo, de fato, consiga realiza-la neste ano).

Na B3, recorde histórico… Ontem (5ª, dia 8), dia de maior aversão a risco e temores quanto ao futuro do país, a B3 atingiu seu recorde histórico no total de negócios. Em comunicado, a Bolsa informou que foram realizados nos segmentos BM&F e Bovespa, juntos, 4.656.976 negócios – a maior marca desde 29 de maio de 2017, que teve 3.754.844. Mais: houve também recorde de 610.691 negócios de minicontratos futuros de Dólar (WDO). Em contratos, foram registrados 1.673.987, quantidade superior ao recorde anterior de 1.362.507 no dia 6 de fevereiro deste ano.

E os mercados hoje? No cenário internacional, há uma crescente preocupação com a política comercial dos EUA, que volta a aumentar a preocupação do investidor. Por aqui, declarações de Ilan servem para diminuir a preocupação do mercado, e isto tende a reverter, ao menos no início do dia, as pressões que temos vistos em dólar e DIs. Isto, no entanto, não mudará a tendência. Em bolsa, o viés tende a ser mais negativo, em linha com o quadro externo e recuo de commodities. Volatilidade alta deve ser esperada.

Ignacio Crespo – Economista

Sobre o fechamento do último pregão:

Ibovespa: -2,98%, aos 73.851 pontos;
Real/Dólar: : +1,46%, cotado a R$3,907;
Dólar Index: -0,19%, 93,435;
DI Jan/21: +56 pontos base, 9,790%;
S&P 500: -0,07% aos 2.770 pontos.

Fonte: Bloomberg. Obs.: a taxa de câmbio utilizada é a referência da Bloomberg. *valores referentes à sessão do dia 31/05.


EMPRESAS:

Petrobras (i): Cia vence leilão e mantém força na exploração do pré-sal
Impacto: Marginalmente Positivo.

Petrobras (ii): Petrobras mantém política de preços enquanto espera ANP
Impacto: Marginalmente Positivo.

Luis Gustavo Pereira – Estrategista


Jornais:

Folha de São Paulo
– BC vai usar mais recursos contra a disparada do dólar
– Argentina faz acordo recorde com o FMI, de US$ 50 bilhões
– Caixa gastou R$ 17 milhões cem evento para funcionários
– Temer divulga nova tabela de fretes e a revoga horas depois

O Estado de São Paulo
– Dólar dispara com medo político; BC promete agir
– Por que há tanta tensão no mercado
– Receita vê omissão de bancos na Lava-Jato
– Governo volta atrás após anunciar nova tabela do frete

O Globo
– Com dólar perto de R$ 4, BC promete ampliar ação
– Governo cede e desiste de redução do preço do frete
– Argentina leva R$ 50 bi do FMI
– Leilão do pré-sal arrecada R$ 3,15 bi

Valor Econômico
– US$ 20 bi para acalmar mercado
– FMI socorre Argentina com US$ 50 bi
– “Cardápio é muito ruim”, diz Arminio
– União proíbe pagar IR com crédito fiscal

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“Este relatório foi elaborado pela Guide Investimentos S.A. Corretora de Valores, para uso exclusivo e intransferível de seu destinatário. Este relatório não pode ser reproduzido ou distribuído a qualquer pessoa sem a expressa autorização da Guide Investimentos S.A. Corretora de Valores. Este relatório é baseado em informações disponíveis ao público. As informações aqui contidas não representam garantia de veracidade das informações prestadas ou julgamento sobre a qualidade das mesmas e não devem ser consideradas como tal. Este relatório não representa uma oferta de compra ou venda ou solicitação de compra ou venda de qualquer ativo. Investir em ações envolve riscos. Este relatório não contêm todas as informações relevantes sobre a Companhias citadas. Sendo assim, o relatório não consiste e não deve ser visto como, uma representação ou garantia quanto à integridade, precisão e credibilidade da informação nele contida. Os destinatários devem, portanto, desenvolver suas próprias análises e estratégias de investimentos. Os investimentos em ações ou em estratégias de derivativos de ações guardam volatilidade intrinsecamente alta, podendo acarretar fortes prejuízos e devem ser utilizados apenas por investidores experientes e cientes de seus riscos. Os ativos e instrumentos financeiros referidos neste relatório podem não ser adequados a todos os investidores. Este relatório não leva em consideração os objetivos de investimento, a situação financeira ou as necessidades específicas de cada investidor. Investimentos em ações representam riscos elevados e sua rentabilidade passada não assegura rentabilidade futura. Informações sobre quaisquer sociedades, valores mobiliários ou outros instrumentos financeiros objeto desta análise podem ser obtidas mediante solicitações. A informação contida neste documento está sujeita a alterações sem aviso prévio, não havendo nenhuma garantia quanto à exatidão de tal informação. A Guide Investimentos S.A. Corretora de Valores ou seus analistas não aceitam qualquer responsabilidade por qualquer perda decorrente do uso deste documento ou de seu conteúdo. Ao aceitar este documento, concorda-se com as presentes limitações.Os analistas responsáveis pela elaboração deste relatório declaram, nos termos do artigo 17 da Instrução CVM nº. 483/2010, que: (I) Quaisquer recomendações contidas neste relatório refletem única e exclusivamente as suas opiniões pessoais e foram elaboradas de forma independente, inclusive em relação à Guide Investimentos S.A. Corretora de Valores.“
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